Sentado no escritório, a luz fraca do abajur ilumina apenas parcialmente o ambiente, criando sombras que dançam nas paredes. Eu e meus irmãos nos reunimos em torno da mesa, a expectativa pairando no ar enquanto aguardamos a ligação de Kurt, nosso infiltrado na Rússia. A tensão é palpável; a busca por informações sobre Feyra e sua mãe se torna uma prioridade.No momento em que o telefone toca, coloco no viva-voz e a voz de Kurt ressoa pelo alto-falante.— Capo, consegui as informações — ele diz, e apesar da distância, a firmeza na sua voz é reconfortante.— Fala logo! — Minha voz sai mais ríspida do que pretendia, mas a expectativa é muita.— Ela era matriculada em uma escola pública em Moscou. O histórico escolar dela mostra que sempre foi uma aluna média, mas com algumas notas melhores em artes. A escola é bem conhecida na área — ele continua. — Ela tem alguns amigos próximos, mas a maioria parece superficial. Não têm muita influência sobre ela.Enquanto escuto, uma parte de mim imagi
Sobressalto com o toque inesperado na maçã do meu rosto. O coração acelera ao reconhecer o moreno de cabelos castanhos caídos no rosto, o que me olhava de uma forma estranha no beco. Sua expressão é uma mistura de preocupação e algo mais sombrio.— O que você está fazendo? — Minha voz sai em um sussurro, trêmulo e insegura, enquanto vejo sua mão se afastar lentamente, como se estivesse se afastando de um incêndio.
Tivemos que trazer Feyra conosco para a sede da Ndrangheta. Agora que ela deixou o porão, acho que não seria sensato deixá-la sozinha em nossa casa, cercada por soldados que, apesar de serem leais, ainda não me transmitem total confiança para que ela possa andar livremente pelo local.O ar pesado do escritório exala o odor doce do tabaco e o aroma pungente do couro envelhecido, enquanto a luz amarelada das lâmpadas cria sombras sinistras nas paredes, como se o próprio ambiente estivesse atento aos desígnios que se desenrolam.Estou imerso em uma reunião com um empresário do setor de importação, alguém de quem precisamos aproveitar os contatos; sua voz ecoa pelo alto-falante, mas minha cabeça gira em direção a Feyra, que rasteja pelo escritório, seus olhos escaneando os detalhes, a curiosidade exibindo um misto de temor e fascínio.Luther saiu há meia hora, encarregado de lidar com um problema no nosso bar mais problemático, acompanhado de nossos guardas, Jake e Charles. Dois cães de g
Estamos saindo da sede em um mesmo carro, o espaço apertado ecoando a tensão que se acumula entre nós. O veículo, um sedã negro imponente, é o símbolo do nosso poder e da nossa missão, enquanto os sons da cidade se dissolvem em um rugido distante, dando lugar ao silêncio pesado de uma expectativa mortal. Geralmente seguimos em dois carros separados, mas como temos a Feyra conosco, Heros achou melhor que seguíssemos no mesmo carro, com nossos soldados formando um cordão de segurança, um carro na frente e outro atrás, como um muro protetor ao nosso redor.
Vejo os carros inimigos avançando, sua confiança irrompendo como uma onda de destruição. Mas essa visão logo se transforma em desespero quando um dos meus disparos encontra o alvo. O som abafado do tiro ecoa na noite, e em um instante, um pneu explode, o barulho retumbante reverberando como um trovão.No mesmo segundo, a cena se transforma em um caos voraz. O veículo perde o controle, balançando-se com
Estou sentado na mesa de madeira escura do Black Velvet, um dos nossos bares em Nova York. O ambiente é acolhedor, com luzes âmbar penduradas que criam sombras dançantes nas paredes. O cheiro de uísque e tabaco se mistura no ar, enquanto o murmúrio suave das conversas ao fundo se torna uma trilha sonora familiar. Olho para o gerente, Mark, que está diante de mim, com a expressão concentrada.— Precisamos consertar as torneiras nos banheiros, Luther. Os clientes estão reclamando — ele diz, a frustração evidente em sua voz.
Ao fundo, ouço Jake gritar:— Luther! Está tudo sob controle! Mas precisamos limpar isso rapidamente antes que alguém comunique à polícia.Olho à volta e vejo os corpos esparramados no chão, as lutas ao meu red
Depois que chegamos em casa, a tensão ainda paira no ar, como uma nuvem ameaçadora, lembrando-nos da emboscada que enfrentamos a caminho da sede. Os quatro saíram de casa preocupados, levando uma boa parte dos soldados com eles, deixando outros vigiando os arredores da mansão, me trancando aqui. Meu coração acelera à medida que a ansiedade se transforma em um peso na minha garganta. Meus pensamentos giram como um turbilhão. Onde estão eles? O que poderia ter dado errado?Cerca de uma hora depois que eles saíram, a porta se abre de repente, e Luther entra cambaleando. O cenário