O rosto de Ester empalideceu ao ouvir as palavras de Ada.— E então… o que eu faço? Ada, por favor, você precisa me ajudar! Pense em alguma solução!Ada ergueu um canto dos lábios, respondendo:— Vá se entregar.— O quê?! Se entregar? — Ester arregalou os olhos, incrédula, como se não pudesse acreditar no que acabara de ouvir.Ada, com uma expressão despreocupada, deu de ombros:— E qual outra opção você tem? Além de se entregar, não vejo saída para você. Pense bem, porque eu não quero ser arrastada para essa sua confusão.Percebendo que Ada estava prestes a cortar laços, Ester bufou com frieza.— Ada, não se esqueça de que estamos no mesmo barco. Se eu for presa, vou entregar você. Contarei à polícia que você foi a verdadeira mandante, que tudo o que fiz foi sob suas ordens! — Ester, vendo que não poderia mais confiar em Ada, a confrontou com uma ameaça.— Você… — O rosto de Ada se contorceu de raiva; ela jamais esperava que Ester tivesse coragem de ameaçá-la.Ada deu um passo à frent
— Você… — Ester olhou para Ada com incredulidade, sem jamais ter imaginado que ela seria matá-la. A dor intensa a fez mover os lábios, mas nenhum som saía.Enquanto seu fôlego enfraquecia, os dois homens ao lado ficaram apavorados, suas pernas tremendo com o medo de se envolver em um homicídio. Sem pensar duas vezes, deram meia-volta para fugir.— Parem! — A voz gélida de Ada os deteve, cheia de uma frieza que arrepiou os dois homens.Calmamente, Ada puxou a faca do corpo de Ester e se aproximou deles.— Não adianta tentarem fugir. A única chance que vocês têm de sair dessa é colaborando comigo. Do contrário, se forem pegos, passarão o resto da vida atrás das grades.A frieza na voz dela era como o silvo de uma cobra, e os dois homens sentiram um calafrio na espinha.— E o que você quer que a gente faça? — perguntou Nico, resignado.A satisfação brilhou nos olhos de Ada ao ver que eles haviam cedido.Com um esforço sobre-humano, Ester, ferida e agonizante, conseguiu rastejar até os p
Vicente então começou a contar a cena:— Foi logo após eu perder meus pais. Eu era apenas um menino e, sem saber lidar com aquilo, me fechei em casa, isolado. A única pessoa que ficava do lado de fora, tentando consolar minha dor, era uma garotinha. Ela me dava forças para suportar o vazio. Um dia, depois de mais uma discussão com adultos, saí correndo de casa, sem perceber o carro que dobrava a esquina. Ela foi quem me puxou a tempo.Quando ele terminou, Zelda deixou escapar um sorriso amargo.Ele estava falando de alguém… que era ela. Mas de alguma forma, ele confundiu tudo, atribuindo a memória a Ada.Sem vontade de corrigir o erro, Zelda suspirou.— Então, sim, você deve realmente ser bom para essa garota. Seria uma ingratidão se não retribuísse o que ela fez por você.— Não… o que sinto por Ada não é amor… — Vicente tentou explicar, mas Zelda, lembrando da dor que ele lhe havia causado, interrompeu.— Não importa o que sente por ela. Só sei que, sob sua cruel influência, passei p
Nesse momento, um funcionário apareceu correndo pela porta, com uma expressão assustada.— Sr. Bento, a Srta. Ester… ela está morta!O rosto de Bento endureceu. Ele saiu rapidamente e encontrou Ester caída em uma poça de sangue, com uma faca cravada no peito, os olhos abertos em uma expressão de terror. Bento olhou para o corpo, o olhar escurecendo.— Como ela morreu? — perguntou a Nico, sem desviar os olhos do corpo.Nico, tremendo dos pés à cabeça, gaguejou:— Foi… foi ela… ela disse que tudo estava perdido, que eu havia sequestrado a pessoa errada, e que a mulher viu o rosto dela. Disse que sua vida estava arruinada… então… se matou. Eu… eu fiquei apavorado.Nico seguia exatamente o que Ada havia instruído, na esperança de que Bento acreditasse na história e o deixasse ir.Bento lançou-lhe um olhar de desdém e um toque de ironia passou por seus olhos.— Suicídio? — Ele não parecia convencido, mas evitou comentar. — Xavier, fique de olho aqui e aguarde a polícia.— Sim, Sr. Bento.
— O resgate pode chegar a qualquer momento — disse Zelda, recusando sem hesitar.Os olhos profundos de Vicente a observaram, percebendo sua resistência.— Fora essa ideia, não temos outra alternativa para tentar sair. Você está preocupada com a Dália, não é?Zelda hesitou. Ela estava segura por enquanto, mas Dália ainda estava desaparecida, e a incerteza a inquietava profundamente. Finalmente, suspirou e assentiu.— Certo.Ao ver sua aceitação, um leve sorriso surgiu nos lábios de Vicente.— Vou me agachar. Suba nos meus ombros.Com cuidado, Zelda subiu nos ombros de Vicente.— Vou começar a levantar. Segure-se bem, entendeu? — Vicente a lembrou com paciência.Só quando Zelda confirmou que estava bem segura, ele começou a se erguer devagar. Ela era leve, muito mais do que ele estava acostumado a levantar durante os treinos. Vicente notou isso com uma pontada de preocupação. Precisava garantir que ela se alimentasse bem dali em diante.Zelda esticou o braço, tocando finalmente a bor
Vicente lançou um olhar frio para Bento, seus olhos escuros brilhando com uma camada de frieza.Bento, como se não percebesse, aproximou-se de Zelda e, com um sorriso malicioso, comentou:— Isso conta como “herói salvando a donzela”? No passado, um ato desses talvez me rendesse o favor de uma princesa.— Engraçadinho você — respondeu Zelda, revirando os olhos, já percebendo que ele estava brincando e preferindo não dar mais atenção.Ela realmente não queria que esses dois homens começassem a competir entre si. Naquela manhã, ela havia saído só com Dália justamente para evitar uma situação como essa. Agora…— Vamos voltar para a casa. Quero ver como está a Dália — disse Zelda, cortando a conversa antes que as coisas esquentassem.Antes de sair, lançou um olhar para Vicente, hesitou por um instante e então falou:— Sr. Vicente, é melhor procurar um médico para dar uma olhada no seu braço. Não vá deixar uma sequela.Ultimamente, ele estava agindo de forma estranha, e Zelda não queria cor
O silêncio dominou o ambiente. Zelda olhou para Ada, que acabara de chegar. Ada, sem demonstrar qualquer preocupação com os demais, se aproximou rapidamente de Vicente.— Ouvi dizer que você se machucou. Está muito grave? Já chamei um médico — disse, apressada.O médico, após examiná-lo, confirmou que Vicente havia fraturado o braço.— Tão sério assim? — Zelda pensou, surpresa, imaginando que o ferimento provavelmente ocorrera quando ele a segurou durante sua queda. Apesar do espanto, seu rosto manteve-se sereno, sem grandes reações.O silêncio do ambiente foi quebrado pela voz preocupada de Ada.— Cuidado ao mexer, você não vê que Vicente está com dor?Zelda apenas ergueu ligeiramente as sobrancelhas e esboçou um sorriso irônico. Ada realmente não perdia uma oportunidade de exibir sua suposta intimidade com Vicente.Ao lado, Bento curvou-se ligeiramente em direção a Zelda e sussurrou, com um tom leve:— Quer que eu te acompanhe até o quarto para descansar?— Sr. Bento, você também
— Srta. Ada, lembre-se de quem você é. — Bento falou, franzindo levemente a testa ao perceber o olhar feroz de Ada.Ada, quase incapaz de conter sua fúria, amaldiçoou mentalmente: Absurdo! Que idiota é Bento! Tanto tempo ao lado de Zelda e ainda não a conquistou. E Ester, mais idiota ainda, por que estragou todos os meus planos? Se não tivessem pegado a pessoa errada, essa desgraçada da Zelda já estaria morta agora.Contudo, Zelda não só estava a salvo, mas agora também sob a proteção de Vicente. As mãos de Ada se apertavam cada vez mais com a raiva.Diante de um grupo de jornalistas, Vicente mantinha sua frieza de costume. A frialdade que exalava fazia com que fosse óbvio aos jornalistas que nada de valor sairia de sua boca. Todos os olhares então se voltaram para Zelda.— A polícia está investigando, e assim que tivermos os resultados, divulgaremos a todos. — Zelda falou, mantendo-se serena e exibindo sua habitual elegância.Os jornalistas, decepcionados com a resposta tão formal,