Seria possível alguém morrer de puro nervosismo?
De onde ele havia tirado toda aquela calmaria quando sentira Gabriel segurar seus pulsos e conversar consigo? Pelos céus, havia desenvolvido novas habilidades por acaso?
O coração batia desenfreado dentro do peito de Theodore. Lilian havia lhe aconselhado a ser indiferente com o alfa, agir como se nada tivesse acontecido. Dentro da cabeça do ômega aquilo seria apenas uma provocação para extrair uma reação esperada. Queria saber como Gabriel reagiria ao vê-lo tão diferente.
— Você tem que admitir que ele ficou babando quando te viu.
Lilian era a mais empolgada, mesmo que os dois estivessem enchendo as garrafas no bebedouro com água gelada. O lugar era afastado da bagunça entre os participantes do campeonato, dando vista para o time que usava o uniforme preto e dourado.
— Seu plano d
Acordara de seus devaneios quando o grito das arquibancadas fora alto o suficiente. O grupo de garotas que costumavam torcer por Milles não faltaram ao compromisso e celebravam o primeiro ponto feito pelo time.Quando Theodore prestara atenção no que realmente acontecia em quadra, engolira em seco. As três figuras que tornavam o time forte pareciam cobertas por chamas escaldantes. Seria esperado de Nicolas, afinal ele ainda estaria bravo pelo o que ocorrera anteriormente, mas aqueles dois alfas? Era muito estranho.O mais estranho ainda eram os olhares daqueles três sobre si. Mais uma vez esperaria isso de Nicolas, e até mesmo de Gabriel, mas de Milles? Oh céus, o que havia acontecido com o mundo?Virando a cabeça disfarçadamente, Theodore buscara pela amiga na primeira fila das arquibancadas, arregalando os olhos claros em um pedido de ajuda. A pobre garota parecia surpresa quando ba
Como seria possível diferenciar o sonho da realidade?Para Theodore, era impossível.Mesmo que piscasse diversas vezes, ou então que repousasse suas mãos nos ombros de Gabriel para empurrá-lo, tudo parecia surreal demais para ser realidade. Tinha que ser um sonho. Por que não havia motivos para Gabriel beijá-lo.Permanecendo parado sem ser capaz de corresponder e nem de fugir, Theodore mantivera os olhos abertos catatônicos no alfa à sua frente. Quando o beijo fora findado e vira os cílios escuros e compridos se moverem em um piscar, o ômega perdera as palavras em sua cabeça a não ser por uma.— Gabriel...Sussurrando rouco aquele nome, notara um movimento em seus olhos como se recuperasse a sanidade outrora perdida. O alfa umedecera os lábios com a ponta da língua parecendo nervoso, no entanto não se distanciou do ômega loiro,
Quando se experimenta o desejo ele fica marcado na pessoa como uma tatuagem. Sempre visível para lembrar as sensações, sem opções de fugir do que poderia acontecer. Apenas para te mostrar que há algo a ser sanado.Quando havia sido beijado por um baixinho marrento, Milles havia se perdido completamente no misto de emoções. O primeiro pensamento era de um beta querendo arrumar briga consigo usando métodos sujos. Porém, o cheiro que sentira e as sensações que tivera quando Nicolas brincara com seus lábios para humilhá-lo apontavam para outros caminhos.Conexão.Se sentira conectado à Nicolas de uma maneira inexplicável.Muitas perguntas surgiam em sua cabeça o deixando na beira da loucura. Desde aquele maldito dia passara a procurar pelo seu capitão por onde quer que passasse. Imaginara que seria para evitar outra briga, ou go
— Que merda é essa? Tente não gamar? Quem raios ele pensa que é pra me fazer de trouxa desse jeito?Theodore assistia seu melhor amigo andar de um lado para outro resmungando e xingando aos quatro ventos sem parar. Mesmo com um hambúrguer em suas mãos, mordendo grandiosos pedaços, o baixinho não deixava de falar.— Eu te disse que aquele beijo iria trazer problemas, mas você não me ouviu.— Joga na cara! Sabe muito bem o motivo de eu ter feito aquilo, e é assim que me agradece.— Nico, sabemos muito bem que você fez aquilo mais pra irritar Milles do que pra me proteger. Além disso, Gabriel estava lá...— Gabriel, Gabriel, Gabriel. Toda vez que tu abres a boca é pra falar daquele filho da puta. — Repentinamente Nicolas parara de andar, virando-se furiosamente para o amigo lhe apontando o in
Para Nicolas, Milles era uma pessoa irritante que despertava o seu pior lado. Desde o momento em que se conheceram e disputaram o espaço para ser capitão do time, os dois vivem brigando. Só de ficar no mesmo lugar já era o suficiente para seus nervos saltarem ansiando por um embate.Xingá-lo e derrotá-lo era sempre prazeroso. E quando saiam no soco era revigorante, pois sentia que algo em si sempre ficava feliz.Por que era tão bom odiar uma pessoa como Milles?Proteger o seu melhor amigo era sua missão enquanto estivessem naquela escola. Lutaria contra quem fosse necessário para livrar Theodore de ser abatido por qualquer um que ousasse. E se a pessoa que enfrentaria fosse Milles, então usaria cada gota de sua força.
Nicolas entrelaçava seus dedos aos de Theodore mantendo-as debaixo de seu moletom. Seu sorriso débil alargara quando o seu time perdera um ponto sem que o bloqueio parecesse atento ao ataque. — Ei seus moleques, foca no maldito jogo! — Gritava o técnico irritado. Os dois alfas estavam completamente desestabilizados por prestarem atenção no que Nicolas fazia com a mão de Theodore. Não seria necessário fingir estar sendo masturbado, apenas a mão de seu amigo em um lugar não visível seria o suficiente para provocar. Milles encarava o capitão respirando fortemente mesmo estando na rede. O alfa não liderou o time como deveria fazer, deixando seus colegas completamente perdidos e por conta na quadra. Nicolas arqueava a sobrancelha saboreando cada vez mais o prazer de ver Milles furioso. Mesmo que não soubesse o motivo de sua fúria. — Nico o que está fazendo? O capitão não parecera escutar seu melhor amigo, já que não
— Mantenham o maldito foco! A bola fora sacada para o outro lado e outro rally começara. Os rapazes na rede erguiam os braços criando o bloqueio tentando ler os movimentos do adversário. Milles esticara o braço para o lado impedindo que a sua abertura fosse usada pelo atacante. O bloqueio fora bem-sucedido e assim o segundo ponto fora garantido. O segundo set trouxera sorte para o time de Nicolas, que conseguira garantir um placar avantajado sem dar brechas ao adversário. E assim como haviam imaginado no primeiro set, eles começaram a jogar com mais garra por Nicolas estar em quadra. Nicolas suava com seus cabelos grudados no rosto, completamente focado nas jogadas. Quando finalmente o rodízio o colocara na rede, usara e abusara de seu ataque rápido tendo de trabalhar com Gabriel. O ponto positivo era que o alfa moreno deixara sua briga para fora da quadra, cooperando com seu capitão pacientemente. Usando tanta energia em quadra para p
Enquanto o time usava os vestiários para se banharem e se prepararem para retornar ao ônibus, Nicolas fora o único que permanecera no lado de fora esperando. Os adesivos já não faziam mais efeito.— É melhor voltar comigo, se não poderá dar problemas no ônibus.— Tem razão. Pode avisar ao técnico por mim?— Que desculpa devo dar?— A de sempre, que o cansaço me deixou mau humorado e quero dormir.Theodore rira do amigo lhe dando um afago nos ombros.— Vou ligar pra minha mãe e te encontro lá na frente.Assentindo para o seu melhor amigo, Nicolas acenara para ele. Pouco tempo depois da saída do ômega, Gabriel saíra do vestiário com seu moletom escuro e a bolsa esportiva.Os dois se entreolhavam sem dizer uma palavra, gerando uma tensão entre eles. O dia tinha sido corrido