Capítulo 56Encaixado entre as pernas de Helena, Erik a observava como se visse um milagre. A pele clara dela contrastava com a dele como a lua sobre o entardecer, e cada curva parecia ter sido moldada para ele.Suas mãos, grandes e firmes, deslizavam com suavidade pelos seios dela, como se temesse ser desrespeitoso. Quando seus lábios envolveram um dos mamilos escurecidos, Helena soltou um suspiro agudo, e seu corpo respondeu com um leve arquejo.Os gemidos baixos dela vibravam dentro dele, como se seu prazer alimentasse a criatura que habitava sob sua pele."Ela canta para nós... Geme por nós. Essa é a nossa fêmea.""Ainda é cedo para marcá-la.""Mas ela já é nossa. Já nos sente. Já se entrega."Descendo lentamente pelo corpo pequeno e quente, Erik espalhou beijos e lambidas, memorizando com a boca cada centímetro da pele macia. Ele queria que Helena lembrasse dele por dias. Queria que ela nunca esquecesse como era ser tocada por ele.Ao alcançar a intimidade dela, não hesitou. Pas
Capítulo 57A luz do sol filtrava-se pelas frestas da cabana, banhando o quarto em um dourado suave. O aroma de terra molhada ainda impregnava o ar da floresta, mas ali, naquele espaço íntimo, tudo cheirava a calor, desejo… E Helena.Erik já estava acordado há algum tempo. Deitado de lado, observava Helena dormir aninhada ao seu peito, o rosto parcialmente escondido em seu pescoço. Descansava tranquila, como se o mundo lá fora simplesmente não existisse."Ela é nossa. Vê como dorme segura… Confiou em nós. Só nossa."O lobo estava sereno, satisfeito, mas ainda em alerta. Havia algo possessivo naquela paz, como se ela tivesse sido reclamada com sangue, suor e alma.Erik passou os dedos devagar pelos fios castanhos dela, e seus pensamentos se perderam na noite anterior. No modo como ela o olhou. No calor do corpo dela o envolvendo. No som dos gemidos suaves que ele guardaria na memória para sempre.Mas mais do que o prazer físico, havia algo que o desarmou completamente.A entrega.Ela o
Capítulo 58 A floresta negra parecia querer engolir quem ousasse atravessá-la. Mas eles continuaram.Não importava a dor nos pés, o frio cortante das madrugadas, nem os ruídos noturnos que despertavam lembranças traumáticas. Tudo parecia suportável quando Helena sentia a mão de Erik entrelaçada à sua. Aquele era o farol dela. O abrigo.A jornada até Valewyn levou semanas. Era uma vila escondida entre montanhas e vales enevoados, protegida por magia antiga e por metamorfos que haviam abandonado os conflitos. Um lugar fora do alcance dos caçadores. Lá, diziam as histórias, não havia necessidade de máscaras.Quando os portões de madeira se abriram diante deles, foi como atravessar uma barreira invisível. O ar parecia diferente. Leve. Quente, mesmo sob o manto de inverno.— Isso... É real? — Helena murmurou, os olhos fixos nas construções de pedra e madeira, nas crianças correndo entre flores silvestres, nos homens e mulheres com olhos brilhantes, orelhas felinas ou caudas balançando liv
Capítulo 59A lua cheia pairava sobre Valewyn como uma benção silenciosa, iluminando o bosque que cercava a vila com uma luz suave. As tochas estavam acesas, cravadas no chão ao redor do círculo cerimonial formado por pedras antigas, musgo e flores colhidas pelos aldeões ao longo do dia. O ar carregava o perfume da terra e da esperança.Erik estava parado no centro do círculo, vestindo um traje simples feito de linho escuro e couro, com marcas tribais desenhadas em tinta escarlate sobre o peito e os braços. Seus olhos, sérios e intensos, procuravam por ela. Ao avistar Helena sendo conduzida por Anara, seu coração bateu com mais força.Helena vestia uma túnica clara, de um tecido leve que dançava com o vento. Seus cabelos estavam soltos, enfeitados com pequenas flores e folhas trançadas com delicadeza. Quando os olhos dela encontraram os de Erik, um sorriso suave se formou em seus lábios. Ela atravessou o círculo sem pressa, como se cada passo fosse parte do ritual.— Você está lind
EpílogoO sol se escondia lentamente atrás das montanhas de Valewyn. O campo ao redor da casa era banhado por aquela luz morna de fim de tarde, e o som dos pássaros e do vento entre as folhas era o único que quebrava o silêncio pacífico do lugar.Helena estava sentada na pequena varanda de madeira da casa, os pés descalços tocando a grama fresca, e a barriga levemente arredondada acariciada com calma. Havia uma tranquilidade serena em seus olhos enquanto observava o pôr do sol. Ao seu lado, sentado com as pernas esticadas e as mãos atrás da cabeça, Erik observava tudo com aquele olhar satisfeito de quem, enfim, havia encontrado o que sempre procurou… Paz.— Ele está demorando, não acha? — Helena comentou com um sorriso nos lábios.— Ele é seu filho. Se distrai fácil. Aposto que achou um esquilo no caminho e está tentando conversar com ele. — Erik respondeu com um sorriso torto.Helena riu e inclinou a cabeça, encostando no ombro dele.— Ele puxou a sua curiosidade e a minha paciência
Capítulo 1Helena corria desesperada pela floresta, tropeçando nas folhagens e nos galhos escondidos entre elas. Suas mãos e joelhos estavam esfolados e doloridos, pois os usava para se apoiar cada vez que caia. Apavorada, levantou apressada na expectativa de não ser alcançada. Ela podia escutar nitidamente as vozes masculinas que se aproximavam dela.— Você não pode fugir para sempre, garota! — Um deles gritou, a voz rouca com crueldade transparecendo em seu tom de voz.Helena não olhou para trás. Ela sabia que, se parasse, seria o fim. O medo a corroía por dentro, e o terreno traiçoeiro da floresta começava a cobrar seu preço. Seus pés descalços estavam feridos, os galhos rasgavam sua pele, mas ela não desistiria. Continuaria correndo.— Apenas parem! Por que estão fazendo isso comigo? — Ela gritou, mais para o vazio do que para os homens que a perseguiam.Nenhuma resposta veio além de risadas sinistras.Mais uma vez, Helena tropeçou em uma raiz exposta, caindo de joelhos. Suas mãos
Capítulo 2Helena ficou ali, ajoelhada na terra úmida, tentando compreender o que acabara de acontecer. Sua respiração vinha em arfadas curtas, o coração martelando contra o peito como se quisesse escapar. A marca em seu pescoço ainda ardia, irradiando uma sensação estranha que ia além da dor. Era como se algo nela tivesse mudado, algo profundo e irreversível.Ela olhou ao redor, tentando se orientar na floresta que agora parecia mais viva e ao mesmo tempo ameaçadora.O lobo negro, ou seja lá o que Erik fosse, havia desaparecido, deixando-a sozinha. Mas mesmo na ausência dele, Helena sentia sua presença, como se uma parte dele estivesse grudada nela. Era perturbador e, ao mesmo tempo, inexplicavelmente reconfortante.“Eu não pertenço a ninguém”, pensou, tentando reunir forças. Mas as palavras dele ainda ecoavam em sua mente. “Agora você é minha.”Helena balançou a cabeça, determinada a não deixar o medo dominá-la. Ela se ergueu, apoiando-se em uma árvore próxima. Não sabia para onde i
Capítulo 3Helena despertou com o som de algo sendo mexido na cabana. Sua mente ainda estava enevoada pela exaustão da noite anterior. Os últimos acontecimentos passavam em sua mente como flashes: a fuga desesperada, a queda no abismo, o encontro com Erik… e, claro, aquela mordida que ainda ardia em seu pescoço.Ela abriu os olhos lentamente, encontrando a luz suave da manhã que entrava pelas frestas das janelas. O som era rítmico, como alguém cortando ou esmagando algo. Ao erguer-se da cama improvisada de peles, viu Erik próximo à lareira, mexendo em um pote sobre as chamas.Ele estava sem camisa, as costas largas e musculosas iluminadas pela luz da manhã. Seus movimentos eram metódicos enquanto ele triturava algo em uma tigela.— Está me observando? — A voz rouca de Erik cortou o silêncio, surpreendendo-a.Helena corou, desviando o olhar rapidamente.— Você estava fazendo barulho. Foi o que me acordou.— Bom. Precisamos conversar, de qualquer forma. — Ele não olhou para ela, continu