Parte 2...Fellipe disse que eles moravam ali, em uma cobertura grande, mas até o momento ela não estava reconhecendo as lojas, as ruas, as praças. Era como se ela estivesse chegando na cidade agora.Estava achando tudo muito bonito organizado, mas não tinha a sensação de que ali era sua casa, seu lugar de moradia. Isso a deixou inquieta.Ele entrou em uma garagem grande, embaixo de um prédio muito bonito e moderno. A fachada era de concreto e vidro. Olhou para cima por um momento, esperando ter um sinal e nada. Continuava sem lembrar.Mordeu o lábio. Ele abriu a porta para que saísse e segurou sua mão. Entraram no saguão do prédio e passaram pela portaria. O homem que estava lá falou com ela, um tanto espantado. Isso a deixou curiosa.Por que ele se espantou ao vê-la?Fellipe a levou até o elevador. Se sentia um pouco tímida de estar ali com ele. Estava com uma barriga enorme e isso era estranho. A última vez que recordava de si mesma ela não tinha todo esse volume na frente e nem es
Parte 3...— O que você vai fazer?— Vou preparar o jantar. Vou ver o que Miranda pediu e podemos comer juntos. Onde prefere? Aqui na sala de jantar ou direto na cozinha?— Onde você quiser para mim está bom.Largou a manta em cima do sofá e andou devagar pelo apartamento, olhando tudo tentando ativar a memória. Não era só grande e moderno como ele havia dito. Era bem luxuoso e cheio de coisas caras. Ela não entendia muito de arte, mas dava para ver que as obras eram de qualidade.O piso era maravilhoso. Retirou os sapatos e sentiu o frio gostoso do granito claro, mexendo os dedos. Foi entrando em portas que estavam fechadas. Encontrou o escritório dele.A grande mesa de madeira decorada chamava a atenção. Correu a mão em cima, sentido seu material e por um instante teve um flash de que já esteve ali.Veio à sua mente os dois ali, juntos, agarrados em cima da mesa, ele entre suas pernas. Tocou a barriga subindo e descendo a mão. Aí estava a resposta de como tinha ficado grávida.Será
Parte 4...— Não saber me deixa ansiosa - foi teimosa.— O médico disse que as coisas vão voltar aos poucos, então é melhor não forçar.— Parece que você não me fala de propósito - retrucou.Ele fechou o semblante e a olhou levemente chateado.— Não abuse de sua condição e nem tente me fazer chantagem. Eu sei bem como você é - levantou — Vou fazer uma chamada e já volto. Termine seu jantar.Ele saiu e a deixou sozinha, se sentindo mal. O que ele queria dizer com sabia como ela era?***************Fellipe fechou a porta do quarto. Cora estava dormindo. Ele a cobriu e por um impulso a beijou na testa.Foi para a varanda e sentou na grande cadeira de madeira e ligou para o irmão do meio. Com certeza agora os irmãos já sabiam por alto que ele estava de novo com Cora. Tinha enviado uma mensagem curta apenas para que soubesse porque não iria poder comparecer na reunião.Seu celular estava cheio de mensagens e claro, algumas eram de seus irmãos. Mas não leu nenhuma e ligou direto para Alez
Parte 1...De manhã quando acordou, Cora se sentia mais descansada. A cama era muito confortável e os lençóis cheirosos e macios.Dormiu tão bem que chegou a sonhar que Fellipe estava dormindo ao lado dela com a mão em sua barriga, a protegendo. Mas não deve ter sido isso. Ele ainda parecia um pouco distante dela.Não sabia se isso era por causa de seu problema, que ele não queria forçar sua mente ou se eles eram assim mesmo antes.Se fossem assim antes não seria nada bom. Como ela poderia ter aceitado seu pedido de casamento se eles tinham um relacionamento frio e até polido demais.Ele seria assim mesmo? Ficou pensando.— Venha comer um bom café da manhã - ele entrou no quarto e ela sentou na cama — Como se sente hoje?— Bem - disse baixinho.— Então vamos comer - alisou seu joelho — Está tudo pronto na cozinha. Guine deixou tudo como sempre.Ela franziu a testa.— Guine... Nossa empregada? Ela vem quatro vezes na semana para deixar tudo em ordem, faz compras, cozinha... Essas coisa
Parte 2...— Você sofreu um acidente, querida.— Foi um acidente de carro? - aumentou os olhos — É por isso que tenho essa cicatriz atrás, na cabeça? - tocou o local sentindo.— O médico disse que você não deve se forçar a recordar. As imagens e tudo mais irão voltar aos poucos, de acordo com sua recuperação. Se ficar forçando, vai acabar angustiada e vai sofrer mais.— Mas eu quero saber, Felipe - disse com voz chorosa.— Eu sei disso - ele levantou e foi até ela, segurando seus braços — Só que você vai ter que aprender a esperar.— Foi muito sério? Eu atropelei alguém?Ela cobriu a boca com a mão, ficando nervosa. Se ela tivesse matado alguém iria se sentir culpada para o resto da vida.— Não, você não atingiu ninguém.— Então, eu estava sozinha no carro? - sua voz se elevou — Eu saí sem você? Onde você estava?Ele percebeu que ela começava a perder o controle. Estava respirando rápido e segurando seus braços com força.— Calma, querida, calma - a abraçou.Fellipe sentiu um remorso
Parte 3...Ela ficou pensando que agora tinha que se cuidar para seu casamento com Fellipe e também para cuidar de seu filho que em breve estaria em seus braços. Faltava pouco tempo.Acabou pegando no sono, era o que precisava.Quando despertou não sabia que horas eram e foi até a sala. Encontrou Guine no corredor e lhe perguntou sobre Robin.— Ela está lá na cozinha. Estávamos conversando um pouco.Ela foi até lá. Robin bebia um suco de abacaxi que Guine havia feito, mas ela não quis. Não era muito de frutas cítrica. Parou e sorriu. Outra recordação. Isso era bom.Garantiu a Robin que não precisava de nada e que daria uma caminhada pelo apartamento para se mexer um pouco. Como era grande, poderia ir de um lado a outro devagar e mexer as pernas.Foi passando pelos cômodos. Depois de um tempo se sentiu estranha em estar ali. Era tudo muito bonito, mas era como se ela nunca tivesse morado ali mesmo. Era uma decoração muito masculina. Tudo caro, bonito, de bom gosto, mas não sentia um t
Parte 4...Suas mãos tremeram ao imaginar isso acontecendo com Cora, enquanto ele ficava aqui, continuando a vida como se ela não tivesse passado por ele e deixado um pouco de si.Meses o homem disse. Há quanto tempo ela teria sido levada e por quem? E para que sequestrar uma pessoa que não tinha nada?Quando ela saiu do apartamento após ele ter mandado, saiu sem levar nada, nem mesmo uma bolsa. Por isso esperou que voltasse depois de um tempo, ao menos para pegar o que deixou, mas isso nunca aconteceu.O investigador do caso disse que ela estava em choque. Arrombaram a porta do quarto e ela estava deitada em uma cama estreita, com o pulso amarrado em uma corrente, ligada a uma argola de ferro na parede.Fechou os olhos. O ódio que sentiu ao ouvir isso foi grande. Ficou tão transtornado que até perdeu a educação e xingou os homens, como se eles tivessem culpa, mas era apenas frustração.Não tinham prendido ninguém ainda. Os homens que estavam dentro da casa fugiram quando foi invadida
Parte 5...Ele sentiu que estava magoada. Era de se esperar.— Não é desse jeito, Cora.Ela o olhou e deu uma risadinha.— Nossa, imagine se fosse - riu de novo — Este quarto não é o seu, o que é esquisito já que somos noivos... Não tem nenhuma foto de nós dois pela casa toda... Você é frio e distante o tempo todo... - inclinou a cabeça erguendo a sobrancelha de novo — Bem estranho... Me deu o maior susto quando me viu mexendo no computador - abriu as mãos — Por acaso eu fiquei grávida como? Fazendo um procedimento médico?— Cora...— Só pode ser - deu de ombros — Porque você e eu temos vidas separadas, disso eu sei - ergueu a mão — Tem algo bem esquisito e você não quer me falar.Ela estava se exasperando e ele não queria isso. Pegou sua mão.— Não tem outro jeito, Fellipe. Eu posso até estar estragada na mente - gesticulou cutucando a testa — Mas eu me lembro que precisa ter contato entre homem e mulher para ficar grávida, só que comigo parece que foi diferente - puxou a mão com for