A tensão ainda pairava sobre a clareira como uma nuvem carregada prestes a desabar. Lis sentia o peso da decisão de Sophia, mas sabia que sua presença ainda era uma ferida aberta para muitos ali. Os olhares desconfiados eram como punhais, e, apesar das palavras firmes de Matthew, ela sabia que sua aceitação naquela matilha seria uma batalha longa.Matthew, no entanto, não parecia disposto a ceder. Assim que o grupo começou a se dispersar, ele se virou para Lis, seu olhar suavizando por um breve momento.— Você está bem? — perguntou ele, sua voz baixa, mas carregada de preocupação.Lis hesitou antes de responder. As palavras de Sophia ainda ecoavam em sua mente, e ela sentia uma inquietação crescer dentro dela.— Não sei se eles algum dia vão me aceitar — admitiu, encarando o chão. — Talvez eu não devesse estar aqui.Matthew segurou seu queixo com delicadeza, forçando-a a olhar para ele. Seus olhos encontraram os dela, brilhando com determinação.— Você pertence a este lugar porque eu d
O amanhecer se aproximava, mas a tranquilidade prometida pela luz parecia um sonho distante. Lis sentia o peso da noite passada em cada músculo de seu corpo. A confissão de Matthew, tão poderosa e carregada de emoção, ressoava em sua mente como uma melodia que ela não conseguia parar de ouvir."Você é minha, Lis."As palavras aqueciam seu coração, mas também traziam um novo tipo de medo. Ser reivindicada pelo alfa era uma honra que muitos Alfa s sonhavam, mas para ela, era um território desconhecido e perigoso.Ela saiu da cabana de Sophia antes que o dia começasse. Precisava de ar, de espaço para pensar. Rose, sua loba, estava estranhamente silenciosa, mas Lis sabia que sua companheira interior observava tudo, analisando as possibilidades com cuidado.Matthew estava na clareira, já em movimento. Ele organizava um grupo para uma patrulha reforçada, ciente de que a presença de Lis poderia atrair mais do que apenas olhares hostis dentro da matilha. A antiga matilha dela ainda era um mist
O rugido de Matthew parecia ainda ecoar dentro de Lis, mesmo após o silêncio engolir a floresta. Estavam lado a lado, mas as emoções que os cercavam criavam um abismo quase palpável entre eles. Matthew estava furioso. Seus olhos dourados brilhavam com uma intensidade difícil de suportar, e Shadow rugia dentro dele, à beira de assumir o controle. O instinto do alfa exigia proteger e destruir qualquer ameaça que ousasse se aproximar de Lis.Lis, por outro lado, estava afundando. O encontro com Ian havia aberto feridas antigas, mergulhando-a de volta num mar de memórias e culpas que ela lutava para manter enterradas.— Ele disse algo? — perguntou Matthew, a voz rouca de tensão, mas firme.Lis sabia que não poderia mentir para ele. Não agora. Não com o elo que estavam formando, uma conexão profunda que ela ainda não compreendia completamente.— Ele veio me levar de volta — respondeu, quase num sussurro. — Disse que minha antiga matilha quer justiça.O rosnado que escapou de Matthew foi bai
A lua cheia subia lentamente no céu, iluminando o território com sua luz prateada. As sombras das árvores dançavam na clareira, onde a tensão era quase palpável. Matthew estava inquieto, caminhando de um lado para o outro, como um predador à espera de sua presa. Sua postura firme transmitia autoridade, mas os olhos dourados denunciavam a batalha interna enquanto Shadow rugia dentro dele, clamando por ação. A matilha começava a se reunir, um por um, atraída pelo chamado do alfa e pela sensação de perigo iminente.De longe, Lis observava a movimentação. Sentia-se como um intruso, mesmo que ninguém a tratasse assim diretamente. Ela podia sentir os olhares de alguns membros, alguns curiosos, outros desconfiados. Sua presença ali ainda era algo novo para muitos. Sophia se aproximou com passos leves, sua expressão serena e calorosa contrastando com a atmosfera carregada.— Como você está? — perguntou a curandeira, pousando uma mão reconfortante no ombro de Lis.— Tentando manter a calma — re
O amanhecer chegou lentamente, tingindo o céu de tons alaranjados e dourados. A clareira parecia calma, mas todos sabiam que a tranquilidade era enganadora. Ian e sua ameaça pairavam como uma tempestade prestes a desabar. Matthew estava de pé na borda da clareira, seus olhos fixos na floresta adiante. Ele mal havia dormido, sua mente girando com estratégias para proteger Lis e a matilha.Lis o observava de longe. Ele parecia imponente, mas a tensão em seus ombros traía a preocupação que carregava. Rose estava inquieta dentro dela, alternando entre sussurros de encorajamento e avisos sombrios.— Você precisa falar com ele — disse Rose. — Ele está carregando o peso de tudo isso por você.— Eu sei — respondeu Lis, em sua mente. — Mas não sei o que dizer. Não quero ser um fardo maior do que já sou.— Ele não te vê como um fardo — insistiu Rose. — Vai.Lis respirou fundo antes de se aproximar. Os estalos das folhas secas sob seus pés chamaram a atenção de Matthew, que se virou para ela, sua
A noite estava silenciosa, exceto pelo som das folhas balançando suavemente ao vento. Lis estava sentada próxima à fogueira da clareira, seus músculos ainda doloridos do treinamento intenso do dia anterior. Mesmo exausta, havia uma paz incomum em seu coração. Pela primeira vez, ela não se sentia uma forasteira completa. A matilha começava a enxergá-la como algo mais do que apenas uma fugitiva.Matthew apareceu, carregando um prato com pedaços de carne fresca. Ele se aproximou em silêncio, sentando-se ao lado de Lis. A luz do fogo lançava sombras em seu rosto, destacando o brilho intenso de seus olhos dourados.— Você precisa comer — disse ele, estendendo o prato.— Obrigada — respondeu Lis, aceitando o alimento com um sorriso tímido. — Parece que você não vai descansar até garantir que eu me cuide.Matthew deu uma risada baixa.— Culpe Shadow. Ele está mais protetor do que nunca. Desde que encontrou Rose, ele não para de me lembrar que devo garantir sua segurança.— Rose não é diferent
O amanhecer chegava silencioso, como se a floresta estivesse retendo a respiração, aguardando o despertar do dia. O ar fresco da manhã se infiltrava pelas árvores, acariciando o rosto de Lis enquanto ela caminhava sozinha. A sensação da brisa suave em sua pele, a quietude do ambiente, contrastava com o turbilhão de pensamentos que a invadiam. O peso do treinamento incessante, a ameaça que ainda se escondia nas sombras e a presença constante de Ian pressionavam seu peito, tornando cada passo mais difícil de dar. Rose, sua loba interior, estava inquieta, rosnando baixinho dentro dela, como se sentisse que algo ainda precisava ser resolvido. A conexão com sua loba nunca foi algo fácil, mas era algo profundo, e as inquietações de Rose tornavam-se também suas. Lis sabia que não poderia ignorar esse incômodo por muito mais tempo; ela precisaria encarar seus próprios sentimentos e as questões não respondidas que ainda pairavam sobre sua mente. Não era apenas o que acontecera com Ian, mas o qu
Naquela noite, a matilha estava em alerta. A lua cheia iluminava o céu, mas uma sensação de perigo pairava no ar, como se algo estivesse observando. O brilho prateado da lua transformava a floresta em um cenário místico, mas, ao mesmo tempo, a tensão era palpável. A noite, que normalmente era um momento de descanso para os membros da matilha, agora parecia carregada de um pressentimento sombrio. Após o misterioso ataque ao cervo, Matthew havia organizado patrulhas constantes ao redor do território. Ele sabia que a ameaça poderia ser muito mais do que um simples predador, e estava determinado a descobrir o que estavam enfrentando antes que a criatura atacasse novamente. Havia algo de errado na floresta, e a matilha precisava estar pronta.Lis estava de vigia com Ryan, ainda tentando conquistar a confiança dele. A tensão entre os dois era palpável, como se cada palavra dita fosse uma prova a ser superada. Eles sabiam que estavam juntos em uma missão importante, mas a relação entre eles e