Yulia Dormir na cama de Renzo, chegava a ser melhor do que dormir na minha própria cama e depois da nossa transa no meio da noite, era como se ainda fosse nós dois ainda naquele apartamento.Mas obviamente não estávamos mais sozinhos — penso, quando acordo abruptamente com Kim me chamando o mais alto que podia.— Levanta. Vieram buscar você.— O quê? — digo baixo, parcialmente ainda dormindo. Kim não me responde, invés disso, dá as costas para mim, saindo do quarto.Saio da cama a contra gosto, bocejando ao andar para fora do quarto, acordando completamente quando encontro meus avós na sala de Renzo.Vovô encarava a vista pela janela, vestido em um suéter marrom de gola alta, com uma calça que combinava perfeitamente com o suéter; Assim como vovó, que usava um de cashmere e parecia até um pouco mais nova com seu cabelo branco, sentada no sofá ao lado com as pernas cruzadas.Estavam praticamente iguais da última vez que nos vimos.— Yulia — diz vovó, vindo ao meu encontro com um leve
Renzo — Por que algemaram ele com enforcadeira de nylon? — Wilson pergunta ao entrar em sua sala e me encontrar com ambos os pulsos “algemados” para trás.— A algema não deu nele, então tivemos que improvisar — diz o policial na porta. Wilson massageia as pálpebras, suspirando, antes de gesticular para ele ir. Mantenho meu olhar fixo em Wilson, quando se senta em minha frente.— Isto é ridículo. E você sabe disso.— Quer saber o que eu sei? — Viro o rosto para o lado, ao ouvir sua pergunta retórica — Matou um homem na UTI e por causa disso, agora está sendo indiciado por homicídio.— Não matei ele e você sabe disso! — digo incrédulo. Como ele poderia acreditar que eu tinha alguma coisa haver com a morte de Ivan Sidorov?— A pergunta que não quer calar é: Por quê? — Ele continua, como se não tivesse dito nada — Ele era a chance de descobrirmos quem está por trás dos ataques. Dou de ombros.— Acabou de responder sua própria pergunta — Wilson bate com força na mesa, apenas se estress
Yulia A casa dos meus avós era aquela típica casa branca no campo, cuja grama era cortada todo final de semana pelo meu avô, enquanto minha avó cultivava algumas flores em seu jardim.— Enfim em casa — diz vovô assim que estaciona o carro.— Fiz uma torta para você, Yulia. Espero que ainda goste de torta de maça — diz vovó, andando em nossa frente, indo em direção da porta.A casa por dentro parecia igual desde a última vez que estivera ali. A decoração clean misturada com elementos vintage me fazia questionar se não havia voltado no tempo. Havia fotografias da minha mãe desde o nascimento até a adolescência, e depois algumas minhas das poucas vezes em que minha mãe me levou até ali.Meus olhos continuavam a vagar pelo cômodo enquanto vovó falava sobre alguma coisa.— Você ainda lembra aonde fica o quarto de hóspedes, não é? — Vovô pergunta de repente em minhas costas, assinto de imediato, forçando um breve sorriso antes de seguir para a escada.Óbvio que não fazia ideia de onde fic
Renzo — Pelo menos ela disse aonde está, antes de desligar na sua cara? — Rocco, meu irmão caçula, pergunta com um meio sorriso no rosto.— Ela não desligou na minha cara — digo sério — E ela me disse aonde está e é bom você dirigir mais rápido.Rocco era a única pessoa que poderia confiar naquele momento, mesmo ele sendo instável ao nível ao matar sem perceber e podendo piorar bem mais a situação, continuava sendo a única pessoa, além de mim, que confiava Yulia.Minutos mais tarde, Rocco diminui a velocidade do carro quando nos aproximamos de um conjunto de galpões abandonados.— Qual é o plano? — Rocco pergunta, desligando o carro e me olhando.— Não temos um — digo saindo do veículo, olhando atentamente ao redor em busca de algum sinal de Yulia.— Então vamos improvisar?— Na guerra na maioria das vezes improvisamos, quando não sabemos qual é a localização exata do inimigo — Apoiado no carro, ele solta o ar dos pulmões, os olhos semicerrados enquanto observava o cenário.Ele abre
1 ano depoisYulia Pessoas se movimentavam se parar ao meu redor, gritando umas com as outras, dividia minha atenção em meus movimentos, precisavam ser coordenados para tudo sair bem no final. No caso, as refeições chegaram a suas mesas superando as expectativas.Um cozinheiro ao meu lado lamba uma frigideira, conseguindo dessa forma aumentar um pouco mais a temperatura e me fazendo mais uma vez comparar a minha cozinha mais uma vez com o inferno.Por quê?Era quente e caótica.E como eu sabia como era o inferno?Havia passado brevemente por ele e o mesmo havia feito questão de me marcar cinco centímetros acima do meu coração.Estava viva por causa de cinco centímetros e desde então comecei a dar importância a pequenas coisas, mesmo que fosse centímetros.Mas o passado havia ficado no passado e agora, era feliz com o meu presente. O garçom entra na cozinha, parando na minha frente.— É aquele cliente de novo — diz no segundo seguinte — Está reclamando mais uma vez do macarrão. Term
Não devia estar ali. Mas estava e tudo por que achava que estava me apaixonando, o que literalmente, era péssimo. A batida pulsante da música na boate ecoava nos meus ouvidos, tornando-se quase ensurdecedora. O ambiente estava impregnado com uma energia vibrante, onde corpos se moviam em sintonia, quase espremidos uns contra os outros, sob a influência do álcool ou de alguma substância ilícita, dançando, perdidos em sua própria euforia, como se o mundo lá fora não existisse.Apesar do caos ao meu redor, pouco me importava com o que acontecia na pista de dança. Minha atenção estava capturada pela mulher à minha frente. Seu olhar, cheio de mistério, contrastava com o frenesi colorido que preenchia o ambiente. Ela tinha idade para ser minha filha.Porra, tinha! Mas meu pau naquele momento não queria saber disto, na verdade, desde que a descobri ali, ele não queria saber de outra coisa.Seus movimentos no pole dance eram executados com uma maestria impressionan
RenzoO suor escorria pela minha pele enquanto realizava flexões, sentindo a queimação nos músculos das costas. Cada repetição era uma forma de liberar a tensão, enquanto a contagem mental persistia, uma busca por superação pessoal. O foco estava inteiramente na rotina de exercícios, até que a porta se abriu.Por um breve momento, interrompi a contagem, uma expectativa silenciosa preenchendo o ar, até me dar conta de que já havia algum tempo que a esperava entrar por aquela porta e que agora já não estava tão ansioso como antes.Nitidamente estava apaixonado por um mulher que via constantemente em uma boate, dançando para um bando de pervertidos sem qualquer preocupação, sem ao menos ser uma das funcionárias daquele lugar, parecia que assim como eu, só queria encontrar uma distração.Continuo me exercitando, quando ela para do meu lado.— Não esperava ver você hoje. Ela solta o ar dos pulmões, deixando a bolsa de lado, juntamente com uma pasta parda.— Tenho um trabalho para
YuliaMeu pai estava morto.Na verdade meus pais estavam mortos. E diferente do funeral da minha mãe, não chorei no funeral do meu pai, talvez por que já estive acostumada com a ausência dele que, sempre era recompensada por dinheiro, altas quantias de mesada e presentes caros.Não o culpo, ele tentava equilibrar o trabalho e o fato de ser pai e mesmo sem ele querer, mais uma vez a ausência dele seria substituída por mais dinheiro.Ouvi sem expressar qualquer emoção todas as palavras referente ao meu luto, inclusive dos chefes do meu pai e apesar de tentar transparecer que não havia nada para se preocupar, a expressão da minha madrasta, Kate, deixava a entender de que as coisas não estavam realmente bem.Quando nossos olhares se cruzam, ela me lança um leve sorriso e logo se afasta mais um pouco com os dois homens.A única coisa que queria naquele momento, era ir para casa e tentar esquecer mais aquele dia.— Srta. Rivera? — Pisco, encontrando o olhar do advogado do meu pai.