NIHARA KUDIMONA Encarámo-nos surpresos, até mesmo assustados. Tobias acabou de ser ameaçado por minha causa, estou arrepiada, os meus olhos procuram nele, alguma reação, alguma resposta. Alguma coisa. Por favor, diz alguma coisa? — Tobias, quem é esse homem? O que ele tem a ver com aquele pervertido. Vamos tirar a queixa — digo com a voz agitada. Ele olha-me, e toca o meu rosto, delicadamente. — Ei, fique calma. Está tudo bem. Não vamos tirar nenhuma queixa. Isso deve ser alguma brincadeira de mal gosto, de algum esterco. — Não, não me parece brincadeira nenhuma e, você também não acredita nisso. Por favor, ainda estamos aqui, vamos entrar e retirar a queixa, não posso e não vou ignorar está ameaça. Não se preocupe — dei um meio sorriso triste, tocando o seu rosto, passando algum tipo de tranquilidade. Nos encaramos em silêncio por breves segundos, as nossas testas apoiadas uma na outra. A respiração controlada em uníssono. Até que ele se afasta de sobressalto
NIHARA KUDIMONA — Como você se sente sobre as alegações de que usou o seu relacionamento com Tobias para obter a sua posição na empresa? — Dona Nihara, você tem alguma coisa a dizer para as mulheres que estão a passar pelo mesmo que você? — Senhora Nihara, fontes próximas ao homem dizem que a senhora o seduzi-o. O que tem a dizer sobre isso? Tento ignorá-los e sair daqui, mas eles impedem-me a passagens. Um misto de raiva, nojo, revolta, se apossam de mim, diante de perguntas absurdas, mas eles continuam a atormentar-me. Sinto lágrimas brotando nos meus olhos. Como eles souberam do abuso? Como posso aguentar tudo isso? Como posso lidar com toda essa pressão?O meu coração acelera, falta-me oxigénio, minha cabeça roda, quando vejo os repórteres e fotógrafos apontando os seus microfones e câmaras a mim, aguardando um pronunciamento da minha parte. Eu pensei que o assunto relacionado a nosso "suposto" caso tivesse esquecido, mas agora a imprensa tem um novo motivo para perse
Tobias Bernstorff Não consigo focar em nada, os meus olhos estão fixos na tela do computador, mas minha mente está em outro lugar. Não consigo parar de pensar nela. Aquela boca carnuda, aquele corpo pequeno. Sinto o coração bater mais rápido só de imaginar a sua presença. Quando disse que estou apaixonado por ela, os seus olhos arregalaram-se, os maxilares tencionaram-se e o corpo ficou enrijecido. Queria que ela retribuísse os meus sentimentos, que me abraçasse e beijasse-me com paixão, mas ao invés disso, fugiu sem dizer uma única palavra. Levanto-me e caminho até a vidraça. Observo a cidade, tentando distrair a mente. Mas não adianta, ela é tudo o que eu consigo pensar agora. Lembro do diário dela, que li apenas uma vez, para conhecer melhor os seus gostos e preferências. Mas havia muito mais lá, informações profundas e íntimas que eu não pude continuar. Agora eu sou um homem desesperado, procurando por respostas. Preciso ler o diário novamente, mergulhar nos seus pe
Nihara Vitti Três dias passaram-se desde a confissão de Tobias, e o meu coração continua num espiral de emoções. Tenho evitado encontrá-lo na empresa, ignorado as suas ligações e mensagens. O medo domina-me, fazendo-me questionar tudo o que sei sobre amor e confiança, sê que sei de alguma coisa. Enquanto caminho pelo corredor da empresa hoje, sinto os olhares curiosos dos meus colegas. Algumas pessoas parecem desconfiar de algo, mas ninguém sabe ao certo sobre a confusão que se instalou dentro de mim. Decido ir para casa e buscar refúgio no conforto do meu apartamento, preciso de um momento para me recompor, para clarear os meus pensamentos e descobrir como lidar com essa informação avassaladora. Chegando em casa, dirijo-me à minha pequena área de treino, — algo que também me ajuda com o transtorno de ansiedade —, onde tenho um saco de pancadas pendurado. Coloco uma música ritmada nos auscultadores, calço as luvas de boxe e começo a desferir socos com toda a força que posso
Tobias Bernstorff Ouço a agitação do salão daqui do meu quarto, todos estão reunidos, enquanto eu me sinto perdido, desanimado, e solitário. A Nihara não me atende, tem-me evitado e não sei dizer se ela vem ou não. Portanto, não estou interessado em comemorar, decidi afastar-me um pouco e buscar refúgio nas minhas próprias reflexões. Sento-me de frente para a janela, segurando o diário de Nihara. Preciso ler para percebê-la, para me sentir perto dela. Ela é organizada, agrupa os seus pensamentos por temas. Observo a página de contactos e, em seguida, deparo-me com uma sessão intitulada "As coisas que amo na vida". Um sorriso involuntário escapa dos meus lábios, mas logo o meu olhar se fixa na página seguinte, marcada como "Traumas e medos." Apesar de sentir-me mal com isso, folheio as páginas, descobrindo os seus segredos. Os meus olhos ardem pelas lágrimas que se formam neles, sinto uma onda de indignação e raiva ao descobrir o maldito idiota que ousou fazê-la chorar, humilhando-a
Saio da sala com a sensação de ter dado uma resposta contundente para as insinuações preconceituosas que enfrentei. A atmosfera silenciosa que se seguiu deixou claro que as minhas palavras atingiram o coração daqueles que carregam preconceitos. Respiro fundo, buscando tranquilidade. Lá fora, peço à minha irmã que me deixe sozinha. Ela assente, e fica parada, observando-me enquanto sigo em direção ao jardim iluminado do outro lado. O meu coração bate descompassado, e a minha mente está um turbilhão, relembrando cada pergunta e cada fala insinuadora que ouvi naquele salão. Olho para trás, verificando se Leandra continua lá, mas, em vez dela, vejo Tobias aproximando-se lentamente na minha direção, o seu olhar transparecendo preocupação. Volto a minha atenção para a bela paisagem à minha frente, abraçando o meu corpo para amenizar o frio que sinto. Tento convencer-me de a não vou deixar que essa situação afete a minha decisão de dar uma oportunidade para nós dois. Sinto o calo
Nihara Vitti Tobias conduz pelas ruas iluminadas da cidade, a todo o vapor, são agora vinte e duas horas, e começo a sentir culpa por deixar a minha irmã sozinha no meio daquela família esnob. — Niah, está tudo bem? — pergunta o Bernstorf, notando a minha preocupação. — Estou preocupada com a minha irmã, esse seria o nosso primeiro natal juntas depois de tanto tempo e eu, a deixei lá sozinha no meio de gente… da sua família — refreio o que ia dizer, para não estragar o clima sexual que nos envolve. — Ela vai ficar bem, não é a primeira vez que ela lida com eles, e a minha mãe gosta dela. — Claro, ela só não gosta de mim — sorrio, divertida. — Tudo bem, minha fera, não vamos falar deles agora. Nós ainda temos a noite toda pela frente. Podemos fazer o que você quiser — ele diz com um tom provocante, fazendo o meu coração acelerar ainda mais. Um sorriso travesso se forma nos meus lábios, enquanto uma ideia ousada passa pela minha mente. A excitação toma con
Tobias Bernstorff Os gemidos intensos que ela solta despertam uma voracidade dentro de mim. Quero marcar cada centímetro da sua pele com os meus lábios, levá-la à loucura. À medida que eu exploro o seu corpo, o meu amor por ela se aprofunda, tornando-me viciado no seu sabor doce e inebriante. O seu corpo reage a mim de uma forma que nunca vi em outra mulher. Ela contorce-se gritando o meu nome entre gemidos guturais com os chupões e penetrações que realizo com a língua voraz na sua boceta. Agarro forte as suas pernas para que não se feche e intensifico os movimentos eróticos que claramente a torturam. Nihara entrelaça os seus dedos no meu cabelo, me fazendo soltar um rosnado prazeroso, e depois anuncia: — Hmm, Tobias — ela grita, tremula as suas mãos agarrando com firmeza os lençóis em desespero — Eu… vou gozar. — Sim, delicia. Goze para mim. O corpo de Nihara entra em combustão, a sua boceta libera todo o fogo que a queimava por dentro. Os espasmos suaves e ritmados a