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CAPÍTULO III – Amor a primeira vista?

Visão de Julia

Na minha entrevista para o emprego, não tive a oportunidade de conhecer o meu chefe, só sabia o seu nome, Erick Prattes. Imaginava-o um homem mais velho, acima dos 40 anos, e simpático. Porém, o homem à minha frente não é nada disso, é jovem para o cargo, aparentemente arrogante e temível.

Meu chefe se senta atrás de sua mesa, começa a mexer em alguns papéis. Olho para todos os lados da sala. É um local bonito. As paredes de um tom cinza e branco. A mesa dele fica do lado esquerdo com duas poltronas à frente. Do lado direito, um lindo sofá de cor marrom, da mesma cor das poltronas e com uma mesa de centro, na qual contém um lindo arranjo de flores brancas... lindo!

Ele continua a mexer em seus papéis. Começo a ficar incomodada com essa situação. Seu olhar em mim é esquisito. Baixo o meu olhar sentindo meu rosto esquentar. Tenho a impressão de que eu já o vi antes, só não me lembro de onde. Por que ele não fala nada? Minhas mãos começam a suar, e os batimentos do coração aumentam.

- Srtª Smith, por que será que estou com a sensação de que não foi uma boa ideia te contratar?

- O quê? Eu... eu não... Gaguejo sem saber o que falar. Ele dá um sorriso torto com o canto da boca e balança a cabeça.

- Tudo bem, preciso que você analise estes documentos e faz uma relação com todos os nossos novos clientes, pois vou precisar ligar para alguns deles, assim que retornar da reunião.

Saio da sala e vou para a minha mesa, ligo o computador e começo a minha busca pelas informações. Nem tive tempo de conhecer o ambiente onde estava e já fui sendo bombardeada assim, cadê o “bem-vinda”? Será que ele é sempre assim mal-humorado?

Mal respiro e o telefone da mesa toca.

- Srtª. Smith... sei que não é sua obrigação, mas poderia me trazer um café?

- Agora mesmo Senhor.

Desligo e vou até a cozinha preparar o café. A copa fica no lado direito da imensa sala ampla. Os móveis e eletrodomésticos são pretos, combinando com todo o ambiente.

Penso em qual será sua preferência? Café puro, com ou sem açúcar? com ou sem creme? Vou ter que arriscar.

- Minha nossa Senhora das secretárias aflitas permita que eu não erre, preciso muito desse emprego. – Falo em pensamento.

Não que eu seria demitida logo no meu primeiro dia e por não acertar o café dele, mas vai saber né, meu chefe não parece uma pessoa que deixa passar um erro, mesmo que seja simples como esse. Por fim, faço puro e sem açúcar. Entro na sala e coloco o café na mesa.

- Mais alguma coisa, Senhor? – Pergunto.

Ele toma um gole do café.

- Como você soube de como eu gosto do café?

Que alívio, que bom que acertei. - Só um palpite senhor, acho que todos os homens preferem assim.

- Sério? - Ele diz me olhando com aquele sorriso torto novamente.

- Sim, bem... é... Acho que sim.

Gaguejo e dou um sorriso me sentindo tímida e ele continua me olhando.

- Se não tiver mais algo que eu possa ajudar senhor, vou voltar para minha mesa e começar o meu trabalho. - Digo olhando diretamente nos seus olhos, dessa vez falo firme e sem vacilar.

Mas que olhos meu Deus! Um azul lindo, escuro da cor do céu.

- Sim senhorita Smith, vamos voltar ao trabalho. - Diz isso bem devagar, mas não desvia seu olhar do meu.

Volto à minha mesa com a sensação do seu olhar ainda em mim. Sento-me virada de costas para a sua sala. Aqueles olhos azuis encantadores e ao mesmo tempo intimidadores. E o sorriso?

A imagem dele perto de mim, a sua boca deslizando pelo meu pescoço e sussurrando em meu ouvido, faz meu corpo arrepiar. Tento afastar essas imagens da minha mente. Por que estou pensando nisso? Por que estou tendo fantasias com meu chefe?

Para com isso Júlia, o que deu em você? – Me recrimino em pensamento.

Alguns minutos mais tarde, a porta da sala do meu chefe se abre, ele passa por mim e apenas menciona que está indo para a reunião no último andar. Sei que o último andar, é onde fica o escritório do CEO desta empresa, Patrick Prattes. Que por sinal, é irmão do meu chefe e que também é meu chefe. Ah! Que confusão, ambos são meu chefe.

O período da manhã passou rápido, Erick já havia saído para o almoço, fiquei no escritório para estudar alguns arquivos, analisar algumas pastas e a agenda dele. Quero ficar por dentro de tudo.

A tarde passa sem grandes acontecimentos. Sr. Prattes permaneceu na sala até o final do expediente, recebeu algumas ligações e não me solicitou nada. Até agradeci por isso, mas também fiquei preocupada, para um primeiro dia de trabalho, isso não é um bom sinal.

Chego em casa, vou direto para o banheiro tomar um banho, depois vou até a cozinha procurar algo para comer. Minha cozinha é pequena. Tem um balcão dividindo a sala da cozinha. Apesar de pequeno, é aconchegante e arejado. Tem um corredor estreito, com dois quartos e um banheiro. Consegui alugar assim que terminei a universidade e resolvi vir morar em Seattle, a cidade onde nasci e morei até os seis anos. Meus pais tinham uma reserva de dinheiro no banco, justamente pensando nos estudos tanto meu, quanto do meu irmão. Além do dinheiro da venda da casa onde nós morávamos.

Quando atingimos a maioridade, tudo foi dividido entre nós dois. Terminei o ensino médio e saí da casa da minha tia, fui morar com uma amiga e passamos a dividir um apartamento. Foi por pouco tempo, somente nas férias de verão, pois logo fui aceita na universidade de Washington. Consegui uma bolsa integral, graças à influência de meu pai, que era professor universitário nesta mesma universidade. Passei a morar nas residências oferecidas pela universidade.

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