Na floresta, Zelda e Dália avançavam, sentindo uma crescente inquietação, mas Nico mantinha-se calmo, descrevendo detalhes sobre a área.De repente, Dália tropeçou em uma pedra e soltou um grito de surpresa.— Srta. Zelda, cuidado! — disse Nico, segurando-a para evitar uma queda.Srta. Zelda? Dália franziu as sobrancelhas, sentindo que algo estava errado.Será que ele confundiu as pessoas?Antes que pudesse questionar, uma dor aguda atingiu seu tornozelo, e ela soltou um gemido, esquecendo-se de suas dúvidas. Zelda ajudou-a a sentar-se numa pedra próxima enquanto Dália fazia uma careta de dor.— Desculpe por atrasar você. Talvez devêssemos voltar… — Dália sugeriu, a voz hesitante.Zelda olhou ao redor, observando a densa vegetação que cercava a área, e franziu o cenho, ponderando sobre o próximo passo.Nico percebeu que a situação estava saindo de controle, mas rapidamente manteve a calma e tentou convencê-las:— Falta pouco, só mais quatrocentos metros. Estamos quase lá.Zelda e Dáli
— Zelda… — Vicente chamava enquanto atravessava o centro de pesquisa, seguindo as imagens das câmeras até chegar na floresta densa. O ambiente era bem mais complexo do que ele imaginava.Para encontrar Zelda e Dália o mais rápido possível, Vicente começou a gritar os nomes delas repetidamente, mas tudo o que ouvia era o eco de sua própria voz. Não havia resposta. Isso só aumentava sua preocupação, e ele apressou o passo.O caminho era difícil, com a terra fofa em muitos pontos. Seu jeans estava coberto de barro, mas ele mal percebeu. Até que, finalmente, viu uma sequência de pegadas adiante, e seus punhos, até então cerrados, relaxaram um pouco.— Zelda, você está aí? — A voz grave e levemente aflita do homem ecoou, despertando Zelda, que estava escondida em uma caverna próxima. Ela rapidamente se apoiou nas paredes para se levantar.— Estou aqui, dentro de uma caverna! — A voz de Zelda estava rouca, desgastada de tanto gritar por socorro.Vicente seguiu o som imediatamente. Quando
O efeito do sedativo era fraco, e não demorou muito para que Dália acordasse, sendo forçada para dentro de um carro. Ela se debateu sem parar.— Me soltem! Quem são vocês? O que querem?Nico segurou-a com força, a expressão amistosa de antes sumira completamente.— Não posso te contar. Só te digo que você mexeu com quem não devia. Estamos sendo bem pagos, então nada pessoal, só estamos fazendo nosso trabalho.Dizendo isso, ele arrancou um pedaço de pano e o enfiou na boca de Dália para silenciá-la. Ela continuou a se debater, mas em vão. Pouco depois, o carro parou, e Nico a puxou para fora de forma grosseira.O lugar era estranho e desconhecido. Dália engoliu em seco, o medo subindo pelo peito ao perceber que tudo aquilo era uma armadilha. Quem poderia estar por trás disso?Nico arrancou o pano de sua boca e o jogou no chão com desdém.— Você disse que mexi com alguém… quem? Quem te mandou fazer isso? — Dália questionou, a raiva evidente em sua voz.— Logo você saberá.Nico seguro
Na sala de monitoramento, Xavier rapidamente localizou informações sobre o carro branco e reportou a Bento.— O homem é um morador local. Já conseguimos rastrear a localização atual do veículo — informou Xavier, com a voz trêmula.Morador local? Isso explicava por que ele conhecia bem a área. Os olhos normalmente gentis de Bento agora estavam tomados por uma frieza incomum.— Vamos para lá imediatamente.Xavier entendeu a urgência e rapidamente providenciou o carro....Enquanto isso, Ester, ainda furiosa após a bronca de Ada ao celular, olhou para Dália, desmaiada no chão, e não conseguiu conter a irritação, dando-lhe dois chutes com força. Os dois homens, que ainda não haviam recebido seu pagamento, lançaram olhares hostis para Ester.— Vigiem essa desgraçada e garantam que ela continue apagada — ordenou Ester antes de sair da cabana.Para garantir que receberiam seu dinheiro, os homens engoliram o orgulho e arrastaram Dália para um galpão ao lado, como Ester havia pedido.Preocupa
O rosto de Ester empalideceu ao ouvir as palavras de Ada.— E então… o que eu faço? Ada, por favor, você precisa me ajudar! Pense em alguma solução!Ada ergueu um canto dos lábios, respondendo:— Vá se entregar.— O quê?! Se entregar? — Ester arregalou os olhos, incrédula, como se não pudesse acreditar no que acabara de ouvir.Ada, com uma expressão despreocupada, deu de ombros:— E qual outra opção você tem? Além de se entregar, não vejo saída para você. Pense bem, porque eu não quero ser arrastada para essa sua confusão.Percebendo que Ada estava prestes a cortar laços, Ester bufou com frieza.— Ada, não se esqueça de que estamos no mesmo barco. Se eu for presa, vou entregar você. Contarei à polícia que você foi a verdadeira mandante, que tudo o que fiz foi sob suas ordens! — Ester, vendo que não poderia mais confiar em Ada, a confrontou com uma ameaça.— Você… — O rosto de Ada se contorceu de raiva; ela jamais esperava que Ester tivesse coragem de ameaçá-la.Ada deu um passo à frent
— Você… — Ester olhou para Ada com incredulidade, sem jamais ter imaginado que ela seria matá-la. A dor intensa a fez mover os lábios, mas nenhum som saía.Enquanto seu fôlego enfraquecia, os dois homens ao lado ficaram apavorados, suas pernas tremendo com o medo de se envolver em um homicídio. Sem pensar duas vezes, deram meia-volta para fugir.— Parem! — A voz gélida de Ada os deteve, cheia de uma frieza que arrepiou os dois homens.Calmamente, Ada puxou a faca do corpo de Ester e se aproximou deles.— Não adianta tentarem fugir. A única chance que vocês têm de sair dessa é colaborando comigo. Do contrário, se forem pegos, passarão o resto da vida atrás das grades.A frieza na voz dela era como o silvo de uma cobra, e os dois homens sentiram um calafrio na espinha.— E o que você quer que a gente faça? — perguntou Nico, resignado.A satisfação brilhou nos olhos de Ada ao ver que eles haviam cedido.Com um esforço sobre-humano, Ester, ferida e agonizante, conseguiu rastejar até os p
Vicente então começou a contar a cena:— Foi logo após eu perder meus pais. Eu era apenas um menino e, sem saber lidar com aquilo, me fechei em casa, isolado. A única pessoa que ficava do lado de fora, tentando consolar minha dor, era uma garotinha. Ela me dava forças para suportar o vazio. Um dia, depois de mais uma discussão com adultos, saí correndo de casa, sem perceber o carro que dobrava a esquina. Ela foi quem me puxou a tempo.Quando ele terminou, Zelda deixou escapar um sorriso amargo.Ele estava falando de alguém… que era ela. Mas de alguma forma, ele confundiu tudo, atribuindo a memória a Ada.Sem vontade de corrigir o erro, Zelda suspirou.— Então, sim, você deve realmente ser bom para essa garota. Seria uma ingratidão se não retribuísse o que ela fez por você.— Não… o que sinto por Ada não é amor… — Vicente tentou explicar, mas Zelda, lembrando da dor que ele lhe havia causado, interrompeu.— Não importa o que sente por ela. Só sei que, sob sua cruel influência, passei p
Nesse momento, um funcionário apareceu correndo pela porta, com uma expressão assustada.— Sr. Bento, a Srta. Ester… ela está morta!O rosto de Bento endureceu. Ele saiu rapidamente e encontrou Ester caída em uma poça de sangue, com uma faca cravada no peito, os olhos abertos em uma expressão de terror. Bento olhou para o corpo, o olhar escurecendo.— Como ela morreu? — perguntou a Nico, sem desviar os olhos do corpo.Nico, tremendo dos pés à cabeça, gaguejou:— Foi… foi ela… ela disse que tudo estava perdido, que eu havia sequestrado a pessoa errada, e que a mulher viu o rosto dela. Disse que sua vida estava arruinada… então… se matou. Eu… eu fiquei apavorado.Nico seguia exatamente o que Ada havia instruído, na esperança de que Bento acreditasse na história e o deixasse ir.Bento lançou-lhe um olhar de desdém e um toque de ironia passou por seus olhos.— Suicídio? — Ele não parecia convencido, mas evitou comentar. — Xavier, fique de olho aqui e aguarde a polícia.— Sim, Sr. Bento.