Os três juntos então se sentaram para tomar um café ou no caso de Theo, um croissant recheado de chocolate, transbordando em cada mordida que ele dava. Uma visão inebriante para Clarice, que por sua vez odiava doces.
- Que cara é essa mãe?
- São dez horas da manhã agora e ele ta se enchendo de chocolate.
Theo enquanto mordia o croissant parou a mordida no doce e olhou para ela com cara de bobo, se deliciando com o croissant.
- Ahaha, tu é bobo não é?
- Sou sim, Lice...
- Lice?
- É... Eu tava pensando, a gente vai passar um mês e pouco juntos, Clarice e Alice são nomes muito parecidos, posso te chamar te chamar de Clara, Clarice?
- Clara?
- Sim, Clara e você Alice, posso te chamar de Lice?
- Por mim...
- Tá né, pode... Mas Clara... Não tem nada haver com Clarice.
- Clari.. Clara? Cla-arice... Rice!
- Lice e Rice não são mais parecidas ainda?
- Ae... Papo reto. Vai ficar Cla
- Ai mãe... Já acabou, pode ficar tranquila. - Eu sei... Vamos sair logo dessa banheira. Os três então carregando suas malas, saíram do avião que já havia estacionado em uma das entradas e saídas de passageiros no aeroporto. A parte interna do aeroporto não era tão grande, mais parecia-se uma rodoviária chique do que um aeroporto internacional como qualquer outro. Alice estava já faminta, ela não havia almoçado dentro do voo como Theo fez então, pergunta se poderiam antes de pegarem um ónibus ou algo semelhante, comer. - Gente... To faminta, podemos comer algo? - Primeiro, preciso converter o dinheiro, vou até uma casa de câmbio e vocês me esperam em um restaurante, vocês tem meu número se precisarem de mim. Theo então se retira do lado delas e procura um casa de câmbio, um lugar feito para se converter moedas internacionais para as em utilização no país que eles se encontram, ou vice-versa. - Mãe. Qual a língua que se fala aqui?
Theo e Lier ficaram parados no meio da rua apenas observando o carro da senhora indo embora até perder de vista, Lier ficou muito consternado pelo situação, era o trabalho dele ajudar a todos que entrassem dentro do aeroporto e ele não ajudou nem a senhora e muito menos Theo, que estava ao seu lado com um olhar de confuso, mas não com a situação em que Lier o pôs, mas sim, quem era aquela senhora, o que ela queria com ele e ainda por cima, morava na cidade onde era o seu destino. - Então chefe... Você mora em Zermatt? - Pergunta Theo enquanto os dois saem do meio da rua. - Hã... Moro sim. O senhor disse que iria para lá correto? - Sim, quando acaba seu expediente? - Meu expediente? Em algumas horas por que? - Você será meu guia pela cidade e não se preocupe, eu pago pelo guia. - Pagar senhor? Não precisa, eu te levo até a cidade sem problema algum. - Tudo certo então... Me avise quando acabar seu expediente, vou alugar um carro
Não demorou muito para Lier chegar até Theo e os dois se encontraram na frente do café. Era por volta de dez horas da noite já e a cidade já estava mais iluminada do que antes. - Theo. - Disse Lier logo atrás de Theo. - Opa... - Theo se virou. - Vamos? Não é muito longe. - Claro. Os dois começaram a caminhar rua acima, quase em direção a casa de Lier. - Então Lier, tem quantos anos? - Cinquenta e dois e o senhor? - Vinte e dois ou por ai, já nem me lembro... - Não lembra da sua idade? - Muita coisa na cabeça... A idade é o que menos importa e você? Porque um aeroporto? - Sempre gostei de hospitalidade e um aeroporto é onde se mais precisa, afinal as pessoas estão chegando no país pela primeira vez, ou não. Encontrar alguém amigável logo de cara as deixa se sentindo acolhidas e querendo voltar quando forem. - Perfeito. - E você Theo? Faz o que? - Ahm... Faço nada, na verdad
O dia seguinte chegou. Alice e Clarice se levantaram da cama juntas, estavam cansadas e seus olhos estavam vermelhos, o dia de ontem as cansou muito. Porém, as duas levam um pequeno susto ao ver que Theo não estava deitado na cama. - Aahmm... O-onde ele tá? - Pergunta Alice bocejando. Era por volta de dez horas da manhã e a duas saem do quarto o procurando, para o achar deitado roncando em cima do sofá, estirado no mesmo como um bebê. As duas dão uma leve risada para não o acordar e vão até a cozinha ver se tem algo para comer no frigobar, ao o abrirem, barras de cereal e latinhas de refrigerante, com um bilhete na porta. “ Consumo é pago no final da estadia. “ Alice pegou uma barra de cereal e uma lata de refrigerante. - Alice... Guarda isso a gente não tem dinheiro! - Exclamou Clarice tentando falar baixo para novamente, não acordar Theo. - Ahm... Podem pegar, eu pago no final. Respondeu Theodoro se levantando do seu estado d
- Sabe... Quando minha mãe era casada com meu pai, ela amava ele, tipo, muito, muito mesmo. Era o sonho dela constituir família e ela estava realizando ele, sabe, coisa de velho. Os dois riem. - Porém, no final não acabou como ela queria, as vezes o que importa não é o começo ou o final e sim a caminhada. Ela foi feliz a maior parte do tempo, no final, não. Ela não deixou se abalar e hoje vive sem mágoas, se meu pai estivesse aqui agora, talvez ela o perdoasse, afinal, eu ainda sinto que ela ainda gosta dele, mesmo depois de tudo que houve. - Entendi... A caminhada que importa... E se o começo foi bom e a caminhada foi terrível a maior parte do tempo? Na verdade, todo o tempo. - Então o que importa é que no final você se sinta bem, como ela fez... Ela moldou algo ruim, para no final se transformar em algo bom e feliz. Não sei pelo que você passou Theo... Porém, a sua caminhada ainda está acontecendo, vamos fazer com que ela e o final sejam ótimos.
Theodoro, Alice e Clarice dormiram preocupados e ansiosos. Já era de manhã e o dia de ontem não só foi exaustivo fisicamente como psicologicamente, pelo menos um mistério foi resolvido, a mãe de Theodoro era realmente Eylin Meyer, só falta agora descobrir quem está por trás de seu desaparecimento. Já eram por volta de oito horas da manhã e os três estavam na cozinha conversando e comendo algo que pediram. - Theo... Tenho uma coisa para lhe contar que não contei na casa de Eylin. - Diz Alice. - Diga. - Há um símbolo aqui no chão da cozinha, bem atrás de você. Alice aponta e Theo se vira, segurando uma xicara de café. - O que tem ele? - O mesmo símbolo estava na casa de Eylin, sua mãe. No guarda-roupa, não achei importante na hora que vi... Porém andei dando uma pesquisada e parece se tratar de um símbolo pagão, onde é mais visto pela Irlanda. - Como assim? - Bom, você sabe o que é uma divindade pagã? - Si
- Senhores! - Diz Theodoro próximo a janela do carro. - Diga! - O policial pergunta. - Foi eu que liguei... Um homem foi baleado, descendo a rua quase fora da cidade. - Seguindo esse caminho aqui?! - Isso mesmo. - Muito obrigado jovem! O carro de policia então acelera e os deixa. - Vamos voltar a correr assim que ele partir de nossas vistas... - Meu deus... E em um piscar de olhos os dois já não viam mais o carro e começam novamente a correr para dentro da cidade, voltando para seu hotel. Por cerca de dez minutos eles correram e chegaram ao hotel com Theodoro sangrando. Alice abre a porta do mesmo e encontra Lier e Clarice conversando na sala. - Ahh... Que bom que chega... - Se pronuncia Clarice, interrompendo sua falando por conta do susto de ver Theodoro sangrando. Theodoro entra cambeleando pelo apartamento e se joga no sofá. - Gente... Preciso de bandagem, álcool. Pode ser o de bebida
Enquanto os quatro caminhavam, Theodoro olhava para a cidade, vendo ela desaparecer da sua vista. Aquela cidade que ele ficou pouco tempo, porém já parecia sua casa, mesmo que lá, as pessoas gostariam de vê-lo morto. A estrada que Amanda os fez caminhar era tortuosa, pedras e galhos caídos davam dentro de uma grande floresta de pinheiro, quase assustadora. Por fim Amanda os levou ao seu destino, uma cabana nas pequenas montanhas, ao norte de Zermatt. A pequena estrada dava em direção a entrada da casa. Ela cortava um pequeno riacho, embaixo de uma pequena ponte de madeira. A cabana era toda feita de madeira, como as do interior de Zermatt e toda florida em sua varanda, igual a casa de Eylin. Sua chaminé, queimava madeira para esquentar seu interior e quando os três entraram, seguindo Amanda, se sentiram o mais quentinhos possível. - Por favor... Sentem-se. - Disse Amanda, apontado para um sofá um pouco velho. - Desculpem o jeito da casa, me mudei para cá recentemente procura