CAPÍTULO DOIS

ALBERT

— O que foi tudo aquilo, pai? -digo, me referindo ao discurso na frente de todos.

— Eu te disse. Se quiser assumir esta empresa e cuidar de tudo, me apresente sua mulher, namorada, o que for. Ou simplesmente desista. Sei que é difícil seguir em frente depois de tudo. 

Isso soa com um soco no estômago.

— Desculpe senhores. Vou deixá-los a sós. -a voz de Helena aparece entre as palavras de meu pai. Nem percebi sua presença na sala. 

Tenha uma ideia no momento que a vejo. Pode ser um tiro no pé, mas é a única coisa que me passou na mente. 

— Espere Helena!! Venha aqui por favor.

Ela se aproxima e eu seguro sua mão.

— Pai. Achávamos cedo demais para falarmos tudo para vocês. Mas por conta da sua atitude a pouco, então…  

Helena tenta a todo custo soltar minha mão em forma de negativa ao que disse. 

Seguro com força contra meu peito impedindo-a.

— O que você quer dizer Albert?

— Pensei que fosse óbvio pai. Pode parecer estranho..... eu e Helena estamos em um relacionamento.

Helena me olha assustada sem entender.

— Isso é sério, Helena? -ele pergunta.

Olho para ela mostrando meu desespero.

— É… é...... -a suplico com meus olhos. — Sim, senhor presidente, é verdade. Estamos juntos. 

— Meu Deus!!! Que maravilha... Vocês não sabem o quanto eu fico feliz com essa notícia.

Ele realmente parece feliz. Vem nos abraçar. 

Não imaginei que uma notícia simples como um namoro o deixasse tão bem. 

— Mas pai, por favor, você não pode falar para ninguém. Você sabe... Helena é funcionária e não seria legal.

— Filho, você sabe que eu não me importo com o que as pessoas pensam. Se fosse assim está empresa não existiria. O que me importa é que meu filho irá se casar! Eu estou muito feliz.

Neithan entra.

— O que acabei de ouvir? Albert vai se casar..... e com ninguém menos que Helena?

— Calma Neithan, não é bem assim... -me esforço para sufocar essa notícia.

— Parabéns cunhadinha!! É uma pena que você se case com um cara tão sem sal como meu irmão. Saiba que tem coisas bem melhores por aí. -ele diz abraçando-a.

— Desculpe senhores, eu tenho que me retirar. -assustada Helena sai.

— Ta vendo o que você causa seu idiota? - digo para Neithan e sigo helena.

***

— Helena, por favor espera? -digo correndo atrás dela.

— Que merda foi essa que aconteceu?

Com vários olhos ao nosso redor pego por seu braço e arrasto-a até minha sala. 

— Vamos conversar em particular. 

Andreia, minha secretária nos observa. 

***

Sozinhos...

— Agora o senhor pode por favor me explicar o que aconteceu. 

— Helena, é que… meu... Meu pai está me forçando a me casar caso eu queira assumir a empresa. Ou então ficará para o idiota do Neithan.

— E o que eu tenho a ver com isso?

— É que você estava ali na sala, eu estava me sentindo pressionado, não pude evitar, foi isso...

— Eu não quero saber, acho bom esse assunto acabar, você é doido...

Ela segura a porta para sair. Penso rápido.

— Já sei… Se você fizer isso eu anulo a dívida da sua mãe! Pense… É uma boa oferta.

— Não preciso aceitar isso apenas para pagar a dívida da minha mãe com sua empresa. Trabalhando eu consigo fazer qualquer coisa.

Ela abre a porta.

— Espera Helena! -estou desesperado. Fecho a porta, pois Andreia está atenta a nós. — Três meses, só isso. Finja namorar comigo por três meses e a dívida da sua mãe some. Pode ser? É pouco tempo e não vai precisar se casar nem nada do tipo. Eu prometo.

— Para você é simples, mas para mim, envolve muita coisa. Primeiro, você não faz nem um pouco meu tipo. Segundo a empresa toda ficará sabendo que a secretária está namorando o dono, e isso por si só já é um boato horrível… e outra. -ela para. — Você já foi casado, tem três filhos, não é correto com sua falecida.

— Você tem um bom ponto Helena. Eu também de forma alguma estaria com alguém como você, não pelo fato de você ser secretária nem nada, mas porque eu amo e sempre amarei Raquel, nenhuma mulher chegará aos pés dela. Prometi em seu tumulo que jamais teria ninguém além dela. Então pode ter certeza que se estou fazendo isso é porque fiquei acuado pelo momento e preciso sair disso. Pense bem, seria uma boa para você e sua mãe essa divida quitada, você poderá continuar a sua faculdade tranquilamente e procurar algo em sua área.

Ela para e pensa. Acho que atingi em um lugar que ela não tinha pensado.

— Não me responda agora, vá e pense com cuidado e quando você tiver certeza do que você quer me avise.

Helena sai e sua expressão é de confusão. Não é para menos depois da proposta que fiz. Do nada fingir estar namorando o chefe que é viúvo e pai de três crianças.

— Senhor aconteceu algo? Vi Helena saindo desconcertada daqui e como o senhor a puxou para dentro. Ela deve ter feito algo para te deixar com raiva, certo?

— Não, Andreia, não a aconteceu nada pode voltar para sua mesa.

— Sério…

— Sim. Volte aos seus afazeres por favor.

— Sim. Volte aos seus afazeres por favor. Antes disso me chame Smitt por favor.

***

Mandou me chamar senhor? -Smitt o advogado da empresa.

— Sim Smitt. Preciso que verifique tudo sobre Helena, a secretária do meu pai. Descubra tudo. Principalmente se ela deve alguma coisa… Dividas preciso saber se ela tem dividas. Isso. E preciso para ontem.

— Ok senhor. O mais rápido possível o senhor terá tudo em suas mãos. 

Smitt é rápido e em pouquíssimo tempo tenho em minhas mãos tudo relacionado a Helena. Como já dei meu primeiro passo, não posso mais retornar e nem desistir. Vou até o fim para não deixar a empresa que meu pai tanto lutou cair nas mãos de Neithan.

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