Meu Doce Amor
Meu Doce Amor
Por: L.G.Coelho
Prólogo

"Cinco anos antes do livro dois"

"Maila"

Olho pela janela da sala de aula, esse colégio é enorme e minhas amigas são incríveis, mas a coisa que mais gosto é a hora de ir pra casa, porque é quando vejo ele.

Não sei quando esse sentimento começou, só sei que está aqui, bem guardado no fundo do meu coração, pode ser um sentimento bobo de adolescente mais quero que nunca passe.

Amo conversar com todos, mas hoje tomei a pior e fiquei no castigo por causa disso, mas estava tão animada por saber que hoje o Maick vai vir me buscar sozinho.

Sempre que saio do colégio tem duas ou três pessoas me esperando com em um carro, são raras as vezes que Maick vem me buscar sozinho, mas quando ele vem fico ansiosa esperando o momento chegar.

-Senhorita Wolker? -olho para frente vendo a professora Brigite me encarando, essa mulher não gosta de mim, por isso vive no meu pé enchendo meus ouvidos.

Ela passou um texto sobre respeito aos professores e para com as aulas e estudos no quadro, copiei junto com ela e terminei logo depois que ela parou.

 -Sim. -todos prendem o riso quando respondo docemente e com cara inocente, essa é minha forma de agir falsamente.

Acho que sou muito espontânea, como gosto de conversar com todos, a grande maioria dos alunos do colegio me conhece e sabem sobre minhas traquinagens.

-Copie o texto mocinha. -ela diz e suspiro virando a cabeça de lado com um sorriso no rosto.

-Aqui esta senhora Brigite. -me levanto com o caderno e coloco sobre sua mesa, a mesma olha e começa a ficar vermelha, posso ouvir os risinhos dos meus colegas.

Por mais que eu seja um pouco bagunceira, cumpro com meus compromissos escolares, sou uma pessoa que gosta de conversar, por isso sempre acabo de castigo com a senhora Brigite, mas isso não quer dizer que eu seja uma baderneira e sem futuro.

-Pode ir embora Senhorita Wolker. -ela ajeita seus óculos na cara, viro para pegar meu material colocando dentro da mochila rosa com desenhos de capcaks, que super combina com meu moletom e estojo.

Eu sou bem feminina, gosto de me manter arrumada, cheirosa e tenho sempre coisas desse tipo comigo, meus irmãos dizem que sou cheia de frufru. Algumas pessoas até chegam a dizer que sou patricinha, mas não acho que eu seja, talvez só um pouco mimada.

Sai pela porta da sala jogando beijinhos para os meus colegas, caminho pelo corredor vazio, tenho que ligar para alguém vir me buscar, mesmo que more um pouco perto, meu pai insiste que sempre tenha alguém para me acompanhar.

Papai fica muito bravo quando chego em casa sozinha, continuo andando indo embora, mas como está um pouco tarde eu continuo ligando para ver se alguém vem me buscar, mas isso não necessariamente diz que tenho que ficar plantada na frente do Colégio esperando.

Tento cinco vezes e ninguém atende. Meu pai deve estar em reunião, assim como meu irmão, Diogo deve estar com mamãe na casa das minhas tias, então tem poucas pessoas que podem me atender.

O telefone de casa só da na caixa de recado, deixo um recado e começo a andar para casa, mesmo sendo quase de noite não tenho medo, conheço bem o bairro. O que de mais pode acontecer? Faço esse caminho todo dia, conheço bem o caminho ate em casa.

Depois de alguns minutos sinto uma presença estranha atrás de mim, viro e não vejo ninguém, um arrepio sobe pelas minhas costas, ainda olhando pra trás começo a acelerar o passo.

Acho que é só coisa da minha cabeça, mas mesmo assim começo a andar mais rápido porque estou começando a ficar com medo dessa rua escura, chego quase a correr.

Falta pouco para chegar na rua de casa, umas duas quadras e virar na esquina, depois só seguir reto e andar mais uns minutos, nada vai acontecer.

Tento me manter calma, mesmo que meu coração esteja batendo alto em meus ouvidos, sei que tem algo errado, meu corpo está sentindo o perigo.

Me sinto observada a cada passo que dou, sem pensar muito começo a correr e escuto passos atrás de mim, dessa vez bem audíveis e cada vez mais perto.

O ar falta em meus pulmões quando viro a esquina rápido, minha bolsa parece pesar pelo menos quinhentos quilos mas nas minhas costas, bato em alguém distraída com o meso, cai para trás derrubando minha mochila longe.

Ainda com medo e respirando forte tento me acalmar, tudo vai ficar bem, escuto passos se aproximando por trás e pela frente.

Olho para cima vendo um homem com um sorriso macabro, ele tem os cabelos raspados é moreno, seu olhar me causa medo, me afasto e tento me levantar, mas antes que esteja totalmente de pé, antes que consiga voltar a correr sinto me segurarem e algo é  precionado em meu nariz e boca.

O cheiro forte me faz ficar fraca, tento me manter de pé mas é impossível, me debato tentando me desvencilhar do aperto mas sinto alguém segurar meu corpo ainda mais forte por trás e tudo começa a girar e ficar escuro de forma estranha.

-Ela ate que é gostosinha, mesmo nessa idade. O chefe vai adorar brincar com ela. -assim que escuto isso apago sem forças.

✔♥✔

"Maick"

Estou esperando Maila já tem mais de quarenta minutos, já estou aflito com tanta demora, ela não me ligou, o que é bem estranho.

Olho para os lados em busca do celular, cadê essa merda? Putz tá explicado do porque ela não me ligou, o celular nem mesmo esta aqui. Estou com um mau pressentimento.

Nos viriamos juntos para casa, mas ela ficou no castigo, se acontecer alguma coisas tio Adrian vai me comer vivo, além dos meus primos também, Diogo e Sebastian me bateria ate eu parar no hospital.

Chego no carro e vejo o celular jogado no banco do carona, pego olhando o celular as chamadas dela de alguns minutos atrás. Do jeito que ela é não vai esperar dentro do colégio. Tenho que me apressar e encontrar ela, estou com um sentimento ruim hoje.

Dois minutos se passaram desde que ela me ligou, dou partida no carro e saio da mansão cantando pneus, meu coração está acelerado e estou tendo um pressentimento ruim desde que recebi as instruções do tio hoje mais cedo.

Assim que viro a esquina vejo um carro preto parado e um cara grande segurando Maila desacordada, colocando no banco de trás do carro, mas que caralho.

Merda. Acelero até onde eles estão, mas assim que eles percebem minha aproximação entram dentro do carro e começam a correr por entre as ruas.

Vou atrás em alta velocidade, vejo os carros passarem por mim devagar, ou será que sou eu que estou rápido demais. Quando chego em uma rodovia vem um caminhão e perco o carro de vista, bato forte no volante para acalmar minha raiva.

Pego o celular mandando mensagem para os outros enquanto encosto a cabeça no volante depois de estacionar de qualquer jeito em um posto de gasolina próximo de onde estava perseguindo o carro.

O celular toca e já imagino a bronca que está por vir ao ver o nome de tio Adrian brilhar na tela, mas pior que isso é saber que Maila esta em perigo e eu nem pude fazer nada.

-Como assim Maila foi sequestrada? O que aconteceu Maick? -a voz rouca e nervosa sai e respiro fundo antes de dizer o que sei.

Ele somente escuta e me manda voltar para a mansão, que ele vai cuidar disso. Me bato mais uma vez por ter deixado isso acontecer bem na minha frente.

Cazzo. Que tipo de guarda eu sou, porque voltei pra casa mesmo quando estava com essa sensação ruim, só devia ter esperado ela como sempre faço.

Dirijo de volta até a mansão e assim que desço do carro sinto a força de um punho vir contra meu rosto e só deixo ser atingido, ela é minha responsabilidade e eu deixei eles levarem ela sem nem conseguir nenhuma informação ou conseguir salva-la.

-Você devia ter impedido eles de levarem minha irmã seu merda. -a voz de Sebastian está cheia de ódio, raiva. Não sei dizer, os locais que ele soca estão ficando dormentes mas não me importo com isso.

-Acha que não tentei. Com licença. -falo quando ele finalmente para de me bater, vejo algumas pessoas o segurando.

Me levanto do chão quando seu pai vem para o tirar de cima de mim e tentar acalma-lo, passo por ele tropeçando pela dor e entrando na casa, subo as escadas quase não me aguentando em pé.

Eu praticamente moro aqui, já que sou o segurança de Maila e amigo dos meninos, mas isso não é tudo, sou completamente apaixonado por Maila Wolker desde os dez anos de idade.

Foi quando ela me defendeu do irmão e seus amigos, mesmo sendo tão pequena para isso, sempre tinha o controle de tudo em suas mãos e eu ainda acho isso incrível.

Ver eles levando ela naquele carro me quebrou por dentro, meu corpo esta fazendo tudo no automático. Meu coração esta doendo de saber que eles podem machuca-la, meu corpo está dormente e tento chegar ao banheiro para me limpar.

Entro no banheiro tirando a camisa, jogo em qualquer lugar entrando no boxe e tirando o restante da roupa, preciso esfriar a cabeça com um bom banho frio.

Ligo o chuveiro entrando embaixo, bato a cabeça contra a parede com força e vejo o filete de sangue escorrer pelo azulejo branco, respiro fundo tentando meu acalmar, a água gelada escorre pelo meu corpo.

As lágrimas descem sem permissão e soco a parede com raiva, me sentindo impotente e fraco. Não pude protege-la, sou um idiota, burro, devia ter ficado lá esperando ela sair.

Encosto na parede e deslizo pela mesma até o chão sentindo minhas forças irem embora. Choro feito uma criança de frustração. Se algo mais acontecer não irei me perdoar nunca, se algo ruim acontecer com minha bonequinha não irei me perdoar.

Por favor fique bem meu amor. Meus olhos estão pesados e simplesmente os fecho deixando a inconsciência me levar para qualquer lugar.

✔♥✔

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