— Vocês estão todos juntos nisso! — Zelda gritou, incrédula, com os olhos arregalados de choque. Mas ninguém ao redor reagiu. Todos estavam ocupados com os preparativos da cirurgia, como se não tivessem ouvido.Diante dessa cena, a última fagulha de esperança dentro de Zelda se apagou.— Olha só para você agora, que patética! Sabe o que isso significa? Esse é o preço de disputar um homem comigo. A vida é o custo! — Ada deu leves tapinhas no rosto de Zelda, rindo suavemente.— Ada... matar é crime... — Zelda balbuciou, com a respiração acelerada, pálida de pavor.— E daí? Ninguém jamais vai descobrir! — Ada respondeu com um sorriso venenoso.Zelda, sufocada pelo medo, tentou apelar para o último resquício de humanidade. — Minha mãe salvou sua vida... pelo amor que ela teve por você...— Não me fale daquela vadia! — Ada interrompeu, com os olhos brilhando de ódio.Zelda ficou paralisada, incapaz de acreditar no que acabara de ouvir. Ada havia insultado sua mãe...— Não ouse falar assi
— Por quê…? — Zelda sussurrou. Por que a família Montenegro permitiu que um demônio como Ada se infiltrasse? Como ninguém enxergou a verdadeira face dela? Como uma pessoa podia ser tão cruel e sem coração?— Por quê? Porque a família Montenegro me deve. Cada passo que dou é para destruí-los. Primeiro, sua mãe. Depois você. E por fim, seu pai. Eu quero assistir à destruição completa dessa família! — A risada cruel de Ada ecoou pela sala de cirurgia, arrepios percorrendo a espinha de todos ali. Ninguém podia imaginar que por trás daquela aparência bela, escondia-se um coração tão sujo e cheio de veneno.— Tudo pronto? Vamos logo com isso. — Ada, satisfeita ao ver Zelda completamente destruída, virou-se para o cirurgião, sua voz carregada de uma excitação sádica.O médico assentiu e o anestesista se aproximou de Zelda, injetando a medicação com uma expressão apática. — Não... por favor, não... — Zelda tentou gritar, sua voz rouca e entrecortada. Seu olhar, cheio de súplica, implorava e
O céu estava carregado, como se um manto negro o envolvesse, prenunciando uma tempestade iminente. O ar abafado e pesado tornava difícil respirar. O ponteiro do relógio tremia, avançando lentamente em direção à noite. Jonas, imerso no trabalho, deu um sobressalto quando um colega tocou seu ombro:— Já deu o horário, vamos embora.Ele levantou a cabeça, olhou para o céu lá fora e, sentindo um incômodo no peito, respondeu:— Vou sair primeiro, tchau.Após tirar o jaleco, um sorriso suave apareceu em seu rosto gentil. Com o presente em mãos, ele se dirigiu ao quarto de Zelda. Ao abrir a porta, encontrou o quarto vazio, o ar frio, como se a paciente tivesse partido há muito tempo.— Enfermeira, e a paciente deste quarto? — Jonas perguntou, vendo uma enfermeira passar.— A paciente foi para a cirurgia esta tarde.— Que cirurgia?— Não sei...Ao ouvir a resposta, um mau pressentimento tomou conta de Jonas. Sem pensar, ele empurrou a enfermeira e correu em direção à sala de cirurgia.Do l
A primeira luz da manhã entrou no quarto. Vicente abriu os olhos de imediato, sem sinal de cansaço. Ada ainda dormia. Ao olhar para o rosto sereno dela, outra face passou brevemente por sua mente. O som suave de batidas na porta o interrompeu. Vicente se virou e viu Higor na entrada, com uma expressão um pouco tensa. — Como ela está? — perguntou, referindo-se a Zelda. Higor entendeu: — Sr. Vicente, a Srta. Zelda não está no quarto. Ela ainda doente, e já saindo por aí? Vicente franziu o cenho e, visivelmente irritado, foi em direção à porta. — Vicente. — A voz suave de Ada o fez parar. Ela havia acordado. — Vá procurá-la — ordenou ele. Higor assentiu e saiu. — Você cuidou de mim a noite toda? — Ada perguntou, seus olhos brilhando de felicidade. — Sim. — Vicente respondeu de forma simples. — Você é tão bom para mim — Ada sorriu, satisfeita, apertando a mão dele com firmeza. "Zelda, a partir de agora, tudo que era seu é meu!"Pouco depois, Higor voltou. — Onde
— Sr. Vicente, ela está esperando por você. — A frase de Jonas soou como uma faísca, acendendo uma chama de negação no coração de Vicente.Ele se virou abruptamente e agarrou Jonas pela gola, os olhos negros faiscando de raiva.— Que jogo você acha que está jogando, Jonas? Acha que me trazer aqui vai me fazer acreditar que ela está morta? — Sua voz era gélida.— Quer saber que jogo estou jogando? Entre e veja por si mesmo. — Jonas disse, com um sorriso irônico surgindo no canto dos lábios. Ele encarou Vicente sem medo.— Ou será que... o Sr. Vicente simplesmente não tem coragem de olhar? — Ele provocou, cada palavra dita com cuidado.O rosto de Vicente escureceu imediatamente, e Higor sentiu o estômago apertar. Sabia que o chefe estava realmente furioso.Mesmo assim, Jonas continuou a desafiar:— Está com medo, Vicente? Um covarde, sempre foi e sempre será!— Dr. Jonas, vamos sair daqui! — Higor rapidamente tentou evitar o pior, puxando Jonas para fora, antes que a situação saísse ain
Vicente fixou os olhos no rosto sereno de Zelda e, de repente, levantou-se, saindo com rapidez. Sua figura alta irrompeu do necrotério, com os olhos vermelhos de raiva, a fúria brilhando em suas pupilas.Como uma pantera enfurecida, ele agarrou Jonas com força, empurrando-o contra a parede, sua voz fria e ameaçadora:— O que aconteceu com ela, Jonas?!— O que aconteceu? Você não viu? Zelda está morta! Morta por causa da sua estupidez, do seu egoísmo! — A raiva contida de Jonas explodiu de uma vez. As veias saltaram em seu pescoço, e ele gritou com todas as forças contra Vicente, acertando-o com um soco no peito.Um baque surdo. Vicente, pego de surpresa, soltou Jonas por um momento. Mas Jonas, tomado pela fúria, não parou. Seus punhos continuaram a acertar Vicente, enquanto ele gritava em agonia, toda a dor reprimida se derramando num surto de violência.— Maldito!Vicente foi atingido por mais dois socos, e a raiva dentro dele também atingiu o ápice. Sem pensar duas vezes, ele se
— Ela foi mal compreendida, humilhada. Aguentou todas as lágrimas e dores, tudo por ter amado o homem errado! Ela deu tudo de si, até a própria vida, por te amar! E o que você deu a ela? Só insultos, dor, tormento e desconfiança! — Jonas encarou Vicente com frieza.— O filho que ela carregava era seu, e o coração dela sempre foi só seu! Você a empurrou com as próprias mãos para a morte, a mulher que te amava mais que a própria vida! — As palavras de Jonas atingiam Vicente como socos, um após o outro.Vicente cambaleou para trás, incrédulo.Câncer...Como ela poderia ter tido câncer?Jonas observou o olhar atordoado de Vicente e soltou uma risada amarga:— Se não acredita, pode fazer um teste de DNA. Veja se estou mentindo. Ou talvez… você simplesmente não se importe. Talvez nunca tenha se importado se o filho era seu ou não.Com isso, Jonas se afastou, sem olhar mais para Vicente, e desabou no chão, exausto.Higor olhou para Jonas e depois, preocupado, voltou-se para Vicente.O corpo i
Vicente deu um passo para trás de imediato, ele odiava qualquer criatura com bico.Zelda levantou a cabeça e viu um garoto bonito, que olhava para o corpo da pequena ave com uma expressão de desgosto. Ela soltou um "ai" e, apressadamente, pegou o lenço para embrulhar a ave com cuidado, dizendo:— Você foi tão bruto que machucou o Neve.Vicente, ao ouvir isso, desviou o olhar para ela. Ao ver seu rosto sujo, não conseguiu evitar a expressão de desagrado.— Seu rosto está imundo.Zelda passou a mão no rosto, mas acabou deixando-o ainda mais sujo, o que fez Vicente rir.— Sujo ou não, vou primeiro enterrar o Neve e depois lavo o rosto — disse Zelda, piscando seus grandes olhos, sem se importar.Ela puxou Vicente para se agachar ao seu lado e continuou:— Você ainda não pediu desculpas por ter machucado o Neve.— Eu? Pedir desculpas? — Vicente parecia ter ouvido a coisa mais absurda do mundo, respondendo com desdém: — É só um pássaro morto, joga fora e pronto.Zelda, ao ouvir isso, deu-lh