Luíza —Sabe Naomi, você nunca conseguiu me diminuir nas vezes que nos encontramos e não será agora que isso vai acontecer — começo meu discurso por aí — Você queria me matar para ficar com o Lucca não era? Você... — Ela me interrompe.—Você é uma menininha que não sabe nem o que está fazendo, você acha que ele te ama, mas ....—CALA A PORRA DA BOCA SUA VADIA! — Eu disse que não me seguraria com ela, disse que botaria para fora tudo que está me apertando por dentro. Ela arregala um pouco os olhos, porque estou possessa — VOCÊ QUERIA O AMOR DELE, NÃO É? QUERIA QUE ELE FIZESSE COM VOCÊ TUDO QUE ELE FAZ COMIGO. MAS ADIVINHA SÓ NAOMI... ELE QUIS TER AO LADO DELE A MENININHA COMO VOCÊ ACABOU DE DIZER, SEM EXPERIENCIA NO SEXO E MUITO MENOS NO BDSM, ELE ME QUIS DESDE O MOMENTO QUE POS OS OLHOS EM MIM. ME PEDIU EM NAMORO NUMA SURPRESA INCRIVEL NO TERRÇO DA EMPRESA, COM DIREITO A PETALAS DE ROSAS E TUDO MAIS, ME DEU ESSA COLAR QUE VOCÊ JÁ CONHECE, RASGOU O CONTRATGO DE SUBMISSÃO E SABE PORQUE?
Luíza O que tenho vivido desde que acordei não se iguala ao que o Lucca deve ter passado... essa é uma das coisas da qual eu mais tenho pensado, porque se eu que acordei a quase 48h me sinto assim, imagine o que esse homem que está ao meu lado guiando o carro não deve ter passado. Pensar que tudo que estávamos programando para um futuro próximo que envolveria o nosso filho, foi pelo ralo por causa da maldade e possessividade extrema de uma única mulher, parece até livro de ficção ou aqueles filmes de drama, onde tudo na vida dos protagonistas parece sempre dar certo, de repente vira do avesso trazendo toda tristeza que até então não havia para suas vidas, os deixando sem rumo. É assim que tenho me sentido desde o momento que conversei com o Lucca naquele quarto de hospital. Me sinto impotente por não ter feito nada porque não tinha o que ser feito no estado que eu me encontrava e me sinto impotente agora porque o que ele está sentindo, eu também estou. A sensação de vazio é estranha
Luíza Acordo sentindo uma frestinha de sol batendo no meu rosto, mas pela primeira vez isso não me incomoda, meu corpo parece que precisava disso e olhe que ainda nem senti o sol bater na pele de verdade, é só uma pequena amostra. Olho para o lado, vendo que o Lucca está num sono profundo agarrado a mim da mesma forma que estava antes de pegarmos no sono, acho que desde o dia da tentativa de homicídio da Naomi contra mim — sim, porque foi isso que aconteceu e é uma das coisas das quais ela está sendo julgada — que ele não dorme de verdade e não vou acordá-lo, vou aproveitar que ele está dormindo para bisbilhotar um pouco a casa e fazer um café da manhã reforçado para nós dois, quem sabe eu não traga para ele na cama não é? Meu Loiro merece um mimo, na verdade ele merece todos os mimos do mundo!Tiro um de seus braços de cima de mim numa lentidão absurda para que ele não desperte, ele se mexe um pouco mudando a posição, ponho um travesseiro no meu lugar que logo é agarrado por ele — so
Luíza Na porta está parada uma senhorinha baixinha, cabelos quase grisalhos, óculos de grau, sorrindo simpática para nós, aparentando estar perto dos seus 60 anos.—Bom dia queridos, vocês com certeza são o Lucca e a Luíza, não é mesmo? — Nós dois concordamos apenas com um aceno de cabeça — eu sou a Dra. Abigail, mas já adianto que quero ser chamada apenas pelo meu nome tudo bem? Pois vamos ter momentos bastante íntimos aqui e quero que se sintam à vontade para tal coisa.—Pode entrar Abigail, nos siga por favor! — O Lucca logo toma a frente nos guiando até a sala de estar que para varia, é incrivelmente espaçosa e linda. Deus, será que posso morar aqui? — Pode sentar onde achar melhor, quer alguma coisa para beber? — Alguém está nervoso, o Lucca é educado, mas não é de falar tanto assim com pessoas que está vendo pela primeira vez.—Obrigado pela gentileza, mas estou bem, vou sentar nessa poltrona, acho que terei uma visão melhor de vocês dois, já que pelo que entendi, vão fazer as
Luíza SEGUNDO DIA DE TERAPIA—Como estão hoje? Luíza falará sobre a sua visão tudo bem? — Já estamos na mesma sala de ontem, nos mesmos lugares, prontos para mais uma sessão. Ontem foi intenso, eu e o Lucca conversamos bastante antes de dormir o que também ajudou. Ele me disse que falar o que tinha falado comigo ouvindo, tinha sido libertador, que se sentia melhor do que antes.—Estamos bem Abigail e sim, ela vai falar hoje — ele responde segurando minha mão, sabendo que posso desabafar facilmente ao começar a falar.—Quando estiver pronta Luíza — ela fala com sua calma que já acostumamos apenas com a primeira sessão.—O Lucca falou sobre o início do nosso relacionamento, sobre nossas experiências e medos mas não os expos, sei que ele não o fez porque grande arte tem a ver comigo e ele respeita meu espaço, sempre foi assim — falo olhando dela para ele — bom, eu sou filha única de uma mãe que morreu no parto e um pai que nunca me quis, fui criada por minha avó materna que morreu de c
Luíza TERCEIRO DIA DE TERAPIA—E então... pensaram no que disse ontem? Quem vai falar primeiro? — Ela logo faz a pergunta que já temos a resposta, sei que a dele é a mesma que a minha porque conversamos sobre isso — o que fará vocês seguirem em frente?—ELA—ELE — respondemos ao mesmo tempo sorrindo um para o outro.—Porque? — Ela pergunta e Lucca já dá indícios de que vai falar primeiro.—Porque é com ela que vejo meu presente e futuro, é com ela que me vejo construindo tudo o que for possível, é o amor que sinto por ela que me faz ter certeza que podemos fazer qualquer coisa se estivermos juntos na mesma sintonia — me derreto e emociono ao mesmo tempo.—Minha resposta é exatamente a mesma, Abigail. Não me vejo construindo um futuro sem ser ao lado dele, não me vejo seguindo sem ter ele comigo, não me vejo sendo feliz com outra pessoa que não ele. Pode ser prematuro pensar assim se considerarmos que estamos juntos a quase seis meses..., mas foi com ele que percebi muitas coisas sobr
LuccaSabe uma pessoa feliz? Imagine você aí uma pessoa muito feliz, imaginou? Agora multiplique essa felicidade por mil e o resultado será o tamanho da minha felicidade desde que pedi a Luíza em casamento. Foi espontâneo, não o pedido em si por que eu já vinha com esse pensamento a um tempo, mas o jeito que tudo aconteceu. Depois que a terapeuta foi embora, além de me sentir mais leve do que já me sentia desde a primeira conversa, eu tinha mais certeza do que sentia por Luíza e do que ela sentia por mim... de uma maneira triste, nós acabamos nos ligando ainda mais. A dor nos fez ficar mais fortes, mas mais ainda, fez nós nos amarmos ainda mais, admirarmos o outro ainda mais e hoje todo mundo está vindo aqui para o campo. Eles não sabem ainda da novidade, nem mesmo o meu irmão que está trazendo o anel que eu já havia encomendado, pensando que seria tudo de outro jeito — mas aparentemente ela gostou até mais ter sido como foi — sabe que já fiz o pedido, ele acha que ainda vou fazer e p
Lucca—Concordo Barbie baby — Luíza responde a minha irmã — continuando... vamos casar em exatos três meses nem mais nem menos, esse foi o máximo de tempo que o Lucca deu então nem adianta tentarem uma extensão de tempo porque se eu não consegui, vocês também não vão e sobre o lugar — ela sorri largo antes de falar — será aqui na casa de campo, mais precisamente naquele gramado enorme, ao pôr do sol.—Adorei! — Minha mãe se pronuncia — apesar de achar três meses muito rápido para organizar e saber que trazer tudo para cá vai dar um certo trabalho, nós conseguimos fazer isso não é Elisa? — Minha mãe pergunta e a Elisa concorda na hora — E você Carmem, pode adiar sua volta para três meses porque vai nos ajudar com tudo.—Mãe, nós decidimos que será algo mais íntimo e tem que ter a cor vermelha porque é a cor preferida da Luíza — digo logo, antes que ela ache que faremos uma festa domo as que ela dá na cidade.—Podemos fazer isso! — Minha mãe diz.—Contem comigo — responde minha tia.—V