Eu não podia fazer aquele exame e nem iria. Ás coisas continuariam do jeito que estava e se Rubinho ainda estava com alguma dúvida referente se era o pai ou não, era melhor ele não ter certeza e tudo ficar bem.
- Não vou fazer exame - Dou de ombros, tentando não transparecer nada - Gael é o pai e ponto final.
Ele franze o cenho, assentindo lentamente. Me fazendo franzir o cenho, por não querer rebater e aceitar facilmente.
- Marcela? - A voz de Lidiane soa de repente. Arregalo os olhos, abrindo a boca num O, colocando o dedo indicador na frente da boca - Tá no banheiro? - Ela dá algumas batidas na porta.
- Estou! - digo olhando para Rubinho - Já estou indo!
Saio do boxe, me enrolando na minh
Não vi a hora que Gael chegou, mas acredito que já era tarde da noite.No restante do dia, não consegui me livrar das palavras de Rubinho, apesar de ter me esforçado, não consegui.Haviam soado mais do que simples indiretas, era como se me desse dicas sobre o quê devia hipoteticamente estar acontecendo.Mas o quê exatamente? Acordo de repente ao sentir Gael se mexendo do meu lado, me despertando de vez. Por alguns longos minutos, o observo dormir de barriga para cima, sob a fresta de luz que entrava pela porta entre aberta. Ele dormia em sono profundo, pois roncava baixo. Noto quando se
Após alguns minutos, ele dá partida na moto. Ligo o carro e tento o seguir disfarçadamente, tentando não chamar muita atenção, mesmo meu carro não sendo muito comum.Gael começa a entrar e sair de ruas, parando de vez em quando para falar com alguém. Mordendo o lábio inferior, começo a acreditar que estava sendo paranoica e de que não precisava estar me sujeitando aquilo, seguindo o cara no qual devia confiar, da mesma forma que ele confiava em mim.Durante os minutos seguintes, Gael continua dirigindo entre ás ruas da favela, me fazendo querer voltar para casa e esquecer aquela loucura.Entretanto, acho estranho quando ele para em uma rua sem muitas casas,
Olho para ele hesitante, sem conseguir emitir qualquer palavra.- Começar o quê? - sussurro trêmula.- A cavar sua cova. Não vou perder meu tempo fazendo isso.- Gael...Ele atira do meu lado me assustando.- Agora - diz devagar com o olhar sádico.Vago meus olhos ao redor em pânico.- Com o quê vou cavar? - pergunto chorando.- Com suas patas, cadela - Tento engolir o choro, começando a fazer um buraco no chão com ás mãos.- Cara, para - Rubinho se coloca ao lado dele - Olha o quê tu tá fazendo.- Se mete com tua puta, que dessa já tô cuidando.Bianca se aproxima dele, se apoiando em seu
Meses depoisNão foi difícil entrar na casa de Jô e pegar os 500 mil reais.Como o dia só começava naquela casa a partir das oito, não foi difícil entrar, a porta da frente dormia aberta, então facilitou minha entrada e minha ida até o quarto.Minhas malas ainda estavam no mesmo lugar. Na cama em baixo da minha, Lidiane dormia em sono profundo, assim como Katiane e Kauane.Por alguns segundos, me coloco ás observá-las, como um fantasma, já que me sentia como um.Elas não pareciam ter ideia do que havia acontecido comigo.Talvez nunca soubessem e conhecendo um f
Algumas semanas depois, resolvi sair novamente. Dessa vez, minha barriga estava um pouco maior.Era final de tarde e queria saber o quê Gael estava aprontando.Por causa do horário, o movimento nas ruas era reduzido, principalmente na rua onde Gael morava.Atrás de um carro, encaro a casa não muito distante de onde estava, vendo quando o carro de Rubinho entra na rua, parando em frente da casa.Ele desce do veículo com uma sacola de loja, entrando na casa sem olhar para os lados.Ver ele tão perto e ao mesmo tempo longe, trazia o lado humano que não
Sentada na privada de um reservado, mexo no celular impaciente, quando alguém entra no banheiro, apertando o botão de áudio do WhatsApp.- Já estou aqui. Cadê você? - pergunta, tirando o dedo de cima do botão.Fechando os olhos, inspiro o ar lentamente, abrindo a porta do reservado, inclinando a cabeça quando nossos olhares se cruzam no espelho.Bianca arregala os olhos, abrindo e fechando a boca, sem conseguir emitir qualquer barulho.Calmamente caminho até a porta, a travando com uma barra de ferro, que havia levado para aquela ocasião.- Você parece meio surpresa em me ver - digo parada perto da porta.- Voc&
Naquela mesmo noite, em baixo de chuva, dirijo para o Complexo do Alemão. Decidida em descobrir o quê havia acontecido com Rubinho.Como sabia que por volta daquele horário, Antônia sempre ia para aquele lugar, a esperei sair de casa e a segui até o barraco no meio do nada.Pela próxima uma hora, tentei ficar o mais confortável no banco, mesmo sabendo que seria uma tarefa difícil, pelo tamanho da minha barriga e por não conseguir ficar mais tanto tempo deitada, devido as dores incomodas. Por volta das onze da noite, Antônia resolve ir embora, usando a blusa de frio que vestia para se proteger da chuva ao andar até seu carro vermelho. Quando ela vira a esquina, desço do carro com um ali
Abro meus olhos, encontrando os olhos tristes de Rubinho. Sua aparência era cansada e só o olhando bem, que percebi que estava mais magro.- Não quero acabar com o clima, mas... - diz hesitante - você tem que sair daqui.Franzo o cenho sem entender.- De preferência agora.- Por quê? - Eu havia aberto meu coração para ele pela primeira vez e a reação que tinha, era me mandar embora?- Vão vir deixar minha janta e se ele ver você aqui, vai atirar primeiro para perguntar depois - Levanto no mesmo instante, segurando com força o alicate em minha mão.- Acha mesmo que vou embora? - pergunto andando de costas, para atrás da porta.- Marcela, não - diz ele sério - Vai embora daqui