Se eu puder fugir dele o máximo possível, farei isso. Ele possui o poder de abalar as minhas estruturas, de me manter sob seu controle doentio e sutil. O que me apavora, no entanto, é o medo de sucumbir à minha própria escuridão, de me perder no mesmo abismo em que ele parece viver. O pensamento de brincar com ele, e de gostar e muito, me assusta, mas há uma parte de mim irresistivelmente atraída por esse perigo.
— Está tudo bem? — Noah pergunta, retirando meu prato e o dele para levar até a lava-louças. Sua presença é um bálsamo reconfortante, uma âncora em meio ao turbilhão
Minha mente se debate com possibilidades. Deixar que eles me eliminem ou me arriscar a mergulhar em suas vidas intensas? Ao me envolver intimamente, poderia acessar verdades ocultas e, quem sabe, encontrar uma saída dessa prisão. Porém, o risco de arriscar e acabar me queimando é real. Navegar neste mundo cercado por homens cheios de desejos e sombras é perigoso. A linha entre prazer e dor é fina.Dormi novamente ao lado de Luther, sentindo seus dedos delicadamente acariciarem minha nuca. Ao acordar, encontrei minha cabeça descansando sobre seu peito, onde pude ouvir os batime
A ideia de relaxar me parece um paradoxo, um convite à rendição que luto entre aceitar ou não. Minhas mãos tremem levemente, e a tensão se acumula em meu peito. Não posso fugir; o universo ao meu redor parece me dizer que todas as saídas estão bloqueadas. Se eu correr, o risco é mortal. Diante de Heros, minha única opção parece ser aceitar o que está por vir.— Merda! Foda-se. A cabeça inchada e vermelha do meu pau roça a sua bocetinha lisa e rosada e, caralho, estou tão duro como nunca estive. Solto os seus cabelos, segurando seu quadril com uma mão e abrindo a banda de sua bunda com a outra, e dou apenas uma única remetida para dentro dela, entrando por inteiro a fazendo gritar.Caralho… ela é apertada.Pressiono meu torso frio contra CAPÍTULO 23 - HEROS GREEN
Meus irmãos me observam em silêncio, quase como se esperassem pela próxima explosão tirânica que costumava liberar quando minha paciência se esgotava. Estamos no galpão, o cheiro de metal e produtos químicos misturados à poeira é sufocante. Hoje recebemos uma nova carga de armas — uma entrega que não pode atrasar, tive que vir e deixar Feyra em casa sozinha com o Noah, ao invés de eu estar lá com ela.Queria saber como ela está se sentindo neste momento, ainda mais após saber que ela teve a sua primeira vez com o Heros, seu que ele não faria nada que pudesse machucar ela. Conf
Viper, levemente recuado, analisa Heros. Um sorriso curto se forma em seus lábios, mas não há humor em seus olhos. Ele sempre foi inteligente o suficiente para saber quando se encontra diante de um predador.— Entendo o seu ponto, Capo, mas vou defender meus interesses — responde Viper, desafiador. Sua voz é calma, mas sinto a tensão no ar subindo, como um cabo prestes a se romper. — O Vale é um território complicado. Associar-me à Ndrangheta é um passo que eu não estou disposto a dar.
O outro lado da cama está vazio e bagunçado, um lembrete do tumulto que aconteceu na noite passada. Olho para a janela e vejo que o sol já está alto no céu, lançando uma luz vibrante que contrasta com a escuridão que sinto em meu coração. O silêncio é interrompido pelo som da porta se abrindo, e uma onda de apreensão me invade. Penso ser Heros, mas quem atravessa a porta é Noah, segurando uma bandeja de café da manhã.— Bom dia! — ele diz, entrando no quarto com um sor
Quando deixei Feyra na minha cama, dormindo tão serena, tive que controlar a vontade de acariciar a maçã do seu rosto. A lembrança da noite que tivemos ainda ressoa em minha mente, uma onda de desejo que me deixa duro ao pensar em sua maciez. Ela é tudo que eu não sou: macia, cheirosa e quente. O aroma de jasmim continua presente em mim, uma marca do seu corpo que se misturou à essência da banheira de Luther, uma pequena lembrança de Alicia, que ele ainda insiste em manter na sua vida. É um cheiro que continua a assombrá-lo, e talvez isso explique por que sua obsessão por ela só tem se intensificado.
MOSCOU ULITSA ARBAT (ARBAT STREET)Fico parada no portão da escola por mais de duas horas, tentando ligar para Mackenzie — minha mãe — que não atende a droga do telefone e deixa todas as minhas chamadas irem para a caixa de mensagens, já são vinte e três até agora!As sombras começam a se alongar, e a luz dourada do crepúsculo parece escorregar entre os edifícios enferrujados, arrastando consigo os últimos vestígios da esperança. Um vento gelado sussurra pelas árvores ao longo da calçada, as folhas dançando suavemente antes de se renderem ao chão, como sussurros de um passado esquecido. Cansada de esperar, opto por ir para casa a pé, sabendo que o caminho será longo e cansativo. É melhor do que permanecer aqui, aprisionada ao sabor cruel da incerteza, à espera de minha mãe. E, se ela se esqueceu de mim mais uma vez?Meus pés começam a latejar, o tecido dos meus tênis fazendo fricção nas costas dos meus calcanhares, e, ao longo do caminho, a cidade se transforma. As vozes distantes e o