P.V. KELLYEstamos sentados tomando nosso café da manha. É estranho ver Lyah sentada na minha frente, normalmente é apenas eu e Eduardo. Normalmente, não. Sempre! Às vezes me pergunto se não será um tédio só nós dois nessa imensa casa. Eduardo não quer morar na minha casa, ele pode dizer que vai, mas conheço meu futuro marido.Minha casa será um cubículo para ele.– Você já tem notícias? – Lyah perguntou ao Eduardo.Estou com minha xícara nas mãos e fechei meus olhos por alguns segundos quando ouvi sua pergunta. Ela podia esperar um pouco mais antes de entramos nesse assunto. Eduardo está sentado na ponta da mesa, eu estou sentada no lado direito e Lyah no lado esquerdo.– Ainda não, Lyah. – Eduardo colocou seu copo em cima da mesa. – Mas estão trabalhando para isso.Ela suspirou e baixou a cabeça.– Por que não come um pouco? – sorri para ela, mesmo que Lyah não me olhasse.– Estou sem fome.Lyah nem mexeu no seu prato. Eu queria convencer minha amiga a comer, mas sei que seria perda
P.V. EDUARDO – Eduardo, você precisa se acalmar… – Me acalmar? – Olhei para ele como se fosse um alienígena. – Está te faltando neurônios como está acontecendo com a minha noiva? Eduardo chegou uma hora depois que a Kelly saiu. Gabriel é meu amigo mais próximo e uma hora ou outra teria que contar para ele tudo que está acontecendo. Resolvi chamar ele para vir na minha casa, mas uma cabeça no meio de toda essa confusão pode vir ajudar em alguma coisa. – Kelly está completamente fora de si. – Continuei com os meus argumentos. – Aquele cara é um assassino. – Não temos provas. – Gabriel dá uma olhada e um pedido silencioso de desculpas para a Lyah. – Infelizmente ainda não temos nada que comprove que Edgar é realmente o assassino. Não estou falando que Kelly agiu certo em fingir que nada está acontecendo e ir trabalhar hoje. – Gabriel está em um sofá e Lyah está sentado numa poltrona abraçando suas pernas. – Mas Kelly não é nenhuma burra, muito menos está faltando neurônios nela. Pode
P.V. KELLY – Estou muito preocupado com a Lyah. – Edgar falou enquanto mexia no notebook. – Ela não me parecia bem a última vez que a vimos e não veio hoje. Estamos na sala de reunião cuidando de um projeto para análise, antes de passar para aprovação de Eduardo ou negar todo o trabalho. Normalmente eu ficaria tão nervosa e com medo que o meu chefe recusasse o trabalho e fosse preciso fazer todo o trabalho novamente. Hoje eu estou nervosa porque o homem do meu lado pode ser um assassino. Saber que Eduardo é o meu chefe não mudou meu desempenho na empresa, mas confesso que foi tranquilizador. Porque antes Eduardo não tinha uma imagem muito boa para mim e hoje se eu for chamada na sua sala não será tão aterrorizante. – Lyah realmente não estava se sentindo bem, cheguei a ligar para ela e ofereci que fosse para sua casa. – Tentei me concentrar no que fazia. – Mas ela disse que precisava ficar sozinha. Tentei insistir, mas ela se recusou. – Então Lyah está sozinha em casa? – Edgar es
– Então quer dizer que eu não estou louca? – Seu olhar voltava lentamente. Lyah me olhou. – Edgar é realmente perigoso?Abracei meu próprio corpo lembrando do Edgar entrando na casa da Lyah. Ainda é desconfortável ver que ele tem habilidade o suficiente para invadir uma casa e não duvido que pode ter matado a Camila Reis.– Teria outro motivo para que Edgar entrasse na sua casa? – Perguntei. Estou ao lado do Eduardo que está sentado no braço do sofá.– Não. – Ela negou com a cabeça rapidamente.– Edgar tem certeza que você viu ele com a Camila. – Gabriel falou pensativo. – Parece que ele quer eliminar a testemunha.Com a Lyah ao seu lado, o olhar de Gabriel veio para mim e Eduardo. Gabriel é um homem muito gentil, assim que cheguei foi muito educado comigo e ao contrário do meu futuro noivo. Gabriel é um homem bem sorridente e gosta de conversar. É uma pena que o momento não seja tão agradável, gostaria de ter conhecido ele em outra hora.Mas já está sendo um grande amigo. Foi Gabriel
– É uma péssima ideia. – Eduardo falou através da escuta que está em meu ouvido. – Eu acho que a péssima ideia foi deixar você ter acesso a essa escuta. – falei conforme me aproximava da minha mesa. Eduardo concordou com o meu plano, mas teve umas condições para podermos colocar o plano em prática. Eu cresci ouvindo que qualquer situação de perigo deveria chamar a polícia e para o meu grupo de amigos é a polícia que está precisando da nossa ajuda. Pela informação que conseguimos com o amigo do Eduardo, não dá o caso da Camila por encerrado. Encontraram algo em sua veia e além das drogas, por mais que a sua família não esteja aceitando a morte da Camila. Eles não pensam na possibilidade que alguém tenha matado. Agora estou para que meus amigos e eu mostremos que o caso não está encerrado e o assassino está à solta. – Olha, quem chegou. – Edgar veio me abraçar assim que me viu. – Está atrasada em. A culpa foi completamente do Eduardo que fez a gente conferir quatro vezes se eu estav
– Edgar vá devagar! – gritei em um pedido desesperado.Tentei me segurar contra aquele banco de qualquer forma possível. Pensei que nem o cinto de segurança seria o suficiente para me manter no lugar. Janela estava aberta e o vento forte vinha o meu rosto, fechei meus olhos com força. Não posso chorar, eu preciso ficar calma.MAS COMO?– Como você pode mentir para mim?! – Edgar estava com um olhar perdido e a voz totalmente diferente, ele parecia estar alucinando. – Eu te amei tanto. E você me largou! – Seu grito me fez estremecer naquela cadeira.– Por favor… – Choraminguei. Eu não continuei pedindo para que ele fosse devagar, porque o olhar dele me dava tanto medo. Eu não tinha ideia que versão de todos esses anos de Edgar estava ali na minha frente.– Te dei tudo que era possível, Laura! Eu te dei o mundo e você preferiu ficar com ele!Laura? Quem é essa Laura? Meu celular vibrar em meu colo dentro da bolsa e agradeci mentalmente por ter tirado o som. Edgar começava a falar coisas
– O que… O que você vai fazer comigo? – Arrisquei em perguntar.Não tem para onde correr. As portas estão trancadas e as chances de eu conseguir pela janela são mínimas. Reforcei o cinto, porque em algum momento iremos bater. Os carros davam espaço para a gente passar. Edgar apertava a buzina constantemente, era questão de tempo que a polícia estivesse em nossa cola. Provavelmente Eduardo deve ter avisado, mas com certeza pela alta velocidade.Eu fiz uma oração rápida implorando para aquela mulher pegar essa criança em seu colo e saísse correndo, Edgar não iria parar para que ela e seu filho passasse pela faixa de pedestre. A mulher gritou pegando seu filho e te jogou para o outro lado. Se machucaram, mas estão vivos.– Ficaremos juntos, meu amor. – Edgar sorriu. – Finalmente ficaremos juntos e nada vai nos separar. – Me olhou antes de voltar a sua atenção para a estrada. – Não se preocupe! Não vou deixar ninguém nos impedir.– E… e a Lyah?Canção do nome da minha amiga fez Edgar ficar
– Pare esse carro agora! – Um dos polícias disse mais uma vez. As ruas pareciam ter sido esvaziadas de propósito. Fazer mais de 5 minutos que estávamos nessa correria pelas ruas de Nova York, a cada curva, a cada caminho que perseguimos as ruas pareciam ficar vazias. Alguns carros tentaram entrar na nossa frente para que Edgar não conseguisse continuar, infelizmente Edgar parecia ser um corredor de fuga. Eu não sei se fiquei feliz, porque a ideia de ter o nosso carro bateu no contra o outro não era nada animadora. Por vezes Edgar era obrigado a diminuir a velocidade, mas não durava muito tempo. Eu não sei se quem me ligava ainda estava na ligação, quietinha no meio daquela perseguição e querendo que tudo acabasse logo. – Laura, meu amor! Fique tranquila, eu vou tirar a gente daqui… – Se entrega. – Pedi. – Por favor se entrega. – O que?! – meu olho por alguns segundos antes de voltar e olhar para aquela bendita rua que não parecia ter fim. – Você está contra mim de novo… – Eu vou