Não agradeci Rubinho pela carona.
Invés disso, entro na casa em passos firmes, passando por Gael na sala.
Começo a juntar todas ás minhas coisas sem um plano formado em minha cabeça, de novo, pra variar.
Precisava urgentemente parar com isto.
- Aonde você tá indo? - Gael pergunta na soleira da porta. Não respondo - Tô falando com você, Marcela - diz segurando meu braço.
- Tira essa sua mão de mim - rosno.
- Qual é teu problema?
- Neste momento? - Volto a arrumar minhas coisas - Você.
- Pra quê toda essa marra? - Ignoro ele novamente. Não muito contente em ser ignorado, Gael me e
Passava das 9 da noite.Pela primeira vez que comecei a frequentar aquela casa, Gael estava em casa, sob seu colo, estava minhas pernas, enquanto tentávamos entender o filme de suspense que passava na TV.É quando palmas interrompe a breve paz que havia se estabelecido ali.Gael levanta com o cenho franzido, afastando a cortina um pouco para olhar quem estava no portão.Sem dizer uma palavra ele sai.- Qual foi, tia - Escuto ele dizer na garagem.- Vim aqui pra pedir que faça justiça - diz uma senhora com a voz trêmula.- O quê aconteceu? - Diminuo o volume da televisão.- Um
Acordo na manhã seguinte, ouvindo Gael abrir e fechar as portas do guarda-roupa, procurando roupa para vestir.- Tem como fazer menos barulho?- Compra um fone de ouvido - Ele responde, vestindo uma camisa cinza - Tô saindo.- Novidade - Resmungo, colocando o braço em cima do rosto.Algum tempo mais tarde, desisto de tentar voltar a dormir, saindo da cama.Um grito fica preso em minha garganta, quando Rubinho aparece na porta do banheiro, no momento em que estava fazendo xixi.- Você não bate mais na porta não?! - grito, me inclinando para frente, conseguindo bater a porta na sua cara.- Vocês e essa mania de privacidade - diz no corredor.- O quê é que você quer?- Cadê o Gael?
Sentada na cama, encaro o endereço escrito com uma caligrafia não muito bonita, sem ter mais certeza se queria saber quem era meus pais biológicos.Estava começando a cogitar a ideia de deixar aquela história para lá, virar aquela página da minha vida e esquecer que havia esquecido que havia sido adotada.Mas como viveria sabendo que eles estavam por aí? Bem, sem se importarem se estava viva ou não. Pego meu celular, desbloqueando a tela. Encontrando diversas ligações perdidas que variava entre Bianca, Gisele e Samuel. Ás primeiras
Rubinho e Marco me seguem cada um em seu carro, até a casa de Gael.Suspiro desligando o motor, olhando para a casa aparentemente sem movimento, saindo do carro.- Tô deixando sua mina aqui - diz Marco no celular, descendo do carro - Tu se importa sim. É tua mina. Esfria tua cabeça e depois volta pra casa. Agora vê se não vai fazer besteira - Escuto ruídos do que deveria ser a voz de Gael, alterada - Tô falando pra esfriar tua cabeça. Escuta meu conselho. Tá - Marco desliga, soltando o ar dos pulmões.- Ele não vem, não é?- Não - Abraço meu corpo, olhando novamente para casa.- Agora vê se não vai criar inferno quando ele chegar. Fica na tua. Deixa a poeira abaixar - aconselha.&nb
- O que tem na sua cabeça? - Rubinho questiona, em frente a um cemitério particular - Você só pode ser louca.- Você fica aqui - digo saindo do carro.Havia escutado sem querer, no jornal, que enterrariam Ricardo naquela manhã, naquele cemitério. E era algo que precisava ver com meus próprios olhos, para enfim, poder seguir minha vida.Vestida em um vestido preto, coberto de lantejoulas pretas, com um decote profundo na frente; Não me sentia indo para um velório e sim para uma festa. Uma festa na qual, eu era a anfitriã.Eu estava muito gostosa. Passo por entre os túmulos, olhando tudo com atenção a
Estávamos na metade do caminho, quando o celular de Rubinho toca de repente.- Fala. O quê? Não. Não, não sei dele não. Tá. Tô indo. Segura a onda aí - Ele desliga, jogando o celular no painel.- O que foi?Ele me olha por uma fração de segundo.- Gael não apareceu para pegar a mercadoria. O cara tá puto esperando ele.Franzo o cenho.- Como assim? Ele saiu de casa dizendo que iria resolver isto - Ele abre as mãos sobre o volante.- Pois é, mas ele não apareceu.Tento imaginar o que poderia ter acontecido para Gael não ir ao encontro do homem que o esperava, porém n&
Já fazia algum tempo que estávamos dormindo, quando o celular de Gael começa a tocar insistentemente conseguindo me acordar.Sacudo Gael ainda com os olhos fechados.- Hum - Ele geme dormindo.- O celular.Suspirando, ele ergue a cabeça, pegando o aparelho no chão.- É o quê? - Fogos de artifício soam de repente, me assustando. Quem era o maluco que estava soando fogos naquele horário?, me questiono aborrecida - Merda - Gael levanta de repente, vestindo uma bermuda - Levanta - diz me olhando, acendendo a luz.- Por quê? O que foi?- Levanta, porra. A polícia está invadindo! - grita. Pulo da cama, sem saber o quê fazer.- O quê...o quê eles estão
Depois de estar devidamente arrumada e de ter tomado minha insulina, Lidiane me chama para tomar café naquele lugar.Enquanto descíamos a escada em espiral, pedia mentalmente que a cozinha não fosse como o banheiro.O movimento era constante no térreo, havia algumas meninas na calçada olhando o movimento da rua, outras na sala e outras indo para a cozinha espaçosa, com somente uma mesa velha num canto, um fogão e um armário.Sobre a mesa havia um grande saco de pão, duas garrafas de café e uma manteiga aparentemente da mais barata.Para um pensionato feminino, ali estava longe de oferecer um café da manhã decente.&nbs