Capítulo 05.

(...)

Minha pele ficou um pouco vermelha, por causa de todos os procedimentos, com os quais elas me fizeram passar. Depois disso me vestiram um lindo vestido, cor de vinho, colocaram brincos de pedras de jaspe, e um colar de ouro branco.

-- Ouro branco, senhora?—questionou uma das serviçais.

--Sim. -- disse Ruth com um estranho brilho nos olhos. -- Simboliza pureza.

Quando me levaram, até a sala de jantar, que por acaso fica de portas abertas, para a lagoa, que está cercada, pelos pilares do palaniços, com lanternas amarelas iluminando o lago.

O sol já havia se escondido, dando abertura para lua minguante. Apesar do olhar emocionado da imperatriz, o príncipe não deixou de passar seu olhar de reprovação por terem chegado atrasadas. A família real está no centro da sala, enquanto que os servos, devidamente organizados, servem. As serviçais entram comigo até o centro da sala, elas fizeram uma curva e se retiraram. Me deixando à própria sorte. Olhei em volta , e o único rosto que eu reconhecia era do príncipe por ter lhe visto horas atrás, mas nem isso me dava uma vantagem, já que ele não parece gostar muito de mim, e olha com desdém, como se a minha presença o incomoda e talvez. Incômodo.

Os banquetes aconteciam em salas amplas e bem ventiladas, afastadas do calor e da fumaça da cozinha. A sala de jantar é na verdade um  salão nobre do palácio com vista ao pátio descoberto. Tapeçarias penduradas nas paredes, pavimentos elegantes e grandes aparadores exibindo louças na decoração.

--Amanda.—aquela coragem toda que eu estava sentindo, quando tentei fugir, acabou de sair da minha alma agora. O homem mais velho que me chamou de expressão severa, e presença  marcante, me faz sentir um  coelho encurralado na toca de frente para a cobra. Quero falar mais nao consigo. Meu instinto me diz para fazer, o mesmo que as servas fizeram e é isso que faço, me curvo, de olhos fechados. --Acomode-se.--Lentamente abro os olhos e vejo a mesa preparada para mim.

 O rei e sua esposa estão sentados lado a lado , ocupando a mesma mesa, por outro lado, o príncipe, está numa mesa solo, à esquerda. Seguido por uma criança, na fila a direita estão outros convidados, a quem julgo ser da classe nobre. Olho em volta até achar uma mesa solo, na fila a direita, o vestido aperta minhas ancas de tal forma que mal consigo me mover. Ainda assim dobro os meus pés sobre a almofada, me sentando. Uma serva, coloca a comida para mim. As mesas dos convidados formavam um “U” ao redor da mesa dos anfitriões. Os comensais, vestidos luxuosamente, sentavam-se em bancos de um lado da mesa para permitir o movimento dos criados no espaço central. Músicos animaram a noite com suas melodia

-- Amanda, é a nova concubina do príncipe herdeiro. Ela junto da filha do primeiro ministro das finanças estão disputando o título de futuras princesas do império Wend.—o imperador diz com suavidade me deixando atordoada. Ele não falou com tom de quem está pedindo permissão, mas sim, de quem está avisando o que está acontecendo. ,mas nem isso é o suficiente para tirar o burburinho da sala. As pessoas olham para mim com desdém, se perguntando minha origem, por outro lado, eu encaro tudo em volta me sentindo tonta e confusa. Olho para o imperador, mas não sou capaz de sustentar seu olhar, encaro para o príncipe que me encara de forma severa.

-- Serão realizados, uma série de exames, para se determinar quem será a futura princesa. E por último, a minha palavra irá determinar quem será a esposa do meu sucessor.

Seguido a isso não consegui prestar atenção em mais nada. Seria esmagada pela nobreza, não existem chances nem hipóteses de eu ganhar. Me pergunto porque eles me tiram do conforto da minha casa para ser humilhada aqui. Mas, o que mais eu poderia esperar da realeza? Eles são egoístas egocêntricos, eles se esquecem dos pobres, e nos usam de chacota nos seus eventos cerimônias, não somos nada além de entretenimento para eles.

Geralmente sou uma pessoa de grande apetite, mas nem com as iguarias que vi, tive vontade de comer. Grandes travessas com carne assada, como faisão, lebre ou javali, eram servidas. Saleiros, copos, facas e tábuas de cortar estavam nas mesas. Os criados destacavam jarras, vertiam líquidos em bacias (possivelmente para lavar as mãos) e garantem que nada faltasse.

Não sei quanto tempo passou, quando terminou o jantar e fui conduzida até aos meus aposentos.

Estão todos enganados se pensam que eu irei ficar aqui, eu vou-me embora pra longe, vou fugir, ninguém vai pisar em mim, ninguém vai me fazer chorar, e se isso significa abandonar Cry, tudo bem, eu irei suportar.

Depois que as servas se retiraram troquei as roupas que vestia por tecidos mais confortáveis, tirei as joias, tirei as sandálias, ficando descalça, desliguei as lanternas e atrás das frestas das janelas, fiquei esperando a lua chegar ao topo. As janelas são médias, e apesar de ter um corpo razoavelmente grande sou capaz de passar por ele.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo