– Pare esse carro agora! – Um dos polícias disse mais uma vez. As ruas pareciam ter sido esvaziadas de propósito. Fazer mais de 5 minutos que estávamos nessa correria pelas ruas de Nova York, a cada curva, a cada caminho que perseguimos as ruas pareciam ficar vazias. Alguns carros tentaram entrar na nossa frente para que Edgar não conseguisse continuar, infelizmente Edgar parecia ser um corredor de fuga. Eu não sei se fiquei feliz, porque a ideia de ter o nosso carro bateu no contra o outro não era nada animadora. Por vezes Edgar era obrigado a diminuir a velocidade, mas não durava muito tempo. Eu não sei se quem me ligava ainda estava na ligação, quietinha no meio daquela perseguição e querendo que tudo acabasse logo. – Laura, meu amor! Fique tranquila, eu vou tirar a gente daqui… – Se entrega. – Pedi. – Por favor se entrega. – O que?! – meu olho por alguns segundos antes de voltar e olhar para aquela bendita rua que não parecia ter fim. – Você está contra mim de novo… – Eu vou
P.V. Eduardo Tem que admitir que focar tanto no trabalho atrasou algumas horas na minha vida. 27 anos, eu poderia já estar casado e com filhos. A ideia de ter filhos não me agrada muito, crianças catarrentas correndo atrás de mim… não, os meus filhos não serão catarrentos e correram atrás de mim. Serão lindas crianças. E mais lindas ainda por puxar a Kelly, melhor mãe que eu poderia achar para os meus filhos. Até hoje me lembro como conheci aquela mulher desastrada. A mulher que esbarrou em mim no dia do meu aniversário, saindo da minha empresa e pronta para ir para o outro canto qualquer. Meu objetivo de convencê-la a sair comigo naquela noite foi para saber da minha própria empresa. Mais uma vez colocando meu trabalho em primeiro lugar. Eu sabia que não tinha uma boa fama com os funcionários, mas é claro que funcionários felizes é uma empresa feliz. Digo em relação aos lucros e ao conversar com a Kelly percebi que os meus funcionários estavam esbanjando muito poder. Poder esse que
P.V. EDUARDO – Quantas horas já devem ter se passado? – Gabriel massageou as têmporas. – Desde que tudo começou ou desde o acidente, ou desde que ela entrou naquela sala de cirurgia? – falei irônico. Gabriel me olhou com um leve sorriso em seu rosto. Minhas ironias nunca agradaram ele, mas hoje ele parecia estar feliz. Gabriel é meu único amigo por simplesmente conseguir aguentar o meu mau-humor. Ele não fica com raiva quando sou grosso com ele ou quando deboche das coisas que a maioria das vezes é sobre o trabalho mesmo. Para falar a verdade o Gabriel é muito parecido comigo nesse quesito, a única diferença é que ele consegue se socializar melhor do que eu. – Estava demorando para esse seu mau-humor começar. Dou de ombros e continuei caminhando com as mãos no bolso da minha calça. – Porque você não pega ela e leva para minha casa? Vocês precisam descansar… – Você mais ainda. – Gabriel me interrompeu. – Não, eu quero estar aqui quando eles chegarem. Os pais da Kelly estão a c
P.V. EDUARDO – Então quer dizer que você é o noivo da minha filha? – O pai da Kelly me olhava sério. – Noivo… dá para acreditar? – Ele olha para sua esposa. Pietro e Vanessa me olhavam o tempo todo e eu tentava não demonstrar o meu desconforto. Era para Kelly estar aqui. – Você pode ser o que quiser da minha filha desde que a trate muito bem… – Nunca faltei com respeito com ela. Kelly é uma mulher que dá muito trabalho. – acabei me irritando ao lembrar da minha noiva. – Ela é teimosa demais. Pietro riu. – É minha filha, mas eu reconheço que sua teimosia irrita. Vanessa olhou para o marido de cara feia. – Olha, quem fala! A Kelly puxou você, coitada de mim que tem que aturar vocês dois. Pietro ficou sério não gostando das palavras da mulher. Vanessa me olhou. – Agradeço por tudo que está fazendo por ela. – É mais que a minha obrigação, eu só não estou casada com a sua filha agora por culpa dela. – Falei. – Com todo respeito a gente já teria casado e contaria só depois. – Por
P.V. Kelly Constantemente escuto vozes ao meu redor. Lyah, Gabriel, Eduardo, meus pais e outras pessoas que eu não faço ideia de quem sejam. E ao mesmo tempo não tinha vontade nenhuma de abrir os meus olhos ou conversar com eles. Não quero ser mal educada, fiz aulas de etiqueta e sei que isso é falta de educação. Mas estou cansada. Talvez uma outra hora eles voltem não sei porque ficam tagarelando perto de mim. Ninguém gosta de acordar cedo e eles estão me forçando a isso, Eduardo me pedia e eu sentia vontade de segurar sua mão quando eu sentia a pele quente sobre a minha. Eu não sei porque ele está com essa voz de preocupação, não sei porque está tão agoniado. Estou cansada, mas daqui a pouco vou acordar e dar um beijo bem gostoso nele. Minha mãe gostava de falar sobre bordados. Não era meu assunto favorito, parecia se aproveitar da minha vontade de não falar. Infelizmente tive que ouvir ela falar, não, ela dá uma aula de bordado. O bom é que ela está por perto e logo vou poder con
Cada vez que eu abria os meus olhos me sentia incomodada com a claridade. Uma semana desde que acordei do coma e ainda não me acostumei. Que engraçado não é? Não me acostumei a está viva. Desde que acordei não tem um só dia que eu não esteja acompanhada com alguém, no começo era apenas o Eduardo e nem meus pais reclamaram. Até que convenci o meu futuro marido a ir para casa descansar e alternar com as outras pessoas. Eduardo não aceitou de primeira, mas a minha família convenceu ele. Não estava sozinha no mutirão de fazer Eduardo ir para casa. – A gente se beijou, mas foi só isso. – Lyah dizia enquanto pintava minhas unhas da mão. – Quero ir devagar, não quero apressar as coisas e dar errado lá na frente. Ou simplesmente não quero ser você e o Eduardo na vida. – Ei! Lyah riu. Eu sei que era apenas provocações da parte dela. – Vai que descobro que de algum jeito é meu chefe também? – Falou rindo. – Não me leva a mal, mas não estou a fim de viver essa vida conturbada. – Posso te di
Minha saída do hospital não foi a mais tranquila, Eduardo não conseguiu me acompanhar porque tinha um trabalho fora da cidade para fazer. Sei que ele ficou se sentindo muito mal por isso, mas eu garanti para ele que estava tudo bem e que ficaria muito chateada se ele deixasse de fazer as coisas dele. Eu estou bem e estarei em casa quando ele voltar. Eu fiquei incomodada com todo aquele cuidado e durante a estrada me deu um calafrio muito grande e foi preciso me dopar. Quando eu acordei estava no quarto de Eduardo. Nos dias seguintes nem precisa dizer o ponto, fui paparicada e muito bem cuidada, era risadas e conversas sem fim. Nem parecia que passamos por uma situação bem difícil. O meu estado atual é o que lembrava, mas os dias foram se passando perfeitamente bem. Consegui conversar com os meus pais, vou estar sem ir para Londres, eu queria me sentir normal de novo. Amo os meus pais e todos que estão ao meu redor. Mas cada um tinha suas vidas a seguir e eles foram, quando Lyah dimin
– Tenho que te contar uma coisa. – Falei assim que o Eduardo entrou no quarto. Lyah não pediu que eu acordasse segredo sobre a sua gravidez. Vamos lá! É o Eduardo aqui na minha frente, ele não é fofoqueiro. Até nisso ele consegue ser chato. E qualquer coisa nova que surge eu preciso contar para alguém, não sei quando eu voltaria a trabalhar e ficar dentro de casa está sendo tedioso demais. – Hum, fala. – Eduardo diz tirar seu terno. – Lá vem você com suas conversas aleatórias. Dou uma risada e me ajeita na cama, sempre escuta cada detalhe que eu falo e já está muito bem interessado em conversar comigo. Eduardo é um ótimo ator. Mas ele não iria fingir que está interessado no assunto, porque envolve o amigo dele. E sempre quando a gente diz que uma pessoa está grávida é algo super surpresa e interessante. – Lyah está grávida! Eduardo parou no meio do caminho, parando tudo que estava fazendo. Eu sabia! Ele me olhou. – Tem certeza? – Concordo com a cabeça repetidamente. – Nossa! Está