— Posso ir embora se não quiser continuar, não tem problema algum. -Helena diz.
— Claro que não! Já estamos aqui, não temos como voltar.
Helena desanima. Ele não desistiria daquilo.
— Não faça essa cara de descontente só porque você não conseguiu o que queria. Coloque um sorriso em seu rosto. -Albert diz.
A entrada deles enche a sala fazendo todos os olhos se voltarem para eles. Anne e Max se recusaram a participar do que eles chamam de “bobagem”. Bem é o que não entendia de nada que estava acontecendo ao redor, tirava um belo cochilo em seu quarto agarrado com seu bichinho de pelúcia.
— Meu Deus! Meu Deus!! -Neithan diz de boca aberta. — Agora eu entendo ainda mais o porquê de você escolhê-la meu grande irmão. Ela é perfeita! Não é muito seu estilo não é?
— Deixa de ser inconveniente Neithan e respeite sua cunhada. -sua mãe diz dando um tapa em seu ombro.
— Sim mãe, eu super respeito minha cunhada. E como respeito. -Neithan sempre é claro e direto com seus desejos. E no momento ele estava desejando Helena.
— As crianças vão descer ou não? -Albert pergunta irritado.
— Então... eles… -sua mãe tenta responder sem ofender Helena. E a mesma percebendo entra no assunto.
— Albert, eles precisam de seu próprio tempo para se acostumarem com tudo isso, são coisas novas acontecendo. Deixe eles no canto deles. -Helena diz.
Albert olha contente para Helena por sua fala e compreensão. O silêncio é logo quebrado com os passos de Bem correndo pela casa. Direto para Helena.
— Oi tia!! O que é tudo isso? -Bem aponta para as tatuagens dela.
— Hum!! Deixa eu ver se falo para você. -ela se agacha para ele poder olhar melhor. — Isso são alguns desenhos que achei muito bonito, e de tanto que gostei decidi colocá-los em mim. O que você achou? Gostou?
Sorrindo Bem responde. — Nossa!!! Isso é muito legal. Pai. -ele pega seu pai pela mão e chacoalha. — Pai. Quero colocar desenhos em mim também. -todos riem de sua fala.
— Claro filho, quando você crescer poderá colocar os desenhos que quiser ok? Agora vamos comer tá bom!?
— Tudo bem. Tomara que eu cresça bem rápido.
O restante da noite Bem passou agarrado em Helena se divertindo e rindo com ela.
Max e Anne por terem lembranças de Raquel não aceitam o relacionamento do pai com ninguém, já Bem por não lembrar e compreender as coisas, se tornou doce e atencioso com o pai, mesmo Albert tentando manter distância deles.
***
Andreia conversando com algumas colegas de serviço deixa escapar o relacionamento de Albert e Helena, e os rumores dentro da empresa começam a se espalhar como fogo em palha seca. Podendo queimar qualquer um que esteja na frente.
Como quem não quer nada Andreia vai até Helena. — É verdade Helena?
— O que Andreia?
— A história que está se espalhando pela empresa toda! Que você e o senhor Albert estão se pegando. E que foi por isso que ele colocou você como secretária dele e me tirou.
“As fofocas começaram a se espalhar. Mas quem poderia ter feito isso?”
— Não!!! Eu não tenho nada com ele. Jamais, é meu chefe. Ele é só o meu chefe!!
"Safada! Mentindo e nem fica vermelha." -Andreia pensa.
— Pode me falar eu não vou contar pra ninguém. Sei que nunca tivemos proximidade e tal, mais eu queria estar mais próxima de você. Sempre gostei de você, só ficava sem jeito de me aproximar.
— Não! Não temos nenhum relacionamento além de patrão e empregada. É só conversa das pessoas por conta dessa mudança, que eu nem sei porque aconteceu.
Helena tenta tirar seu foco dela, e desse assunto. Por um momento consegue não ser o centro das atenções. Mas não dura muito.
***
No primeiro mês de um falso relacionamento poucas visitas foram feitas a família de Albert, tudo para manter a maior descrição possível e que os laços não fossem ficando estreitos. Por mais que Helena desmentia as convernsas na empresa, não se falava de outra coisa além desse relacionamento. Como ela era esperta em fisgar o dono da empresa e assim por diante. Algumas ressalvas pelas pessoas que preferiam Neithan. O terceiro mês que seu pai lhe tinha dado para organizar sua vida e para ele poder se aposentar estava se aproximando.
***
— Farei uma grande festa para marcar este meu encerramento de trabalho.
— Pai não tem necessidade de fazer isso. -na mesa de jantar Albert diz.
— De jeito nenhum Albert. Seu pai fez aquela empresa se transformar no que é hoje. Nada mais justo que fazer uma grande festa para marcar essa fase da sua vida.
Do contra com essa decisão pelo menos algo bom Albert queria tirar disso, e teve a ideia de fazer uma festa beneficente ajuntando as pessoas com mais posses em um mesmo lugar para ajudar pessoas que necessitam além de carinho, dinheiro.
***
— É engraçado vê-la assim Helena, toda coberta. E saber que por trás desta secretária toda correta está uma bagunça.
— Isso foi um elogio senhor?
Hum!. Não sei se pode-se considerar assim.
— Aff!!
— Deixa pra lá. Os meses que meu pai colocou para mim está acabando, e ele vai fazer uma festa beneficente para o encerramento de suas atividades na empresa. E com isso não poderemos esconder mais. Teremos que estar juntos e os funcionários também estarão lá.
— Merda tudo o que fiz para manter as coisas em segredo serão em vão. -ela diz.
— Eu imaginara que esse dia um dia chegaria. Por isso não negava nem afirmava nada, eles recebiam apenas meu silêncio.
Não temos como escapar disso, então espero você lá!!
— Tudo bem. O importante é que está acabando!!
***
Com um vestido preto colado, encorpado, estruturado que ela mesma fez, Helena chega na entrada do hotel de onde seria a festa. Perdida e sem saber para onde ir manda mensagem para Albert.
ESTOU AQUI FORA! VENHA ME BUSCAR, TEM MUITA GENTE E NÃO SEI POR ONDE E PARA ONDE IR.
Helena fica passando frio aguardando a resposta de Albert do lado de fora do hotel. A esperada resposta não vem!"O que eu vou fazer? Não dá para ficar aqui esperando nesse tempo gelado!"— Helena? É você? -a voz que soa em suas costas é familiar para ela. Seus ouvidos reconheceriam de longe. “O quê?”— Eduard? -ela se vira surpresa.— Não acredito que você esteja aqui. Meu Deus! Quanto tempo faz? -um tanto quanto surpreso ele responde.— É... -ela gagueja.— Como o tempo foi generoso com você, está ainda mais linda. Que saudade. -ele enlaça seus braços em torno dela, correndo discretamente seus dedos por suas curvas. — Faz muito tempo mesmo. O que está fazendo aqui? -ela pergunta sorrindo e tirando aquelas mãos rápidas.— Você conhece minha mãe né?! Evento beneficente, essas baboseiras todas. Ela sempre quer estar no meio de pessoas com grana. Infelizmente sou obrigado a estar junto. E você, o que está fazendo aqui?— Vim acompanhando uma pessoa também, mas acho que ele não consegu
Helena olha para Albert pensando na resposta ideal para aquele momento.-Sim. -ela diz sem graça.-Desculpa por atrapalhar vocês... aproveitem hoje.Albert sai levando Helena com ele, eles se entreolham. -O que achou? Falei bem? Te defendi a altura?Helena não fala nada.-Ei? Fiz algo de errado? -ele se vira para ela.-Não. Você foi ótimo! Obrigada por me ajudar e me defender de alguma forma.“Não me lembro de um homem me defendendo assim.”-Tudo bem. Eu não gosto de pessoas que se acham melhores por terem mais dinheiro. Isto não é o certo.Eles seguem até a mesa. Durante as apresentações a mãe de Albert pega o microfone do anfitrião para dar uma notícia que a estava deixando muito feliz.-Queridos, ótima noite para vocês. Estou contente com este evento e com a presença de todos. Vocês devem estar se perguntando o porquê de estar aqui na frente de todos. Estava cumprimentando alguns familiares e passando por entre as mesas e casou de ouvir uma coisa que fez meu coração explodir. Não
-Você e seus joguinhos de novo. Com isso, olha onde você nos enfiou com toda essa bagunça. Vamos acabar logo com isso vai.-Um ano Helena. -ele se aproxima dela. -Vamos ficar casados por um ano e acabamos com tudo. Eu te prometo.-Casar? Sabia que era louco, mas já está passando dos limites.-Se você aceitar este um ano casada, a casa que você e sua mãe vivem poderá ser de vocês.Ela não entende o que Albert fala.-Bem.... você entenderá. -ele se senta perto dela. -Quando aquela minha ideia de namoro surgiu, eu vi você relutante. Com isso pedi para o Smitt procurar tudo relacionado a você e a todos a sua volta. Surpresa!!! Sua casa estava a venda, eu comprei!!! Se você quiser ter aquela casa para sua querida mãezinha, e ainda por cima não ser despejada, só ficar casada comigo por um ano. Podemos colocar mais coisas no contrato se você quiser. Mais dinheiro? Eu acrescento. Vai Helena, será coisa rápida e é uma proposta única. Quando conseguiria comprar uma casa como aquela? Iria demora
Albert vai até a casa de Helena buscá-la para aproveitarem o dia que ela passou bons tempos preparando para aproximar-se das crianças. Ela sai e parece andar em câmera lenta, com um vestido florido que destaca ainda mais sua beleza. O olhar que Albert tem dela é de uma bagunça que dominava a todos ao seu redor, como se fosse engolido por uma loucura que ela não tem controle. Era o oposto com Raquel, a calmaria era tanta, ele sentia saudade disso, daquela paz que sentia quando apenas olhava para Raquel. Helena para Albert era como se estivesse com o próprio Neithan, tão caótica quanto, quando Neithan nasceu, naquele momento acabou a calmaria na vida dele. Sempre dera muito trabalho para Albert, carregar a paz de sua casa o tempo todo era muito cansativo."Agora ter duas pessoas caóticas ao meu lado me deixa completamente confuso, não consigo nem pensar direito."No carro, Max e Anne estão com seus colegas, e Bem, que de tão ansioso não dormiu nada na noite passada. Albert finge que n
— Há muito tempo não via meus filhos tão felizes assim, Helena. Acho que se divertiram mesmo. Muito obrigado por pensar com carinho neles, por mais que eu e você não tenhamos um relacionamento de verdade e uma relação amigável. -Albert diz enquanto vai deixar Helena em casa. — Brincaram tanto que capotaram de tão cansados. Foi muito legal. -ele quer continuar falando, mas sua voz fica embargada. — Eu… eu te agradeço de verdade, do fundo do meu coração, pelo que tem feito a minha família."Observo Albert falar me olhando com aqueles seus olhos verdes brilhantes. E só me dou conta agora do quão deve ter sido sofrido sua vida após a morte de sua mulher. Ser deixado para trás com três crianças não deve ter sido nada fácil. Encarar seus pequenos rostos todos os dias, rostos esses que são um pedaço de Raquel pela casa." Por um instante, Helena se coloca no lugar de Albert e seu coração se entristece. "Eu não saberia lidar com este tipo de situação." — Você não precisa agradecer por nada
ALBERT Helena demora um pouco para me responder, não que eu estivesse esperando, mas assim que meu celular vibra, eu pego rapidamente, e a mensagem não é tão legal quanto eu esperava.MENSAGEM DE HELENAQUE BOM! ESPERO QUE DAQUI PARA FRENTE AS COISAS MELHOREM PARA VOCÊ. PORQUE AQUI EM CASA NÃO SEI COMO AS COISAS VÃO FICAR, MINHA MÃE FICOU SABENDO DO NOSSO BENDITO "RELACIONAMENTO" E ELA NEM ESPEROU PARA PODER EXPLICAR E TAL, SAIU, E ME DEIXOU FALANDO SOZINHA. ACREDITA?MENSAGEM PARA HELENAPUTS, E AGORA? TENHO QUE TER UMA CONVERSA COM ELA PARA ELA NÃO FICAR PENSANDO QUE VOCÊ É SÓ UM PASSATEMPO.Dou risada com minha brincadeira.MENSAGEM DE HELENAVOCÊ É UM PALHAÇO. NÃO PRECISA FALAR COM ELA, EU VOU RESOLVER, FICA TRANQUILO. VOU DESCANSAR, O DIA FOI CHEIO, BOA NOITE, CHATÃO.Sorrio novamente. E faço o mesmo, vou me enfurnar na minha tristeza do dia, entrar no meu quarto e sentir a falta do meu amor.Pela manhã, o clima de casa parecia outro. Dava para ouvir a risada do meu quarto, fique
HELENALogo pela manhã, recebo mensagem de um número que não reconheço me dizendo que Albert passou mal, e me enviando um endereço que parece ser de um hospital. Me arrumo rapidamente e vou direto para lá. Chegando ao hospital, me informo sobre Albert e sou encaminhada até lá. Neithan está do lado de fora do quarto.-O que aconteceu? -pergunto ansiosa.-Não sabemos, ele simplesmente apagou, foi do nada, estávamos conversando e do nada ele... - diz apressadamente.-Calma vai ficar tudo bem. E cadê seus pais?-Estão lá dentro, as crianças ficaram em casa. Vamos entrar, ele vai querer te ver.-Não precisa... -ele nem me deixa acabar e já está me arrastando com ele para dentro do quarto, Albert está deitado, aparentemente dormindo, e seus pais sentados ao seu lado.-Oi Helena, que bom que você está aqui. -sua mãe levanta me abraçando, me sinto mal por estar mentindo assim para pessoas que realmente se importam comigo e que ficam felizes com minha presença.-Oi, como ele está? -pergunto.-
ALBERTQuando acordo, meus pais estão parados na minha frente, Neithan e Helena ao lado, o médico me diz o que devo fazer e o que não fazer. Fico meio confuso sem entender o que eu estou fazendo ali, o que parece ser um hospital. E aos poucos minha mente vai clareando e me lembro da mensagem que recebi. O remorso me pega completamente e desconto tudo o que tenho aqui dentro em Helena. Não vejo motivo para vê-la aqui. Ela sai e fico completamente confuso pensando na negativa dela em aceitar acabar com essa farsa.Ela primeiramente não queria aceitar isso e agora não quer mais deixar passar. Minha mente está completamente confusa, em deixar tudo como está, meus filhos felizes, minha família feliz, sorrisos pela manhã ou voltar ao que era antes. É muito melhor ficar como era antes. Raquel não vai ficar triste, tudo ficaria em paz, é isso que preciso: paz. A dúvida do que fazer, se continuo ou não, me pega. A confusão vem até minha mente, de como não pude ver seu corpo no