Quando se experimenta o desejo ele fica marcado na pessoa como uma tatuagem. Sempre visível para lembrar as sensações, sem opções de fugir do que poderia acontecer. Apenas para te mostrar que há algo a ser sanado.
Quando havia sido beijado por um baixinho marrento, Milles havia se perdido completamente no misto de emoções. O primeiro pensamento era de um beta querendo arrumar briga consigo usando métodos sujos. Porém, o cheiro que sentira e as sensações que tivera quando Nicolas brincara com seus lábios para humilhá-lo apontavam para outros caminhos.
Conexão.
Se sentira conectado à Nicolas de uma maneira inexplicável.
Muitas perguntas surgiam em sua cabeça o deixando na beira da loucura. Desde aquele maldito dia passara a procurar pelo seu capitão por onde quer que passasse. Imaginara que seria para evitar outra briga, ou go
— Que merda é essa? Tente não gamar? Quem raios ele pensa que é pra me fazer de trouxa desse jeito?Theodore assistia seu melhor amigo andar de um lado para outro resmungando e xingando aos quatro ventos sem parar. Mesmo com um hambúrguer em suas mãos, mordendo grandiosos pedaços, o baixinho não deixava de falar.— Eu te disse que aquele beijo iria trazer problemas, mas você não me ouviu.— Joga na cara! Sabe muito bem o motivo de eu ter feito aquilo, e é assim que me agradece.— Nico, sabemos muito bem que você fez aquilo mais pra irritar Milles do que pra me proteger. Além disso, Gabriel estava lá...— Gabriel, Gabriel, Gabriel. Toda vez que tu abres a boca é pra falar daquele filho da puta. — Repentinamente Nicolas parara de andar, virando-se furiosamente para o amigo lhe apontando o in
Para Nicolas, Milles era uma pessoa irritante que despertava o seu pior lado. Desde o momento em que se conheceram e disputaram o espaço para ser capitão do time, os dois vivem brigando. Só de ficar no mesmo lugar já era o suficiente para seus nervos saltarem ansiando por um embate.Xingá-lo e derrotá-lo era sempre prazeroso. E quando saiam no soco era revigorante, pois sentia que algo em si sempre ficava feliz.Por que era tão bom odiar uma pessoa como Milles?Proteger o seu melhor amigo era sua missão enquanto estivessem naquela escola. Lutaria contra quem fosse necessário para livrar Theodore de ser abatido por qualquer um que ousasse. E se a pessoa que enfrentaria fosse Milles, então usaria cada gota de sua força.
Nicolas entrelaçava seus dedos aos de Theodore mantendo-as debaixo de seu moletom. Seu sorriso débil alargara quando o seu time perdera um ponto sem que o bloqueio parecesse atento ao ataque. — Ei seus moleques, foca no maldito jogo! — Gritava o técnico irritado. Os dois alfas estavam completamente desestabilizados por prestarem atenção no que Nicolas fazia com a mão de Theodore. Não seria necessário fingir estar sendo masturbado, apenas a mão de seu amigo em um lugar não visível seria o suficiente para provocar. Milles encarava o capitão respirando fortemente mesmo estando na rede. O alfa não liderou o time como deveria fazer, deixando seus colegas completamente perdidos e por conta na quadra. Nicolas arqueava a sobrancelha saboreando cada vez mais o prazer de ver Milles furioso. Mesmo que não soubesse o motivo de sua fúria. — Nico o que está fazendo? O capitão não parecera escutar seu melhor amigo, já que não
— Mantenham o maldito foco! A bola fora sacada para o outro lado e outro rally começara. Os rapazes na rede erguiam os braços criando o bloqueio tentando ler os movimentos do adversário. Milles esticara o braço para o lado impedindo que a sua abertura fosse usada pelo atacante. O bloqueio fora bem-sucedido e assim o segundo ponto fora garantido. O segundo set trouxera sorte para o time de Nicolas, que conseguira garantir um placar avantajado sem dar brechas ao adversário. E assim como haviam imaginado no primeiro set, eles começaram a jogar com mais garra por Nicolas estar em quadra. Nicolas suava com seus cabelos grudados no rosto, completamente focado nas jogadas. Quando finalmente o rodízio o colocara na rede, usara e abusara de seu ataque rápido tendo de trabalhar com Gabriel. O ponto positivo era que o alfa moreno deixara sua briga para fora da quadra, cooperando com seu capitão pacientemente. Usando tanta energia em quadra para p
Enquanto o time usava os vestiários para se banharem e se prepararem para retornar ao ônibus, Nicolas fora o único que permanecera no lado de fora esperando. Os adesivos já não faziam mais efeito.— É melhor voltar comigo, se não poderá dar problemas no ônibus.— Tem razão. Pode avisar ao técnico por mim?— Que desculpa devo dar?— A de sempre, que o cansaço me deixou mau humorado e quero dormir.Theodore rira do amigo lhe dando um afago nos ombros.— Vou ligar pra minha mãe e te encontro lá na frente.Assentindo para o seu melhor amigo, Nicolas acenara para ele. Pouco tempo depois da saída do ômega, Gabriel saíra do vestiário com seu moletom escuro e a bolsa esportiva.Os dois se entreolhavam sem dizer uma palavra, gerando uma tensão entre eles. O dia tinha sido corrido
Que domingo intenso!Quando acordara naquele dia, Gabriel esperava ficar nervoso por conta das partidas oficiais que disputaria pela primeira vez. No entanto, o universo parece ter conspirado para que o jogo fosse o menor de seus problemas.Admitia que estava gostando de Theodore, principalmente depois do encontro secreto após a primeira partida.Odiava ter Nicolas sempre tocando o ômega loiro, criando uma defesa para repudiar sua aproximação. Justamente ele que se encontrava necessitado de sentir aquela sensação mais uma vez.A forma como abordara o loiro fora completamente desesperadora, porém eficaz. Enfim tivera a resposta de Theodore sobre o que achava dele, se o desejava. Seu coração quase pulara fora do peito tamanha a sua felicidade.E o cheiro de Theodore? Pelos céus, que viciante!Depois de sair do vestiário, Gabriel tinh
Na segunda-feira a escola estava em polvorosa pela vitória do time de vôlei em suas primeiras partidas. No instante em que Milles pisara no pátio e se sentara na fonte, fora cercado pelos demais estudantes que o parabenizavam fazendo convites para festas. E é claro, não faltaram as garotas passarem cantadas descaradas elogiando o bom desempenho do atleta.Seria um alvoroço corriqueiro para o alfa, da qual responderia com suas brincadeiras e piadas. No entanto, ele não conseguia se sentir confortável em estar tão envolvido com cheiros diferentes. Era enjoativo.Para não levantar suspeitas, vestira a máscara do atleta em ascensão dando atenção para os seus colegas.— Votarei em ti para ganhar o concurso, Milles!— Opa! Eu agradeço, seria de grande ajuda pra galera da minha sala tentar não me matar.<
— Até o soro terminar e a febre baixar ele deve ficar aqui em observação. Pedirei para ligarem à mãe dele, então por favor avisem ao professor que o aluno irá se ausentar.— Mas você sabe o que ele tem? — Questionava um Milles preocupado, intercedendo o caminho da enfermeira escolar.A mulher beta olhara sobre os ombros em direção de Theodore, que negara com a cabeça. Milles engolia em seco ao perceber aquela troca de olhares, cerrando os dedos em punhos pra controlar a súbita raiva em ser deixado para trás em algo.— Não precisa se preocupar, conversarei apropriadamente com a mãe do estudante. Então, com licença.A enfermeira deixara os estudantes sozinhos na enfermaria, em uma atmosfera tensa e silenciosa. Theodore olhara para o amigo soltando um suspiro cansado, recebendo um afago em seu o