Eu levei horas, para chegar à fronteira, mas com o cavalo real, foram apenas alguns instantes para voltarmos ao palácio, dessa vez ele me conduziu aos meus aposentos. Ele ficou me vigiando, enquanto os servos, colocavam grades, nas janelas e tranquetas nas portas. Como punição por tentar fugir, ele disse que ficaria sem jantar, e ficaria o dia todo trancada no quarto.
Eu prometi me casar, com aquele príncipe desprezível. Isso nem sequer faz sentido, não me recordo de alguma vez ter visto. Ele me humilhou. Nunca. Nunca. Nunca. Vou amar um homem assim. Eu o odeio. Odeio. Odeio. Odeio.
-- A Partir de hoje, terá aulas de etiqueta, e retórica. Daqui a três luas cheia, será o dia da competição, e a imperatriz a quer pronta para qualquer desafio. -- Ruth informou.
-- Porque a imperatriz, está tão interessada, que eu aprenda tudo isso?—Ruth sorriu.
-- Não sei ao certo, meu chute é que você conquistou o favor da imperatriz.
-- Mas. Eu mal a conheço. Quero dizer, não conheço ninguém.
Depois de me servirem o café, elas me levaram para uma sala, onde irão decorrer todos os treinos. Apreender etiqueta é difícil, são muitas regras, só para comer. Várias talheres, com que se importar, uma postura ereta a mesa, a desejar. Conhecer os pratos adequados para qualquer tipo de refeição. No primeiro dia não aprendi praticamente nada. Tive vários surtos de raiva e estresse. De tempos em tempos, via guardas, sondando a sala de etiqueta para provar se eu não fugi. No dia seguinte foi a mesma coisa. A porta do meu quarto só pode ser aberta por fora, por ordens do príncipe. Para onde quer que eu vá há sempre um guarda, ou uma serva, me vigiando. Em contrapartida tenho o rouxinol que me faz companhia todas as noites. Sinto como se o mesmo acompanhasse todos os meus pratos.
-- Postura ereta.—Ruth bateu minhas costas. -- Queixo erguido. Tire o medinho para doar e segure firmemente a xícara. Junte os pés. Você não é um homem para se sentar de pés abertos. Olhe sempre para quem está te acompanhando na refeição. Tem de ser multifuncional.
-- Não consigo. -- rogo.
-- Conseguiu escalar o muro do palácio, dominar a etiqueta, será como dar um pulo para fora da cratera.
Ruth, é a chefe das servas de todo palácio, por ordem da imperatriz, ela agora está cuidando especificamente de mim. Com uma equipe devidamente escolhida. Tenho a noção que ela não cuidará de mim para sempre, assim que se passarem as doze luas, serão designadas, outras, pessoas para cuidar de mim.
-- A senhorita, não é um soldado. Ande de pernas fechadas, deslize como um cisne.-tropecei e caí com todos os livros que estavam em minha cabeça. -- levante se. Não pararemos até que consiga.
Não tenho visto o príncipe herdeiro, mas, a sua presença faz-se sentir por todo o palácio. Os soldados continuam de olho em mim. Não vejo Cry a luas. Minha vida tem se resumido a ir às aulas, voltar exausta e dormir. A não ser por Ruth e outras services, não mantenho contacto com mais ninguém.
- Agora que já tem o conhecimento intermédio de etiqueta, passará a ter aulas de retórica. Com retórica, inclui, canto, dança, harpa, hipismo. Como são aulas complexas não se exige que domine tudo, apenas o básico para a competição. A competição é só um pontapé de saída para melhor ser conhecida pela classe nobre e tenha o favor do imperador. A senhorita Larissa também está se preparando, ela é excelente em retórica, e etiqueta. Temos algum tempo, se quiser ganhar, tem de se esforçar mais.
Esse é o problema, eu nao quero vencer, eu detesto o principe, nao quero o favor de ninguém, ele arrancou a vida calma que eu tinha, ele me detesta, mais nao me deixa sair daqui. Não tenho nenhuma vontade de vencer, ao mesmo tempo não quero ser humilhada pela senhorita Larissa, não quero que as pessoas riem de mim. Eu não me importo em terminar sendo a concubina. Só não deixarei que ninguém me diga coisas feias.
-- Não suje as escadas, corredores, armários ou tapeçarias de urina ou outras imundícies. Não se alivie diante de senhoras, ou na frente de portas ou janelas de casas em becos. Não deslize para frente e para trás na cadeira como se estivesse tentando eliminar gases. Não toque em suas partes pudendas sob as roupas com as mãos nuas. -- Ruth, volta a repassar as regras. -- a não comer o pão antes dos primeiros pratos, não colocar comida nos dois lados da boca e a evitar falar enquanto mastiga.
Se eu já não gostava de etiqueta, é porque eu não imaginava o que retórica estava prestes a fazer comigo.
Tenho três professoras para retorica, e cada uma desempenha seu papel, e infelizmente ja nao tenho a senhora Ruth como professora, e eu gosto dela, ela me trata bem. Ela disse que voltaríamos a nos ver quando a tempo da competição.
-- A retórica é a arte de falar bem. Ela é utilizada nos âmbitos políticos, jurídicos, religiosos e filosóficos. Essa arte consiste na técnica de utilizar o bom emprego das palavras e da linguagem para convencer o interlocutor. -- explica a senhora Isabel, que da retórica geral.-- Os sofistas, famosos na Grécia Antiga, utilizavam amplamente a retórica para vencer debates políticos. No entanto, para eles, o importante era o convencimento, mesmo que o fato não fosse verídico. Isso contrastava com a busca pela verdade e essência das coisas, preocupação de filósofos como Sócrates e Platão.
A encarou com cara de tédio, ainda não entendi qual é o benefício dessa disciplina na minha vida. A senhora Isabel para de falar e me encara com um sorriso sarcástico, a uma lua cheia eu teria me sentido mal com esse sorriso, inferiorizada. Mas depois de árduas aulas com a senhora Ruth, eu aprendi que nesse mundo não podemos demonstrar nossas emoções. Ela disse que sou muito explosiva, e apesar de ser uma qualidade, também é a minha fraqueza. E que os nobres se aproveitam de pessoas como eu para humilhar em público.
Devolvi um sorriso desdenhoso, com os braços cruzados abaixo dos seios.
- Qual é a utilidade da retórica na minha vida. Gramática, escrita? Enfim, posso aprender isso com a senhora Ruth, não preciso que fique me falando sobre sites que não conheço e provavelmente, não conhecerei, nunca.
- A retórica não é só gramática e escrita, como você pensa. Você mal, a conhece, e já a julga. Me escute depois, poderá tirar suas conclusões. -- Os sofistas, famosos na Grécia Antiga, utilizavam amplamente a retórica para vencer debates políticos. No entanto, para eles, o importante era o convencimento, mesmo que o fato não fosse verídico. Isso contrastava com a busca pela verdade e essência das coisas, preocupação de filósofos como Sócrates e Platão. Aristóteles associou a retórica diretamente à lógica como arte de designação dos significados por meio da interlocução de ideias expressas por palavras.
A retórica só chega para as mulheres da classe nobre, pois, com ela, elas podem, na Esfera Eclesiástica: Abadessas: Algumas abadessas eram verdadeiras senhoras feudais, com poder igual ao de outros senhores. Elas administram vastos territórios, incluindo aldeias e paróquias. Algumas abadessas até usavam o báculo, símbolo de autoridade semelhante ao dos bispos. Fora das Abadias e Conventos: Atos Notariais: Em documentos notariais, é comum ver mulheres casadas agindo por si próprias. Elas podiam abrir lojas ou negócios sem necessidade de autorização do marido. Dependo do nível social entre ela e o marido. Pois, se o marido for dono de ter, um homem influente, a mulher torna-se totalmente submissa a ele.
Mas existem Profissões Diversas, tais como professoras, médicas, boticárias, educadoras, tintureiras, copistas e miniaturistas,
Para saber o que será, basta saber quanto é.
Eu na qualidade de plebeia nenhuma dessas opções se aplicam a mim.
Quem nasce sem nada, morre sem se tornar nada.
Daqui a algumas noites será a terceira lua cheia, por um lado as aulas teóricas abrandaram, por outro, as aulas de música se intensificaram, mas pelo menos agora eles me deixam com algum tempo livre. Acho que ganhei o favor do príncipe, para que ele me de alguma liberdade.Se ele confia em mim, então ele é louco, assim que eu encontrar uma brecha vou dar o fora, mas por outro lado, se eu for fugir, viro fugitiva, e o príncipe Christopher vai colocar minha cabeça a prêmio. Ao mesmo tempo que não quero me tornar sua esposa, quer dizer, já sou sua concubina, mas diferente da Senhora Larissa eu ainda não estou cumprindo meus deveres conjugais. Para nobreza se o príncipe não te visita, te despreza, ou seja, se ele ainda não veio consumar o acto, provavelmente não virá, que ele me despreza ele mesmo o disse.Como hoje tenho o dia de folga decidi sair para conhecer melhor o palácio, como andei muito ocupada andando de um ponto fixo para o outro que mal tive tempo de conhecer o palácio.-- A
A passos de fantasma entrou no escritório do príncipe. Que possui várias estantes de livros, uma secretaria, com documentos por cima, um pequeno sofá de descanso do lado esquerdo. Tem duas cadeiras para visitas, e uma pequena carinha, que contém uma bandeja com o almoço do príncipe.Leio e vasculho tudo quanto é lado, e nao encontro nada relevante aqui, a maior parte dos documentos se não todos tem haver com a administração do reino, nas aulas de ciência política aprendi, que a administração do nosso reino, é centralizada no imperador, o seja a última palavra será sempre do imperador. Por outro lado, o imperador pode delegar funções, investindo certos nobres, de poder administrativos, jurisdicionais e legislativos, a última parte é mais complexa, sendo que todas as leis criadas, devem estar em consonância com a vontade do imperador. O imperador da mesma forma que lhes investe de poder pode destituí-los a qualquer altura.Um tiro no escuro.Hoje está no poder, amanhã não está.Quanto
LARISSA.A chegada daquela mulher estragou todos os meus planos, me deixou possessa de raiva, estava tudo tão certo. Mesmo Christopher sendo frio, ele gostava um pouco de mim, me via mais vezes em relação a outras mulheres, me deu o título de concubina e me deu a função de gerir as escravas que vem para o palácio. Mas um pouco e ele seria meu.Não, ele é meu, eu sou a única que merece ser sua esposa. fomos feitos um para o outro, o conheço mais que qualquer pessoa. Maldito imperador e sua maldita lei. Se não ele, eu e Christopher já estávamos casados. Seríamos os imperadores, mas não, ele tinha de trazer aquela mulher para aqui.Minhas servas me contaram, que ela tentou fugir, duas vezes aqui no palácio, e soube por um dos oficiais, que mesmo quando era para vir ao palácio ela tentou fugir. Eu não entendo porque fazem tanta questão de a ter aqui.Mandei alguém procurar saber mais sobre ela, e as informações me fizeram rir, aquela mulher não tem nenhum título, não tem nada, é pobre, cr
AMANDAA cada chicotada que recebo,sinto minha pele rasgar. Não importa, quanto eu implorei para ela parar, ela continua batendo em mim. As lágrimas se misturam com sangue. Se tudo aquilo que li naquele diário é verdade, é merecido, a natureza é cruel. Nos tratam como lixo.Isso dói tanto, mamãe.O que eu fiz para merecer estar aqui? Porque essa mulher me odeia tanto?Nunca na minha vida senti tanta dor, merecer tal punição. Meu corpo todo arder, sinto que vou entrar em colapso. É como se estivessem arrancando a minha pele.Socorro. Peço aos céus que escutem a minha oração. Se eu não posso existir entre os homens, por favor tirem a minha vida.Um grito estrangulado sai da minha garganta.-- Trinta.—ela joga o chicote no chão, sou jogada no chão e caiu de joelhos. Não consigo parar de chorar. O sorriso nos lábios e o olhar dela me enlouquecem.Eu vou embora daqui, por mais que a punição seja a morte.Ela e suas criadas estão me dando as costas e se afastando. Começo a sentir algo dentr
PRÍNCIPE HERDEIRO.Eu estava numa reunião com um mensageiro do país do fogo, o mesmo traz um convite por parte do rei do país do fogo, para uma festa que acontecerá dentro de algumas noites. A reunião mal terminou e o meu rouxinol apareceu me informando de que a Amanda para além de entrar no meu escritório e ficar fuçando os meus livros, foi pega pela Larissa que está a punido com chicotes.Merece, ela merece por mexer nas minhas coisas. Mas confortavel, a Larissa estar batendo nela eu não estou, é como se ela estivesse tentando danificar algo que eu tenho o direito de fazer.-- O que está acontecendo?—Derek meu secretário, conhece o rouxinol, há anos que trabalham juntos. Quando criei o espírito do rouxinol, Derek estava presente.-- Voltemos para os meus aposentos, parece que está rolando alguma confusão. –mal saí da sala de reuniões percebi que o tempo ficou estranho.A pouco estava um dia de sol, agora a relâmpagos e ventania, algo está acontecendo. Consigo ver os rastros de energ
-- O que aconteceu aqui, não deve ser reportado a ninguém, se eu souber que a história vazou, alguém vai perder a cabeça. -- aviso a Derek antes de seguir para o meu quarto.—podem sair.—digo as servas que ficaram cuidando dela.Os braços e as costas cobertas pelo tecido fino da camisola de dormir, escondem os ferimentos dela.-- Até dormindo é linda. Tão serena que faz meu coração doer. Queria entender o que foi que eu vi em ti, quando te escolhi pra ser minha imperatriz.—Seguro delicadamente seu rosto avermelhado, como uma maçã.Treze anos atrás.---Tem certeza que é por aqui. -- pergunto a Derek que está olhando em seu mapa.---Absolutamente. Olha. Em frente. A entrada para a floresta. Eu nunca te perderia a vossa majestade. Eu consultei com os meus pais, e eles me ofereceram o mapa que nos leva a qualquer canto, do império. E outra, o guarda do meu pai já veio a floresta uma vez, e ele me assegurou que existe uma família morando no meio dela.Derek quando começa a falar, não para
No dia seguinte como prometido voltamos, Antonieta estava em casa, Amanda só veio nos receber e saiu sorrateiramente, deixei passar, porque queria conhecer melhor Antonieta. Derek, já explicou a Glets e Dimeranca o que está acontecendo e a necessidade de sigilo. Derek também recolheu a informação relevante sobre elas, idade, nome dos pais das crianças, e se tem algum outro familiar vivo, a resposta foi não, e ambas nunca tiveram informação fidedigna sobre os pais dos filhos. O que sei é que pai de Amanda está morto, de Antonieta, seguindo sua vida, em algum canto do reino.--- Quer que investigue mais sobre os pais delas?—Derek--- Não, não é relevante.Antonieta daria uma ótima esposa, é mansa como a mãe e a tia. A outra por outro lado parece me odiar, me evita, e não me dirige a palavra.--- Hoje vim ver Amanda, onde ela está?--- Na floresta, posso chamá-la. -- Glets.--- Melhor, me leve até lá. Quero saber que lugar é esse mais importante que eu, no qual ela prefere estar, inv
De volta à atualidade...-- Se sente bem?—fiquei a noite inteira velando pelo sono dela. E só agora pelo amanhecer é que desperta.—sente dor em algum canto.Ela olha em volta, depois para mim.-- Esse não é o meu quarto.—a voz sai arranhada. -- dói todo o meu corpo.-- É o meu, vai ficar nele até se sentir bem. Irei chamar os médicos para virem te ver. Não faça esforços desnecessários, e sobre o que aconteceu ontem-- Eu não sei como fiz tudo aquilo, sinto muito se causei algum prejuízo à vossa majestade.-- Agora que virou uma mulher, consegue falar perfeitamente todas as palavras.—Ela me olha sem entender, ela não se lembre. Faz sentido, só tinha 7 anos na época.--Quando, me chamava de Momo, era encantador.-- O que disse?—me olha ainda mais confusa.Suspiro.- Tenho que sair, voltarei em três dias. Não se meta em confusão. E não destrua o meu palácio, na minha ausência.--Sim, vossa majestade.—Essa não é a Amanda que eu escolhi. Até duas luas cheias atrás, eu ainda conseguia ver a