Os dias se passaram, junto a tensão foi diminuindo na favela, trazendo a normalidade.
Meus dias eram resumidos em ficar naquele quarto, saindo apenas da cama para fazer xixi e tomar um banho.
Todos os dias ligava para Gael e antes de dormir, esperava que retornasse minhas ligações. Entretanto, continuava sem atender minhas ligações e não as retornava.
Por causa disso, sentia que emagrecia rapidamente e que meu corpo começara a sofrer com as consequências de não dormir direito.
Lidiane apesar de meus protesto, fazia questão em levar comida para mim. Mesmo eu não estando com um pingo de apetite. Respondendo sempre me dando a mesma
Mesmo com a medicação sendo inserida diretamente em minha veia, ainda sentia calafrios. Apesar do sangramento ter parado.Marco coloca a palma da mão aberta sobre minha testa, usando a outra mão para pressionar o celular contra a orelha.- Tu tem que brotar aqui na UPA agora. Por quê?! Marcela tá aqui e ela não tá bem não - diz sério, os olhos indo até os meus - Se vira. Dá teu jeito - Ele desliga, colocando o celular no bolso, se inclinando sobre mim - Vou achar aquele médico filha da puta. Já volto - murmura, se afastando em passos rápidos.Só conseguia pensar que havia pegado alguma doença contagiosa, naquele banheiro do prostíbulo da J&o
Como esperado, no dia seguinte recebi alta com recomendações que deviam ser seguidas á risca.Gael apareceu uma hora depois de eu ter recebido alta, alegando que estava resolvendo uns problemas.A manhã estava ensolarada e quente, algo que não dava muito para perceber dentro das paredes geladas da UPA. Por um momento, desejei estar na praia, como em dias que matava a aula com Bianca e passávamos a manhã inteira vendo pessoas transitarem de um lado para o outro, fazendo exercícios ou mesmo passeando.Aquele era um dia, que queria fazer isso.-Quero ir na praia- digo no ouvido de Gael, enquanto ele dirigia par
Eu não podia fazer aquele exame e nem iria. Ás coisas continuariam do jeito que estava e se Rubinho ainda estava com alguma dúvida referente se era o pai ou não, era melhor ele não ter certeza e tudo ficar bem.- Não vou fazer exame - Dou de ombros, tentando não transparecer nada - Gael é o pai e ponto final.Ele franze o cenho, assentindo lentamente. Me fazendo franzir o cenho, por não querer rebater e aceitar facilmente.- Marcela? - A voz de Lidiane soa de repente. Arregalo os olhos, abrindo a boca num O, colocando o dedo indicador na frente da boca - Tá no banheiro? - Ela dá algumas batidas na porta.- Estou! - digo olhando para Rubinho - Já estou indo!Saio do boxe, me enrolando na minh
Não vi a hora que Gael chegou, mas acredito que já era tarde da noite.No restante do dia, não consegui me livrar das palavras de Rubinho, apesar de ter me esforçado, não consegui.Haviam soado mais do que simples indiretas, era como se me desse dicas sobre o quê devia hipoteticamente estar acontecendo.Mas o quê exatamente? Acordo de repente ao sentir Gael se mexendo do meu lado, me despertando de vez. Por alguns longos minutos, o observo dormir de barriga para cima, sob a fresta de luz que entrava pela porta entre aberta. Ele dormia em sono profundo, pois roncava baixo. Noto quando se
Após alguns minutos, ele dá partida na moto. Ligo o carro e tento o seguir disfarçadamente, tentando não chamar muita atenção, mesmo meu carro não sendo muito comum.Gael começa a entrar e sair de ruas, parando de vez em quando para falar com alguém. Mordendo o lábio inferior, começo a acreditar que estava sendo paranoica e de que não precisava estar me sujeitando aquilo, seguindo o cara no qual devia confiar, da mesma forma que ele confiava em mim.Durante os minutos seguintes, Gael continua dirigindo entre ás ruas da favela, me fazendo querer voltar para casa e esquecer aquela loucura.Entretanto, acho estranho quando ele para em uma rua sem muitas casas,
Olho para ele hesitante, sem conseguir emitir qualquer palavra.- Começar o quê? - sussurro trêmula.- A cavar sua cova. Não vou perder meu tempo fazendo isso.- Gael...Ele atira do meu lado me assustando.- Agora - diz devagar com o olhar sádico.Vago meus olhos ao redor em pânico.- Com o quê vou cavar? - pergunto chorando.- Com suas patas, cadela - Tento engolir o choro, começando a fazer um buraco no chão com ás mãos.- Cara, para - Rubinho se coloca ao lado dele - Olha o quê tu tá fazendo.- Se mete com tua puta, que dessa já tô cuidando.Bianca se aproxima dele, se apoiando em seu
Meses depoisNão foi difícil entrar na casa de Jô e pegar os 500 mil reais.Como o dia só começava naquela casa a partir das oito, não foi difícil entrar, a porta da frente dormia aberta, então facilitou minha entrada e minha ida até o quarto.Minhas malas ainda estavam no mesmo lugar. Na cama em baixo da minha, Lidiane dormia em sono profundo, assim como Katiane e Kauane.Por alguns segundos, me coloco ás observá-las, como um fantasma, já que me sentia como um.Elas não pareciam ter ideia do que havia acontecido comigo.Talvez nunca soubessem e conhecendo um f
Algumas semanas depois, resolvi sair novamente. Dessa vez, minha barriga estava um pouco maior.Era final de tarde e queria saber o quê Gael estava aprontando.Por causa do horário, o movimento nas ruas era reduzido, principalmente na rua onde Gael morava.Atrás de um carro, encaro a casa não muito distante de onde estava, vendo quando o carro de Rubinho entra na rua, parando em frente da casa.Ele desce do veículo com uma sacola de loja, entrando na casa sem olhar para os lados.Ver ele tão perto e ao mesmo tempo longe, trazia o lado humano que não