Naquela noite, a matilha estava em alerta. A lua cheia iluminava o céu, mas uma sensação de perigo pairava no ar, como se algo estivesse observando. O brilho prateado da lua transformava a floresta em um cenário místico, mas, ao mesmo tempo, a tensão era palpável. A noite, que normalmente era um momento de descanso para os membros da matilha, agora parecia carregada de um pressentimento sombrio. Após o misterioso ataque ao cervo, Matthew havia organizado patrulhas constantes ao redor do território. Ele sabia que a ameaça poderia ser muito mais do que um simples predador, e estava determinado a descobrir o que estavam enfrentando antes que a criatura atacasse novamente. Havia algo de errado na floresta, e a matilha precisava estar pronta.Lis estava de vigia com Ryan, ainda tentando conquistar a confiança dele. A tensão entre os dois era palpável, como se cada palavra dita fosse uma prova a ser superada. Eles sabiam que estavam juntos em uma missão importante, mas a relação entre eles e
A batalha havia sido feroz. A criatura, embora derrotada, havia deixado um rastro de destruição. Seu corpo agora jazia no centro da clareira, caído de lado, com seus olhos vermelhos agora apagados e sem vida. Mas a vitória teve seu preço. A matilha estava marcada, não apenas pela violência da luta, mas também pela dor da perda e pelos feridos. O cheiro de sangue, ainda pungente no ar, era um lembrete cruel de que a sobrevivência tinha seu custo. Dois guerreiros estavam gravemente feridos, suas feridas abertas e profundas. O sangue ainda manchava o solo, criando poças que refletiam a luz da lua como espelhos vermelhos. A clareira, que antes era um local de tranquilidade e naturalidade, agora parecia um campo de batalha, o silêncio que se seguiu à luta quase mais pesado do que o barulho da carnificina. O som dos corpos caindo e dos uivos de agonia agora dava lugar a um silêncio profundo, como se o próprio ambiente estivesse em luto. Matthew estava ao lado de um dos guerreiros feridos,
Enquanto a matilha se recuperava dos ferimentos e da tensão da batalha, o clima era denso e pesado. O som dos guerreiros se movendo pela clareira, auxiliando uns aos outros e cuidando dos feridos, misturava-se com o silêncio, que agora parecia ainda mais imponente, mais ameaçador. A vitória, embora almejada, não havia trazido o alívio esperado. Havia algo no ar, algo inquietante, como se o medo e a incerteza persistissem apesar da criatura derrotada. O ambiente, antes acolhedor e pacífico, agora refletia o peso da luta e das perdas. A clareira parecia um reflexo da própria matilha: vencedora, mas marcada por feridas profundas, tanto físicas quanto emocionais. Embora a criatura tivesse sido derrotada, o sentimento de que algo ainda estava por vir não se dissipava. Matthew sabia que aquela noite não resolvera o mistério, nem havia aniquilado a verdadeira ameaça que rondava o grupo. O ataque tinha sido intenso, mas ele sentia que algo maior e mais sombrio se aproximava. O líder da mati
A madrugada ainda estava em silêncio quando Matthew, Lis e um pequeno grupo de guerreiros partiram do acampamento. O céu estava em tonalidades de cinza, com as primeiras luzes da aurora começando a romper o escuro. O ar frio da manhã parecia carregar um presságio, como se a natureza soubesse da missão que estavam prestes a cumprir. O plano era simples, mas arriscado: infiltrar-se no território de Ian, encontrar pistas sobre sua conexão com a criatura que havia atacado a matilha e, de alguma forma, descobrir o que ele estava realmente planejando.Lis sentia um nó no estômago, a tensão crescendo em cada passo que davam em direção àquele território desconhecido e traiçoeiro. Ela sabia que qualquer erro poderia ser fatal. Ela sentia a presença de Rose, sua loba interior, inquieta e alerta, como se soubesse que algo grande estava prestes a acontecer.— Fique perto de mim, — disse Matthew, sua voz baixa, mas cheia de autoridade, enquanto os dois caminhavam lado a lado. Ele sentia a tensão d
A tensão era palpável no ar, carregada de uma energia pesada que os tornava conscientes de que algo iminente aconteceria. O confronto entre Ian e Matthew estava prestes a acontecer, seus olhos fixos um no outro com o brilho feroz de seus lobos interiores prontos para se soltar. Ao redor deles, as duas matilhas se posicionaram, os corpos tensos, os olhos atentos, aguardando o sinal de que a batalha começaria. Lis estava ao lado de Matthew, seu coração disparado enquanto Rose rosnava baixinho em sua mente, como um reflexo da agitação que ela mesma sentia.— Você acha que pode usar essa criatura sem pagar o preço? — A voz de Matthew cortou o silêncio, grave e controlada, mas carregada de uma raiva contida. — Você está brincando com algo que nem mesmo compreende.Ian sorriu, um sorriso cruel e cheio de desdém, seus olhos fixos em Lis com uma intensidade que fez seu coração apertar.— Compreendo mais do que você imagina, Matthew. E sei exatamente o que estou fazendo. Essa criatura é uma fe
A alvorada chegou silenciosa e carregada de uma tensão palpável, diferente da calma que geralmente precede o amanhecer. A matilha estava em alerta máximo, todos cientes de que o confronto com Ian e a criatura que ele controlava era iminente. Cada membro da matilha, até os mais jovens, sabia exatamente o que fazer. O som das preparações reverberava pela clareira enquanto Matthew caminhava entre eles, oferecendo palavras de encorajamento e instruções claras. Sua presença era uma rocha, sólida e imutável, no meio da tempestade que se aproximava.Lis, por sua vez, procurava isolamento. Sentada no chão coberto de musgo, ela se concentrava, tentando estabelecer uma conexão mais profunda com Rose. Sentia o vínculo entre elas mais forte do que nunca, mas também notava a preocupação latente da loba dentro de si.— Você está pronta? — perguntou Rose, sua voz ecoando na mente de Lis, suave, mas imponente.— Não sei. — Lis respondeu honestamente. — Mas acho que nunca estaremos completamente pront
A aurora trouxe um vislumbre de paz, mas também a lembrança do que havia sido perdido na noite anterior. A clareira estava silenciosa, exceto pelos murmúrios baixos enquanto a matilha cuidava dos feridos e se reorganizava. Havia orgulho na atmosfera, pois haviam repelido Ian e destruído sua criatura monstruosa, mas o cansaço era visível em todos. A luta, no entanto, estava longe de acabar.Lis estava sentada em uma pedra, observando a movimentação ao seu redor. Apesar de seus próprios ferimentos, ela se recusava a descansar. A sensação de perigo ainda pairava sobre ela como uma nuvem negra, e Rose compartilhava sua inquietação.— Ele vai voltar — disse Rose em sua mente, sua voz firme, mas preocupada.— Eu sei. Mas por agora, pelo menos, ganhamos tempo — respondeu Lis, seus olhos fixos em Matthew, que discutia estratégias com Sophia e Ryan.Rose permaneceu em silêncio por um momento antes de responder.— Você confia nele, não é?Lis não hesitou.— Com minha vida.Enquanto Lis lidava c
A noite estava especialmente fria, um presságio que parecia pairar sobre a clareira. A brisa trazia o cheiro de terra úmida e madeira queimada, enquanto as estrelas brilhavam como agulhas no céu negro. A quietude era enganosa, pois a matilha permanecia em alerta, conscientes de que Ian poderia atacar a qualquer momento.Lis caminhava pelo acampamento, as botas fazendo pouco barulho contra o chão coberto de folhas. Ela sentia o peso da responsabilidade crescendo a cada dia. Sua decisão de ficar e lutar ao lado da matilha havia solidificado sua posição entre eles, mas também a colocados diretamente na mira de Ian.— Rose, está quieta hoje — comentou Lis mentalmente, tentando aliviar a tensão.— Apenas observando. Algo está errado, mas não consigo identificar o que — respondeu sua loba, sua voz grave e reflexiva.Esse comentário fez Lis franzir a testa. Ela confiava em Rose; a conexão entre elas era profunda, quase como se fossem uma só. Se sua loba estava inquieta, havia motivo para pre