Renzo — Não vou dormir nesta espelunca — Yulia reclama, parada na porta do quarto do motel.Aquele quarto de motel não era diferente de alguns que havia frequentado nos últimos meses. Os lençóis eram questionáveis, assim como o carpete gasto e o banheiro com luz amarela. Não duvidava que fosse algo assustador para Yulia, já que não deveria frequentar ambientes como aquele.— Você nunca... — Hesito, sem saber como abordar a questão que havia surgido em minha mente e que temia ouvir a resposta. Não tinha mais vinte anos e, poderia infartar com mais facilidade — esteve em um quarto de motel? Ela me olha incrédula, abrindo e fechando a boca sem conseguir formular uma frase.— Por acaso tenho cara do quê? Prostituta?! — Respiro aliviado — Não sou como a Kim, com certeza ela já esteve em lugares piores que este.— E quem é essa Kim? — Não que me importasse, mas queria puxar conversa e a fazer entrar naquele quarto. E quem sabe até tomar um banho e... ficar só de calcinha e sutiã.Sacud
Yulia Sentada nos pés da cama, espero Renzo sair do banheiro. Quando finalmente isso acontece, ele passa por mim rapidamente, evitando olhar na minha direção, indo para a porta.— Onde você vai? — pergunto confusa.— Comprar comida — diz antes de fechar a porta atrás de si, me deixando sozinha em um quarto duvidoso.Sem alternativa, acabo por ceder e vou tomar banho naquele lugar. Me xingo mentalmente quando percebo que não peguei sequer uma muda de roupa, mesmo que lembrasse, Renzo me arrastaria para fora de casa alegando que precisava ficar segura. O vestido de Gina estava nojento, impregnado com diversos odores diferentes, mas o mais forte era de cigarro. Acabo sendo obrigada a lavar minha calcinha, já que era a única que tinha. A situação desconfortável era um lembrete constante da minha vulnerabilidade e da necessidade de encontrar respostas para o que aconteceu, principalmente em saber se Kate estava bem.Depois de um banho quase revigorante, me enrolo em uma toalha que parece
Renzo Se tivesse que bater outra punheta, iria arrancar meu pau fora.Havia sido jogo baixo Yulia vestir uma das minhas camisetas e ainda por cima dizer que não estava usando calcinha. Apenas uma camiseta que impedia de seu corpo ficar totalmente nu.Uma droga de camiseta, me impediu de tocar seu corpo quando se deitou de costas para mim, a bunda arrebitada na minha direção, com o tecido a cobrindo parcialmente.Mesmo após as punhetas, meu pau continuava a doer, como nunca doeu. Mesmo quando passava muito tempo sem trepar, sempre arrumava alguém para resolver este problema e a única pessoa que poderia me ajudar naquele momento, era minha pequena Yulia.Cubro meu rosto com as mãos, inspirando e expirando, tentando encontrar em meio aos meus hormônios praticamente em ebulição um ponto de paz.Estava prestes a enlouquecer e caso isto acontecesse, a culpa era inteiramente de Yulia. Poucas horas depois do dia amanhecer, tomo um banho gelado, permanecendo em baixo do chuveiro mais tempo
Yulia A primeira coisa que vejo ao abrir os olhos, é um bilhete de Renzo, com uma caligrafia que mais parecia um rabisco, no qual precisei ler duas vezes para entender que era para ficar no quarto e que ele iria tentar não demorar.Bufo, sentando na cama, os olhos vagando pelo quarto silencioso, antes de se fixar no telefone e ligar para Kate.— Oi, aqui é a Kate, se for algo importante, deixa uma mensagem — Franzo o cenho, mantendo meus olhos fechados, enquanto as lágrimas ameaçavam molhar meu rosto.— Oi — murmuro — Onde você está? Estou preocupada — Definitivamente naquele momento estava de fato preocupada. Kate não deixava o celular descarregar, era um acordo que tínhamos. E se não pudéssemos falar, partíamos para o passo seguinte: mandar uma mensagem. Fungo, deixando o telefone de lado, entrando no banheiro em seguida. Não me senti renovada após o banho, mas me sentia limpa, principalmente depois da noite inquietante que tive ao lado de Renzo. Com uma toalha seca em volta do c
Renzo Estudantes se espremiam a medida que passava por elas, com a sensação de que o corredor estava mais estreito desde a última vez que estive ali. Paro diante da porta, batendo duas vezes. Poucos segundos se passam, até que a porta abre um pouco. Ergo as sobrancelhas, ao encontrar o rosto de Giana.— O que está fazendo aqui? — pergunta em tom ríspido.— Vim pegar algumas coisas de Yulia e... — Coloco meu pé na fresta, no momento em que ela está prestes a fechar a porta — conversar com você — Empurro a porta, entrando no carro.— Ei! — Fecho a porta atrás de mim, meus olhos vagando pelo cômodo com duas camas de solteiro, antes de se fixar na garota na parede oposta ainda de pijama, dado o horário próximo a primeira aula — Não tenho nada para conversar com você e falando da Yulia, onde ela está? E por que nem ela e nem a Kate atende o celular? Ando até a cama de Yulia, pegando o celular descarregado de baixo do travesseiro, erguendo-o para que ela o visse.— Talvez por quê o celu
Yulia Ele estava sobre mim, apertando meu pescoço com força. A pressão não demora a incomodar, além de impedir que respirasse.Tento me livrar da pressão, me debatendo em baixo dele, conseguindo apenas me cansar mais facilmente enquanto a pressão continuava. Os dedos dele se fecham mais um pouco e a pressão aumenta, fecho meus olhos obrigando meu corpo a respirar, mesmo sendo impossível, a medida que sentia lágrimas escorrendo pelo canto dos meus olhos.— Pai, vou me atrasar — Resmungo, acompanhando ele até a sala de estar — Gina já está lá fora me esperando — argumento. — Ela pode esperar mais alguns minutos — diz se virando para mim — Preciso que aprenda uma coisa. Solto o ar dos pulmões impaciente, o show começaria em menos de uma hora e nem estávamos na metade do caminho. Por causa da última aula na universidade, havia atrasado completamente todo o nosso cronograma e Gina acabou tendo que se arrumar no carro, enquanto dirigia para a minha casa para eu vestir alguma coisa decen
Renzo Ao entrar no estacionamento do motel, um alarme dispara em minha cabeça ao ver duas viaturas em frente da recepção e Yulia encolhida num canto, apenas de toalha, abraçada com o próprio corpo, enquanto um policial conversava com ela.Havia deixado Yulia sozinha por cerca de duas horas, e quando volto, está com policiais. Não conseguia sequer imaginar o que poderia ter acontecido, em qual problema Yulia havia se metido na minha ausência.Mal estaciono o carro, ando em sua direção, sendo impedido por um policial que passa em minha frente. Fecho minhas mãos com força, contendo a vontade de o socar e acabar indo preso por causa disto.— Sou o guarda-costas dela — digo olhando fixamente na direção dela. O policial em frente de Yulia continua fazendo anotações, até que ela vira o rosto na minha direção, com o medo estampado em seu rosto, antes de voltar a atenção para o policial.— Vamos a conduzir para a delegacia. Balanço a cabeça confuso.— O que ela fez? — Poderia perguntar ist
YuliaTinha a impressão de que não estava completamente ali, como se o mundo ao meu redor estivesse no mudo, e tentava prestar atenção no que me diziam.Havia escapado da morte e ainda não acreditava nisso, não acreditava que tinha conseguido fugir. Era como se, a qualquer momento, ele fosse reaparecer e terminar o que havia começado. Mesmo uma parte de mim dizendo que seria complicado em uma delegacia com diversos policiais, e além disso, Renzo estava ali, vivo, e me sentia aliviada por isso.Sentada em uma sala, olhava fotografias de criminosos com tatuagens, avaliando as chances de encontrar o homem que havia me atacado por causa de uma tatuagem.Ele havia usado uma máscara de ski, e a única coisa que pude realmente ver foi uma tatuagem com uma frase abreviada. Sentia-me frustrada por isso, por não ter conseguido tirar a máscara e ver o rosto dele. As fotografias na sala de investigação eram um lembrete constante das limitações do momento crucial em que cruzou meu caminho, e a vont