Do outro lado, Zelda já havia se acomodado em seu novo quarto. Dália a acompanhava, descrevendo, animada, o estado patético de Ester momentos atrás.— Ainda bem que o plano delas não deu certo. Foi perigoso demais. — Dália comentou, ainda com um frio na espinha ao imaginar o que poderia ter acontecido se Zelda tivesse caído na armadilha. — Ester é cruel demais, tentar destruir a reputação de uma mulher assim!Zelda relaxou no sofá, um sorriso tranquilo curvando seus lábios.— Não se preocupe, Dália. Coisas assim não acontecem comigo.Antes mesmo que terminasse de falar, Bento entrou no quarto, percebendo o bom humor de Zelda. Sem cerimônia, sentou-se ao lado dela, com um leve sorriso de decepção.— E eu que achei que teria uma lembrança inesquecível ao lado da encantadora Zelda — disse ele, com um tom provocativo e cheio de malícia.Dália ficou rígida ao ouvir a insinuação. Olhou de um para o outro, engolindo em seco. Esses dois… será que realmente têm algo entre eles?Zelda notou a
Jogada para fora da mansão pelos seguranças, Ester estava em um estado lastimável. Vestida com roupas leves, tremia de frio, enquanto seu rosto, com a maquiagem destruída pelo tapa de Ada, ardia de dor.Ela queria voltar, mas não havia barco para levá-la de volta, o que a deixou sem escolha senão se encolher junto à margem, desamparada. Pensar na frieza de Ada, nos olhares de aviso, fazia Ester ranger os dentes de raiva. “Quando eu me reerguer,” prometeu a si mesma, “farei essa mulher pagar.”Porém, ela sabia que essa oportunidade parecia mais distante do que nunca…De repente, viu uma silhueta ao longe e ficou surpresa. Ada! Será que essa mulher tinha voltado para ajudá-la?Animada com a possibilidade, um sorriso surgiu em seu rosto. Ester levantou-se rapidamente e correu em direção a Ada, agarrando sua mão.— Me leve de volta, por favor. Estou com tanto frio… tudo o que quero é um banho quente. Vamos, me deixe voltar para o quarto, eu… estou faminta e congelando, não aguento mais
Era tarde da noite.Depois de dispensar Vicente, Zelda fez uma última inspeção cuidadosa no quarto. Ao se certificar de que não havia nada fora do lugar, entrou no banheiro e se entregou a um banho quente e relaxante.Mais tarde, deitada na cama, Zelda fechou os olhos e deixou-se levar pelo sono. Mas, em seus sonhos, foi novamente transportada para aquela sala de cirurgia. Ela se via sendo imobilizada na mesa, com um bisturi frio e reluzente tremulando nas mãos do médico, antes de abrir-lhe cruelmente o abdômen.Não!Zelda acordou com um sobressalto, sentando-se na cama, ofegante. Anos haviam se passado, então por que, de repente, aquele pesadelo voltava, tão vívido e aterrorizante?Zelda ainda estava assustada, com uma fina camada de suor escorrendo pela testa, mostrando o pavor que sentia. Aqueles dias sombrios de quatro anos atrás a fizeram perder a vontade de viver, mergulhando-a em completo desespero.Fofinha… Foi ela quem trouxe de volta a esperança de viver.De repente, o t
Após desligar o celular, Zelda perdeu qualquer vestígio de sono. Pensar na esperança que a filha tinha de conhecer o pai fazia seu peito se apertar de tristeza.Ela não sabia como curar Fofinha.Anos atrás, forçada a dar à luz prematuramente em meio a uma situação de extremo perigo, e isso deixaria sequelas na saúde da filha. Desde então, ela e Jonas haviam feito de tudo para ajudar a menina, sem economizar nas medicações mais caras. Esses esforços haviam conseguido estabilizar a saúde frágil de Fofinha. Mas a talassemia maior… essa ainda era um obstáculo impossível de superar.Para curá-la, seria preciso um transplante de medula óssea compatível.E os culpados por tudo aquilo? Um era Ada, o outro, Vicente.Zelda apertou os punhos, sentindo a raiva borbulhar. Jamais permitiria que Vicente continuasse a prejudicar Fofinha! Mas…Ele era a única pessoa com chance de ser compatível para o transplante…Baixou o olhar, com o coração pesado. O que ela deveria fazer?Com a mente tomada po
Dália chegou cedo ao restaurante para se encontrar com Zelda. Quando avistou Zelda de longe, foi ao seu encontro.— Não dormiu bem, Srta. Zelda? Sua aparência está um pouco cansada. — Dália comentou, notando o semblante abatido dela e franzindo as sobrancelhas com preocupação.— Que tal adiarmos um pouco a inspeção? Você poderia descansar um pouco e à tarde continuamos… — sugeriu Dália, preocupada.— Não precisa. — Zelda a interrompeu, tirando um batom da bolsa e retocando a maquiagem. — Estou bem, só não dormi bem à noite. A inspeção não pode ser adiada novamente.— Mas… — Dália ainda tentou argumentar, mas Zelda já tinha aberto o tablet e estava conferindo as notícias, sinalizando o fim da conversa.Conhecendo bem Zelda, Dália soube que insistir só a deixaria irritada, então permaneceu em silêncio.Depois do café da manhã, Zelda retornou ao quarto e trocou a roupa por um conjunto esportivo azul. Para melhorar sua aparência, aplicou uma maquiagem leve, e, ao se ver pronta e sem deta
Na área de desenvolvimento, Zelda e Dália concentravam-se intensamente nos cálculos e medições. Dália, acompanhando Zelda de perto, suspirou ao ver a dedicação da chefe.Será que ela não se cansa?De repente, ouviram uma voz masculina à distância.— Srta. Zelda...Um homem em uniforme de trabalho aproximava-se, correndo de longe. Zelda, distraída com a análise do ambiente, havia se afastado um pouco e não ouviu o chamado. Dália, notando que se tratava de um funcionário, respondeu.O homem, com postura respeitosa, aproximou-se de Dália.— Olá, sou Nico, assistente do Sr. Xavier. Conheço muito bem esta área e posso guiá-las pelo local. — disse ele, com um sorriso, embora um brilho momentâneo e estranho passasse por seus olhos ao encarar Dália.Objetivo identificado, é hora de agir.Zelda voltou naquele momento, observando rapidamente o crachá de Nico, que indicava "Assistente do Gerente Geral".— Há quanto tempo trabalha aqui? — perguntou Zelda.— Sou nascido e criado nesta região, co
Na floresta, Zelda e Dália avançavam, sentindo uma crescente inquietação, mas Nico mantinha-se calmo, descrevendo detalhes sobre a área.De repente, Dália tropeçou em uma pedra e soltou um grito de surpresa.— Srta. Zelda, cuidado! — disse Nico, segurando-a para evitar uma queda.Srta. Zelda? Dália franziu as sobrancelhas, sentindo que algo estava errado.Será que ele confundiu as pessoas?Antes que pudesse questionar, uma dor aguda atingiu seu tornozelo, e ela soltou um gemido, esquecendo-se de suas dúvidas. Zelda ajudou-a a sentar-se numa pedra próxima enquanto Dália fazia uma careta de dor.— Desculpe por atrasar você. Talvez devêssemos voltar… — Dália sugeriu, a voz hesitante.Zelda olhou ao redor, observando a densa vegetação que cercava a área, e franziu o cenho, ponderando sobre o próximo passo.Nico percebeu que a situação estava saindo de controle, mas rapidamente manteve a calma e tentou convencê-las:— Falta pouco, só mais quatrocentos metros. Estamos quase lá.Zelda e Dáli
— Zelda… — Vicente chamava enquanto atravessava o centro de pesquisa, seguindo as imagens das câmeras até chegar na floresta densa. O ambiente era bem mais complexo do que ele imaginava.Para encontrar Zelda e Dália o mais rápido possível, Vicente começou a gritar os nomes delas repetidamente, mas tudo o que ouvia era o eco de sua própria voz. Não havia resposta. Isso só aumentava sua preocupação, e ele apressou o passo.O caminho era difícil, com a terra fofa em muitos pontos. Seu jeans estava coberto de barro, mas ele mal percebeu. Até que, finalmente, viu uma sequência de pegadas adiante, e seus punhos, até então cerrados, relaxaram um pouco.— Zelda, você está aí? — A voz grave e levemente aflita do homem ecoou, despertando Zelda, que estava escondida em uma caverna próxima. Ela rapidamente se apoiou nas paredes para se levantar.— Estou aqui, dentro de uma caverna! — A voz de Zelda estava rouca, desgastada de tanto gritar por socorro.Vicente seguiu o som imediatamente. Quando