Dante Escuto o som desesperado da sua voz e só então vejo o estrago que fiz. Ofegante, eu me afasto e observo o homem desacordado. — Você está bem? — questiono sem desviar os meus olhos dele. O seu toque me faz acordar e uma calmaria começa a dominar o animal enfurecido em mim. — Ei, eu estou bem! — Ela afirma suavemente e eu assinto, observando o quanto está trêmula. Não, ela não está bem. Penso. — Você pode... pode me tirar daqui, por favor? — Vem comigo! — O que há de errado comigo? Penso no mesmo instante que levo a minha mão a base da sua coluna, sentindo algo diferente acontecer dentro de mim. Deve ser o meu instinto de proteção, certo? É isso! Uma vontade insana de colocá-la no meu colo e de cuidar dela. Entretanto, isso nunca aconteceu comigo antes. Quer dizer, eu já salvei mocinhas em perigo e em troca recebi algumas gratificações digamos um tanto ardentes, que me fizeram gemer como um louco em cima de uma cama, se é que me entendem, mas não é o caso aqui. Enquanto o veícul
Dante Observo atentamente a Lilian andar pela ampla cozinha. Ela vai até uma pequena adega suspensa, onde há três garrafas de vinho e depois vai até o móvel que fica acima da pia e pega duas taças. Sem me olhar nos olhos, ela se aproxima do balcão de mármore e põe as taças, uma delas a minha frente e a outra fica do outro lado do balcão a sua frente, a garrafa fica bem no meio, depois vira-se de costas para mim e abre uma gaveta, pegando um saca rolha e me estende o objeto. Eu o pego deixando o meu dedo mindinho roçar levemente nas costas da sua mão e ela me olha rapidamente. — Petiscos? — sugere com um tom firme e eu me pergunto se não há alguma brecha nessa sua armadura? — Pode ser.— Me ponho de pé e começo a abrir o vinho e ela vai até a geladeira, pegar alguns ingredientes lá dentro. Lilian começa a cortar um queijo branco em cubos e eu sirvo duas taças para nós dois e resolvo eu mesmo iniciar uma verdadeira interação com ela. — Não vai me parabenizar? — pergunto com um tom le
Dante — Chega de conversa, Senhor Travel — ralha autoritária e bruxinho me deixando com água na boca. Sorrio e volto a beijá-la, me livrando das últimas peças que nos separam. Depois das muitas carícias, me revisto com uma camisinha e me acomodo no meio das suas pernas. Lilian mãos uma vez me lança um olhar indecifrável e por algum motivo sinto o seu corpo estremecer. Mas o que? Droga, Dante isso deve ser coisa da sua cabeça! Me repreendo e segurando o meu membro, o massageio e em seguida posiciono a cabeça bem na sua entrada que está úmida e escorregadia, escorregando para dentro dela. — Urg! — Ela geme dolorida e eu paro no ato. Lilian parece prender a respiração e aperta demasiado os meus ombros. Ergo a cabeça para olhá-la e noto algumas poucas lágrimas em seus olhos. — Puta merda, Lilian! — rosno paralisando imediatamente. — Por que não me contou? — Tento reclamar, porém, ela leva o indicador para a minha boca e faz um chiado em seguida. — Eu estou bem! — sussurra. Engulo e
Lili Na manhã seguinte acordei sem ânimo para sair da cama. Não exatamente da minha cama e sim, a de Alice, pois corri para o quarto da minha filha no meio da madrugada e enfim, apaguei abraçada ao seu corpo. Contudo, assim que ela abriu seus lindos olhos encontrei um motivo para sorrir e quase uma hora depois, estamos paradas bem na frente do prédio da Beaumont. Eu, completamente insegura e sem saber exatamente o que fazer, e Alice animada para mais um dia. — Não vamos entrar, mamãe? — Minha filha pergunta me despertando e antes de lhe responder, eu respiro fundo para me encher de coragem. — Claro, filha! — Forço uma firmeza na voz que eu não tenho e seguro firme na sua mão como se desse gesto dependesse a minha vida, para finalmente entrar no enorme e luxuoso hall da empresa. No elevador dou algumas batidas nervosas com o pé no chão encarpetado, enquanto aguardo que pare no oitavo andar e puxo outra respiração profunda quando as portas metálicas se abrem. Assim que ponho os pés pa
Lili À medida que adentro o prédio de escritórios uma avalanche de olhares curiosos nos acompanha em cada passo que damos, mas estou irritada demais para pensar nisso. Mais uma vez Dante Travel tornou-se uma pedra no meu sapato e agora ele me deve mais uma. Dentro do largo corredor do vigésimo andar não é muito diferente. De rabo de olho vejo alguns funcionários nos olham com curiosidade e alguns até cochicham entre si. Me pergunto se eles não o que fazer para ficar vigiando a vida alheia? — Bom dia, Senho... — Ignoro completamente a cordialidade da moça bem-vestida e praticamente invado o elegante escritório do presidente da Travel. — Lilian? — Dante fala exibindo um sorriso grande e satisfeito, saindo de trás de sua mesa. Como sempre, Alice larga a minha mão para correr para os braços do homem que se agacha para recebê-la com um carinho que ainda não estou acostumada a assistir. Contudo, inevitavelmente os meus olhos percorrem o corpo alto e forte, vestido em um conjunto de terno
Lili — Nada importante. Eu... eu volto depois. — Escuto a porta se fechar em seguida. Ele se vira para mim e os nossos olhos se encontram. Os dele completamente receosos e os meus... bom, eu queria esconder a minha cara em qualquer buraco escuro. — Eu vou pedir para a minha secretária preparar a papelada. — Ele diz como se nada tivesse acontecido entre nós e eu dou graças aos céus por isso. — Você pode começar amanhã? — Amanhã? Claro! — Faço um gesto de desdém e ele acena uma sim para mim. — Ótimo! — Ele sorri e eu forço um sorriso. — Ótimo! — repito. Nossa, isso é ridículo, parecemos dois idiotas! *** Logo mais à noite... — Mamãe, já são sete, de que horas o papai vem? — Alice pergunta sentando-se em minha cama. Ela está linda usando um vestido azul estampado de alcinhas e um diadema com laços da mesma cor. Sorrio amarrando o cinto de tecido do lado na minha cintura e abro os braços para minha filha. — Como estou? — pergunto mostrando-lhe a calça Capri cor de telha, uma blusa
Dante Esse jogo de gato e rato está mexendo comigo de um jeito que chego a sonhar com momentos quentes entre nós dois. Talvez o fato de Lilian me enfrentar me deixe assim, mas sério, isso já está ficando cansativo e já não sei o que fazer para baixar a sua guarda. O lance da garotinha até que serviu para algo se insinuar entre nós dois. No entanto, descobrir que sou realmente o seu pai me fez sentir útil de verdade pela primeira vez. Quer dizer, eu tenho uma mega responsabilidade com as empresas da família e a minha mãe depende de mim para ter tudo o que sempre teve, mas uma filha? Isso é diferente em todos os sentidos. É um ser que realmente depende de mim, que eu posso moldar ao meu modo, amar de um jeito nunca amei ninguém e cuidar, essa se tornou a melhor parte de conhecê-la. E porra, o que eu sinto por aquela menina hoje é inexplicável. Com um suspiro relaxo no encosto do estofado do banco traseiro do carro e encaro a lua redonda, abafada por algumas nuvens grossas, no entanto, e
Dante — Olha isso, está indo para o Havaí em pleno horário de trabalho, Senhor megaempresário? — Max me recebe com o seu bom humor de sempre, porém, ignoro seu tom brincalhão e vou direto ao ponto. — Trouxe o contrato que te pedi? — Nossa, que mal humor! — Ele rosna, largando um envelope em cima da mesa. — Aqui está e ela tem razão. — Como assim, ela tem razão? — O malandro do Stuart acrescentou uma cláusula que não percebemos e que ele fez questão de não citar em nossa reunião. — Um detalhe que você não percebeu! — O acuso puto da vida. — O que diz a porra da cláusula? — Que ambos não podem ter um relacionamento enquanto o contrato estiver em vigor. A quebra dessa cláusula implicará a aceitar as condições de um dos lados ou a perda de tudo. — Puta merda! — Xingo esfregando o rosto exasperado. — Acredito que esteja referindo-se a uma traição, Dante. — Rio descaradamente. — Que porra de condição é essa? — Ele dá de ombros. — Relaxa, cara! Você não está se envolvendo com ningu