Yulia A música alta impedia que ouvisse meus próprios pensamentos, enquanto suas batidas vibravam pelo meu corpo. Nunca fui de me embebedar facilmente, mas a primeira bebida que tomei praticamente tirou meu controle completamente sobre meu corpo.Apesar de querer ir para o dormitório, simplesmente não conseguia. A atmosfera envolvente da festa e o efeito da bebida tornavam cada passo mais pesado, enquanto me via mergulhando cada vez mais na euforia do momento. O desejo inicial de escapar dissipava-se, substituído pela sensação de estar à mercê da festa, como uma folha à deriva na correnteza.— Gina? — Procuro ela entre as as pessoas ao meu redor, enxergando apenas vultos, não conseguia focar em um só rosto, muito menos encontrar Gina — Gina! — Meus passos são oscilantes, esbarro em algumas pessoas e até mesmo movéis a medida que ando sem uma direção certa.Mas apesar de todo meu esforço, não estava encontrando Gina. Ela poderia estar em um dos quartos no andar de cima, se pegando com
RenzoNão foi difícil encontrar uma festa no campus; o verdadeiro desafio seria localizar Yulia em meio a mais de cem estudantes. O som alto, as luzes pulsantes e a agitação da multidão tornavam a tarefa de encontrá-la um verdadeiro labirinto.As pessoas que não estavam bêbadas ou até mesmo drogadas além do limite, me olhavam com a surpresa estampada em seus rostos, enquanto olhava cada canto do cômodo que deveria ser a sala de estar. Uma parte de mim implorava para não encontrar Yulia como alguns casais, praticamente quase nus, prestes a transarem na frente de todos.Não sabia se meu coração aguentaria.Paro abruptamente quando Leonard Miller aparece de repente na minha frente, seus olhos parcialmente arregalados e a expressão assustada.— É a Yulia, não sei o que ela tem — diz rapidamente e antes mesmo que processasse suas palavras, o sigo escada acima correndo, ignorando algumas cenas no caminho. Paro bruscamente na frente de uma porta, observando ele se jogar em cima da cama que
Yulia Viro de lado na cama, imaginando que ainda teria alguns minutos de sono antes do alarme tocar. O pensamento persistiu por alguns segundos, até que ainda com os olhos fechados, começo a prestar atenção nos barulhos ao meu redor e invés de ouvir os roncos de Gina, escuto pessoas conversando, barulhos de aparelhos e até mesmo uma voz quase robótica chamando por alguém.Onde diabos eu estava?! Abro meus olhos com o cenho franzido, dando de cara com uma parede branca e um frequencímetro.— Bom dia, Bela Adormecida — Viro meu corpo na direção da voz de Renzo, o encontrando sentado em uma poltrona em frente da cama — Ou deveria ser Cinderela? — Ele inclina a cabeça para o lado com a expressão séria. Meus olhos vagam pelo cômodo, concluído que de fato estava em um hospital.— Por que estou em um hospital? — pergunto em meio a confusão dos meus pensamentos e ruídos externos. Ele dá de ombros, começando a se tornar irritante o modo como me olhava.— Eu que deveria perguntar i
Renzo Percebo dois homens passando por mim, indo na direção do quarto de Yulia, com um deles segurando um buquê de rosas. Imediatamente, minha atenção é capturada pela cena, e um instinto protetor se acende. Decido segui-los discretamente, mantendo uma distância segura enquanto observo seus movimentos em direção ao quarto de Yulia.A poucos metros do quarto de Yulia, o buquê é jogado no chão, e uma arma com silenciador fica em evidência, enquanto o segundo homem tira uma arma da cintura. Meus instintos falam mais alto quando um deles está prestes a abrir a porta do quarto. Atiro, atraindo assim a atenção do outro homem, que responde atirando na minha direção.Gritos ecoam no corredor enquanto trocamos tiros, a tensão aumentando a cada disparo.Tenho a impressão de que meu coração para por um momento quando atiram contra a porta diversas vezes, fazendo-me lembrar apenas de Yulia deitada na cama. Continuo atirando, conseguindo atingir um dos homens; o outro, se vendo encurralado, foge,
Yulia Me mantive em silêncio durante o trajeto para casa, encolhida no banco do carona.Percebia o olhar de Renzo na minha direção de vez em quando, como se quisesse ter certeza de que eu estava bem e não surtando pelo fato de quase ter sido morta. Nunca fiquei tão feliz por querer tomar um café, pois no final das contas, foi o que salvou a minha vida.Não esperei Renzo terminar de estacionar o carro. Desci do veículo e me dirigi à porta, diminuindo meus passos ao encontrá-la entreaberta. Meus olhos vagaram pela sala de estar revirada, com objetos quebrados e outros largados pelo cômodo. A visão da desordem dentro de minha casa despertou uma mistura de frustração e preocupação, e eu me apressei a entrar, tentando entender o que havia acontecido na minha ausência.— Kate — Chamo, imaginando que ela deveria estar prestes a redecorar o lugar ou algo do tipo — Kate? — insisto.Olho para Renzo parado na porta, esperando que por alguma razão ele soubesse o que tivesse acontecido ali.— Fiq
Renzo — Não vou dormir nesta espelunca — Yulia reclama, parada na porta do quarto do motel.Aquele quarto de motel não era diferente de alguns que havia frequentado nos últimos meses. Os lençóis eram questionáveis, assim como o carpete gasto e o banheiro com luz amarela. Não duvidava que fosse algo assustador para Yulia, já que não deveria frequentar ambientes como aquele.— Você nunca... — Hesito, sem saber como abordar a questão que havia surgido em minha mente e que temia ouvir a resposta. Não tinha mais vinte anos e, poderia infartar com mais facilidade — esteve em um quarto de motel? Ela me olha incrédula, abrindo e fechando a boca sem conseguir formular uma frase.— Por acaso tenho cara do quê? Prostituta?! — Respiro aliviado — Não sou como a Kim, com certeza ela já esteve em lugares piores que este.— E quem é essa Kim? — Não que me importasse, mas queria puxar conversa e a fazer entrar naquele quarto. E quem sabe até tomar um banho e... ficar só de calcinha e sutiã.Sacud
Yulia Sentada nos pés da cama, espero Renzo sair do banheiro. Quando finalmente isso acontece, ele passa por mim rapidamente, evitando olhar na minha direção, indo para a porta.— Onde você vai? — pergunto confusa.— Comprar comida — diz antes de fechar a porta atrás de si, me deixando sozinha em um quarto duvidoso.Sem alternativa, acabo por ceder e vou tomar banho naquele lugar. Me xingo mentalmente quando percebo que não peguei sequer uma muda de roupa, mesmo que lembrasse, Renzo me arrastaria para fora de casa alegando que precisava ficar segura. O vestido de Gina estava nojento, impregnado com diversos odores diferentes, mas o mais forte era de cigarro. Acabo sendo obrigada a lavar minha calcinha, já que era a única que tinha. A situação desconfortável era um lembrete constante da minha vulnerabilidade e da necessidade de encontrar respostas para o que aconteceu, principalmente em saber se Kate estava bem.Depois de um banho quase revigorante, me enrolo em uma toalha que parece
Renzo Se tivesse que bater outra punheta, iria arrancar meu pau fora.Havia sido jogo baixo Yulia vestir uma das minhas camisetas e ainda por cima dizer que não estava usando calcinha. Apenas uma camiseta que impedia de seu corpo ficar totalmente nu.Uma droga de camiseta, me impediu de tocar seu corpo quando se deitou de costas para mim, a bunda arrebitada na minha direção, com o tecido a cobrindo parcialmente.Mesmo após as punhetas, meu pau continuava a doer, como nunca doeu. Mesmo quando passava muito tempo sem trepar, sempre arrumava alguém para resolver este problema e a única pessoa que poderia me ajudar naquele momento, era minha pequena Yulia.Cubro meu rosto com as mãos, inspirando e expirando, tentando encontrar em meio aos meus hormônios praticamente em ebulição um ponto de paz.Estava prestes a enlouquecer e caso isto acontecesse, a culpa era inteiramente de Yulia. Poucas horas depois do dia amanhecer, tomo um banho gelado, permanecendo em baixo do chuveiro mais tempo