O grito de Ester atraiu a atenção de todos no salão. Olhares de escárnio e risadas abafadas se voltaram para ela, deixando seu rosto alternando entre tons de vermelho e verde de tanto constrangimento.— Zelda, você... — Ester avançou furiosa, pronta para atacar Zelda.— Sua maquiagem borrou. — Zelda disse calmamente, cortando qualquer avanço.Ester parou no mesmo instante, apavorada. Ela pegou um punhado de guardanapos da mesa próxima. Quando viu as marcas de maquiagem nos papéis, ela engoliu em seco. Sabia que estava em um estado lamentável.Sem outra opção, começou a limpar todo o rosto, removendo o restante da maquiagem. Ouvindo as risadas e cochichos ao redor, Ester ficou furiosa.Ela tentou se controlar, e com um sorriso forçado, agarrou o braço do homem de meia-idade ao seu lado.— Querido, eu fui humilhada! Sou sua acompanhante, e ela está claramente me desrespeitando. Você... precisa me defender. Sua voz, cheia de falsa doçura, ecoou aos ouvidos do homem. O homem, ao ver
O tom ameaçador dele fez com que o rosto de Ester ficasse ainda mais pálido. Sem outra escolha, ela engoliu o orgulho e se aproximou de Zelda.— Desculpa... — murmurou, envergonhada.Aqueles que haviam testemunhado a postura arrogante de Ester, momentos antes, não puderam deixar de comentar ao vê-la agora, tão submissa. Os cochichos encheram o salão.Ester, incapaz de suportar tanta humilhação, saiu correndo. O homem, com medo de que Vicente pudesse culpá-lo, pediu desculpas repetidamente antes de sair cabisbaixo.A cena ficou gravada na mente dos presentes, levando muitos a se perguntarem... Será que esta mulher tem mais importância para o Sr. Vicente do que a própria Ada?...Ao lado da mesa:— Obrigada por me salvar, Sr. Vicente. Agora, será que pode me soltar? — Zelda disse, com um tom quase ríspido, virando o rosto para ele.Vicente sorriu de canto.— Eu estou abraçando minha esposa...— Senhorita Violeta. De repente, um grupo de pessoas se aproximou, interrompendo Vicente. Um
Zelda jamais imaginou, nem em seus piores sonhos, que Vicente faria algo tão impulsivo e fora de controle. Ele a via como o quê? Um simples passatempo? Ou um substituto para Ada?A raiva de Zelda cresceu como fogo, e ela tentou esbofeteá-lo. Mas no segundo seguinte, Vicente agarrou seu pulso, prendendo suas mãos acima da cabeça com firmeza.Zelda lutou, empurrando-o com força, mas nada parecia capaz de detê-lo. Seu rosto endureceu.Vicente sentiu a súbita cessação da resistência dela e, ao levantar o olhar, encontrou os olhos frios de Zelda, cujo olhar gelado fez sua excitação se congelar instantaneamente. Ele recuou um passo, mas seus olhos negros continuaram fixos nela.— Você me odeia tanto assim? — Sua voz saiu rouca, mas controlada.Zelda o encarou, sem um pingo de calor em seus olhos.— Sim. Você me dá nojo.A frieza nas palavras dela fez uma sombra escura cobrir o rosto de Vicente.— Na festa, você me usou até a última gota, garantindo que todos vissem como eu estava ao seu l
O sono veio e foi, sempre inquieto. Na manhã seguinte, depois do almoço, Zelda foi até o Grupo Castilho.Sem enfrentar nenhuma dificuldade, foi conduzida diretamente ao escritório de Bento.— Sentiu minha falta? Chegou até mais cedo. — Bento a saudou com seu sorriso característico, o mesmo ar despreocupado de sempre.Zelda já estava acostumada com esse jeito dele. Com um leve sorriso, respondeu com tranquilidade:— Vim para falar sobre o projeto de cooperação, Sr. Bento. Mas, se estiver ocupado, posso esperar.— Eu jamais deixaria uma mulher bonita esperando. — Bento disse, com um sorriso brincando nos lábios, e a conduziu até o estúdio que já havia preparado.Zelda lançou um olhar discreto ao redor. O escritório era amplo e decorado com uma elegância sóbria, com um toque de personalidade. Tudo ali parecia novo, cada item cuidadosamente disposto sobre a mesa de trabalho.— Vejo que o Sr. Bento se dedicou a este projeto. Vamos então falar sobre a licitação do resort? — disse Zelda, e
— Gostar de mim? — Zelda balançou a cabeça, os lábios curvando-se em um sorriso sutil. — Sr. Bento, esse tipo de brincadeira não combina com você. Nós não somos do mesmo mundo. Guarde essas ideias para si.Com isso, ela pegou a proposta que havia sido deixada de lado.— Sugiro que o Sr. Bento estude bem o meu projeto. Espero que nossa colaboração seja bem-sucedida: você alcança seus objetivos e eu consigo tudo o que desejo.Seu sorriso era gracioso, equilibrando elegância e firmeza.Dessa vez, Bento pegou a proposta sem colocá-la de lado, mas seus olhos escuros, sempre cheios de uma intenção predatória, permaneciam fixos em Zelda com uma intensidade que dizia muito mais do que palavras.— Sua calma e inteligência me fazem querer te conquistar completamente. Talvez essa seja a melhor maneira de derrotar Vicente. — Bento brincou, embora fosse difícil distinguir se estava sendo sarcástico ou realmente revelando suas intenções.— Conquistar a mim? — Zelda arqueou delicadamente os lábios ve
Ao retornar à mansão, já era fim de tarde. Uma empregada se aproximou assim que Zelda entrou.— O jantar está pronto.Zelda assentiu. Assim que entrou na sala de jantar, notou Vicente sentado no sofá, o rosto carregado de escuridão, os olhos fixos nela.O que ele estava fazendo ali?Com as sobrancelhas levemente franzidas, Zelda ordenou:— Traga meu jantar para o quarto.E começou a subir as escadas, mas mal havia dado alguns passos, a voz fria de Vicente a deteve:— Pare.Zelda parou no meio do caminho, os dedos se apertando levemente. — O que o Sr. Vicente deseja?— Onde esteve hoje?Diante do tom de acusação, Zelda respondeu com indiferença:— Com sua capacidade, não conseguiu descobrir onde eu estive?— Zelda! — Vicente rosnou, a voz carregada de impaciência e advertência. — Por que escolheu trabalhar com ele? Não gosto que tenha qualquer envolvimento com Bento.Os olhos profundos de Vicente revelavam sua crescente irritação.— Você não gosta?Zelda só podia achar aquilo tudo ri
Cerca de quinze dias depois, Zelda conseguiu conquistar a licitação do resort. Sua determinação agradou os acionistas que já a apoiavam, e até os que eram contra passaram a demonstrar confiança. Zelda sentia a mudança no ar, e isso a deixava satisfeita.Uma hora depois, Ada ficou sabendo da vitória de Zelda. O choque a deixou furiosa, seu rosto ficou pálido de raiva, e, em um acesso de fúria, ela derrubou tudo que estava sobre sua mesa. Marilia, sempre ao seu lado, tentou acalmá-la.— Não pense mais nisso, o resultado já foi decidido. Essa mulher realmente tem algumas habilidades, a subestimamos. Mas o tempo está a nosso favor. Enquanto ela estiver no Grupo Montenegro, ainda teremos chances de derrubá-la. — Marilia disse, tentando trazer Ada de volta à calma.Aos poucos, Ada foi se acalmando, mas a frustração e o ódio em seus olhos eram evidentes. Incapaz de conter a inquietação, Ada saiu do escritório....Na sala de chá, ela se dirigia para preparar uma xícara de café, na espera
De volta ao escritório, Zelda mergulhou em suas tarefas. Estava concentrada quando Dália entrou furiosa.— O que aconteceu? Quem te irritou assim? — perguntou Zelda, surpresa ao ver a normalmente calma Dália tão agitada.— As pessoas são tão estúpidas e fofoqueiras! Estão espalhando por aí que você só conseguiu a licitação porque agradou o Bento. E ainda tem quem diga que... que você é amante dele! Esses idiotas! Eu não vou deixar barato! — Dália estava tão irritada que andava em círculos pelo escritório.Zelda levantou as sobrancelhas, achando graça.— Só isso? — disse, com um leve sorriso. — A vida já é tão entediante, um pouco de diversão não faz mal.Dália parou e a encarou, surpresa.— Você não está irritada?— É só fofoca. Quando os resultados aparecerem, essas pessoas vão calar a boca. — Zelda respondeu, os lábios curvando-se levemente. — Não vale a pena se aborrecer, eles não passam de tolos. — Com os olhos semicerrados, Zelda pensou em Ada, um brilho frio passando por seu olh