Entro no carro e fico tentando assimilar tudo o que ouvi. Daniel e eu estamos parados na frente da fazenda onde está acontecendo a festa. Minha cabeça parece que vai entrar em curto a qualquer momento. Acho que consigo entender por que ele agiu assim. Eu mesmo não sei nem como encarar seus olhos depois disso. Só sei que vou atrás dele, não gosto de ficar fugindo das coisas, deixar para resolver depois o que precisa ser resolvido agora.

— Onde vamos encontrá-lo?— Daniel pergunta preocupado.— Meu irmão nunca lidou muito bem com essa situação, ele se culpa por não ter conseguido proteger a Esther. Que lugar ele iria? Lisboa é enorme.

— No único lugar que ele se sentiria em paz.— Falo sem conseguir encará-lo.

— Com a Esther.

— Sim!

Saímos em silêncio, nesse momento não sei o que realmente estou sentindo. A única coisa que tenho certeza é de que sinto que Camilo precisa de mim. Dirigimos por longos minutos até que paro no cemitério. Em meio ao turbilhão de pensamentos, caminho até chegar a