A noite estava quieta na clareira, mas a tensão no ar era palpável. Enquanto Matthew e os outros líderes discutiam estratégias de defesa, Lis estava sozinha, sentada perto da fogueira, olhando para o artefato que ela tinha encontrado meses atrás — uma peça de metal misteriosa que parecia pulsar com uma energia própria. Era algo que ela não conseguia explicar, mas, a cada dia, sentia uma conexão mais profunda com o objeto. O artefato sempre a chamava, uma atração inescapável que a deixava inquieta, mas também curiosa.O som das árvores balançando e o farfalhar das folhas pareciam distantes enquanto ela o examinava novamente. O metal, antigo e ornamentado, era adornado com runas que ela não conseguia entender. À medida que seus dedos passavam pelas inscrições, algo sutil acontecia: uma energia parecia percorrer sua pele, despertando uma sensação dentro dela que era ao mesmo tempo estranha e familiar.Foi quando ela percebeu que Kael a observava de longe, com um olhar atento, quase penet
A manhã nascia sobre a clareira com um céu claro e sereno, mas dentro de Lis, as sombras da noite anterior ainda pairavam. As palavras de Kael estavam gravadas em sua mente, ressoando com um peso crescente. O artefato, a conexão com o sangue das bruxas, a magia que começava a despertar dentro de si — tudo isso parecia ser mais do que ela estava preparada para enfrentar. Ela ainda tentava entender o que aquilo significava para ela e para sua vida na matilha.Lis caminhava pelo campo de treino, onde a matilha realizava seus exercícios diários. O som de passos rápidos, o estalar das folhas secas e o farfalhar das árvores faziam parte da rotina que sempre a acalmava. Mas hoje, nada parecia aliviar a pressão crescente que sentia. O artefato, guardado em sua tenda, parecia chamá-la constantemente, a cada passo, a cada respiração."Você tem esse poder dentro de você, Lis. O sangue das bruxas corre em suas veias." As palavras de Kael se repetiam em sua cabeça como um eco distante, mas inescap
A tarde começava a cair sobre a clareira, e a tranquilidade que se instalava no campo era apenas uma ilusão diante do turbilhão de pensamentos que martelavam na mente de Lis. Desde a conversa com Matthew, ela não conseguia parar de pensar nas palavras de Kael e na revelação sobre sua linhagem. O artefato que ela havia encontrado na floresta não era apenas um objeto qualquer; ele estava conectado a algo muito maior, algo ancestral. Algo que ela mal começava a entender. E essa conexão com o artefato parecia estar moldando sua vida de maneira que ela não podia mais ignorar.Ela estava deitada em sua cama improvisada, na tenda que agora dividia com Matthew. O silêncio da clareira à noite era reconfortante, mas havia uma sensação de tensão no ar. A magia despertada dentro dela não era algo que pudesse controlar com facilidade. Toda vez que ela tocava o artefato, uma força poderosa se acendia dentro de seu corpo, uma energia que não podia ignorar.Lis levantou-se e caminhou até a pequena me
A clareira estava calma naquela manhã, o sol ainda mal despontando no horizonte, tingindo o céu com tons dourados e alaranjados. O ar estava fresco, com uma leve brisa que fazia as folhas das árvores dançarem suavemente. Lis estava em pé perto da fogueira central, os olhos fixos no fogo, mas sua mente distante. O artefato continuava a pulsar em sua mente, suas energias vibrando cada vez mais forte, mais intensamente, como se estivesse chamando-a. A sensação de estar sendo puxada para algo que ela não entendia, mas que não podia mais ignorar, tomava conta dela.Foi então que ela ouviu os rumores.Os murmúrios começaram a surgir entre os membros mais velhos da matilha, aqueles que, de algum modo, pareciam saber mais sobre o passado. Conversas discretas, olhares furtivos, palavras em sussurros, tudo indicava que algo grande estava se desenrolando fora da clareira. Algo que Lis não podia mais deixar de lado.— Lis, você já ouviu? — perguntou Kael, se aproximando dela enquanto ela ainda es
O sol ainda não havia surgido completamente, mas Lis e Matthew já estavam prontos para a jornada que os aguardava. Na clareira, a vida continuava normalmente, mas havia algo diferente no ar – um peso, uma sensação de que aquele seria o começo de uma nova fase. Eles haviam se despedido com breves palavras, mas os olhares entre eles diziam tudo o que precisavam saber: o leste os chamava, e juntos, partiram para esse destino incerto.Com o coração batendo forte, Lis sentiu a energia pulsando dentro de si. O artefato, ainda guardado sob suas roupas, parecia vibrar, como se o chamasse para o desconhecido. Ela sabia que, por mais difícil que fosse a jornada, o que a esperava no leste mudaria tudo. Ao seu lado, Matthew, como sempre, estava determinado a acompanhá-la, e agora, mais do que nunca, ele sabia que a proteção e confiança que trocavam entre si eram essenciais.As árvores ao redor da clareira começaram a diminuir à medida que avançavam para o leste, e o terreno começou a se tornar ma
Lis caminhava pela floresta, cada passo uma batalha contra o cansaço que a consumia. O céu estava tingido de um laranja profundo, enquanto o sol se despedia no horizonte, mergulhando o mundo em um crepúsculo mágico, mas também aterrorizante. As árvores ao seu redor se erguiam como sentinelas silenciosas, e a brisa fresca da noite não conseguia aliviar o peso que pressionava seu coração.— Eu não vou sobreviver para ver outro nascer do sol — murmurou para si mesma, sua voz falhando sob o peso da tristeza. As lágrimas queimavam em seus olhos, e uma sensação de desespero a envolvia. A culpa era uma sombra constante, lembrando-a do dia fatídico em que, em uma tentativa de salvar um amigo de um ataque, acabou causando um acidente que lhe custou a liberdade. Agora, era uma loba sem matilha, sem lar, vagando pela floresta como um espírito perdido.Lis parou para se apoiar em uma árvore, seu corpo tremendo. O que deveria ser um simples passeio pela floresta se tornara um pesadelo. — Se ao me
O céu noturno estava pontilhado de estrelas, iluminando levemente a clareira onde a matilha de Matthew estava reunida. As vozes que antes ecoavam pelo espaço silenciaram assim que os lobos perceberam a presença do alfa retornando — acompanhado. O ambiente, que antes parecia carregado de energia descontraída, tornou-se denso e pesado, como se o próprio ar estivesse à espera do que viria a seguir.Lis sentiu o peso dos olhares imediatamente. Era como se cada par de olhos estivesse tentando decifrá-la, julgando sua presença, questionando seu direito de estar ali. Seus ombros encolheram instintivamente, e Rose, sua loba interior, se agitou.— Eu sabia que seria assim — Lis pensou, lutando contra o desejo de recuar.— Não abaixe a cabeça para eles — a voz de Rose soou firme dentro dela, sua presença vibrando com a força de uma companheira que se recusava a ser subjugada. — Você é mais forte do que pensa. Não se esqueça disso.Matthew percebeu a tensão crescente e, sem hesitar, se posicionou
A noite estava particularmente silenciosa, quase como se a floresta segurasse a respiração. A luz da lua mal penetrava pelas copas densas das árvores, projetando sombras que dançavam com o vento frio. Lis, agora deitada em uma pequena cabana nos limites do território da matilha, tentava acalmar a mente. O espaço era simples, com uma cama de madeira rústica coberta por um cobertor grosso, mas, para ela, era mais do que suficiente. Depois de dias de cansaço e frio, era um alívio estar abrigada, ainda que sob circunstâncias tensas.O silêncio parecia ensurdecedor. Rose, sua loba interior, estava inquieta.— Há algo estranho no ar — sussurrou, sua voz ecoando com uma inquietação incomum na mente de Lis.Ela suspirou, puxando o cobertor para se proteger do frio que parecia cortar até os ossos.— É só a tensão da matilha. Eles não me querem aqui — respondeu mentalmente, tentando afastar o incômodo crescente.Rose não respondeu de imediato, algo raro para sua loba normalmente falante. A sensa