- Sabe... Quando minha mãe era casada com meu pai, ela amava ele, tipo, muito, muito mesmo. Era o sonho dela constituir família e ela estava realizando ele, sabe, coisa de velho.
Os dois riem.
- Porém, no final não acabou como ela queria, as vezes o que importa não é o começo ou o final e sim a caminhada. Ela foi feliz a maior parte do tempo, no final, não. Ela não deixou se abalar e hoje vive sem mágoas, se meu pai estivesse aqui agora, talvez ela o perdoasse, afinal, eu ainda sinto que ela ainda gosta dele, mesmo depois de tudo que houve.
- Entendi... A caminhada que importa... E se o começo foi bom e a caminhada foi terrível a maior parte do tempo? Na verdade, todo o tempo.
- Então o que importa é que no final você se sinta bem, como ela fez... Ela moldou algo ruim, para no final se transformar em algo bom e feliz. Não sei pelo que você passou Theo... Porém, a sua caminhada ainda está acontecendo, vamos fazer com que ela e o final sejam ótimos.
Theodoro, Alice e Clarice dormiram preocupados e ansiosos. Já era de manhã e o dia de ontem não só foi exaustivo fisicamente como psicologicamente, pelo menos um mistério foi resolvido, a mãe de Theodoro era realmente Eylin Meyer, só falta agora descobrir quem está por trás de seu desaparecimento. Já eram por volta de oito horas da manhã e os três estavam na cozinha conversando e comendo algo que pediram. - Theo... Tenho uma coisa para lhe contar que não contei na casa de Eylin. - Diz Alice. - Diga. - Há um símbolo aqui no chão da cozinha, bem atrás de você. Alice aponta e Theo se vira, segurando uma xicara de café. - O que tem ele? - O mesmo símbolo estava na casa de Eylin, sua mãe. No guarda-roupa, não achei importante na hora que vi... Porém andei dando uma pesquisada e parece se tratar de um símbolo pagão, onde é mais visto pela Irlanda. - Como assim? - Bom, você sabe o que é uma divindade pagã? - Si
- Senhores! - Diz Theodoro próximo a janela do carro. - Diga! - O policial pergunta. - Foi eu que liguei... Um homem foi baleado, descendo a rua quase fora da cidade. - Seguindo esse caminho aqui?! - Isso mesmo. - Muito obrigado jovem! O carro de policia então acelera e os deixa. - Vamos voltar a correr assim que ele partir de nossas vistas... - Meu deus... E em um piscar de olhos os dois já não viam mais o carro e começam novamente a correr para dentro da cidade, voltando para seu hotel. Por cerca de dez minutos eles correram e chegaram ao hotel com Theodoro sangrando. Alice abre a porta do mesmo e encontra Lier e Clarice conversando na sala. - Ahh... Que bom que chega... - Se pronuncia Clarice, interrompendo sua falando por conta do susto de ver Theodoro sangrando. Theodoro entra cambeleando pelo apartamento e se joga no sofá. - Gente... Preciso de bandagem, álcool. Pode ser o de bebida
Enquanto os quatro caminhavam, Theodoro olhava para a cidade, vendo ela desaparecer da sua vista. Aquela cidade que ele ficou pouco tempo, porém já parecia sua casa, mesmo que lá, as pessoas gostariam de vê-lo morto. A estrada que Amanda os fez caminhar era tortuosa, pedras e galhos caídos davam dentro de uma grande floresta de pinheiro, quase assustadora. Por fim Amanda os levou ao seu destino, uma cabana nas pequenas montanhas, ao norte de Zermatt. A pequena estrada dava em direção a entrada da casa. Ela cortava um pequeno riacho, embaixo de uma pequena ponte de madeira. A cabana era toda feita de madeira, como as do interior de Zermatt e toda florida em sua varanda, igual a casa de Eylin. Sua chaminé, queimava madeira para esquentar seu interior e quando os três entraram, seguindo Amanda, se sentiram o mais quentinhos possível. - Por favor... Sentem-se. - Disse Amanda, apontado para um sofá um pouco velho. - Desculpem o jeito da casa, me mudei para cá recentemente procura
- Chegamos ao pé do monte! Amanda apontou para frente onde tinha uma estação de esqui. - Antes de vocês subirem, algumas dicas. Mantenham a respiração sempre estável, nunca desregulem a respiração de vocês. A subida vai ser cansativa ainda mais com esse seu ombro Theo. E a falta de ar pode matar vocês, se o frio não fizer antes. Subam rápido e desçam rápido. Eu ainda acho que é uma péssima ideia subir ela, mas como a mamãe disse... Alguém tem que ir lá. Os dois se aprontaram e abriram as portas. - Ah e mais uma coisa. Já ia me esquecendo. Toma aqui. Amanda entrega a Theodoro um walkie-talkie. - Eu manterei contato com vocês a todo o momento. Qualquer coisa apertem o botão vermelho e irão poder falar comigo. E mantenham ele perto de vocês a um ponto que consigam escutar o rádio. Lá em cima o som do vento pode ficar muito forte que não escutem o rádio. - Obrigado Amanda... Disse Alice segurando sua mão. - De nada
Ele não irá parar Quando Theodoro caiu desfiladeiro abaixo, deixando Alice segura na encosta do abismo ele só conseguia olhar para cima e pensar em apenas uma coisa. “ Será que ela vai ficar bem? “ O vento se acelerou em suas costas e uma sensação tomou conta dele enquanto caia. Uma sensação que ele apenas sentiu uma vez na vida e não fazia muito tempo que ele havia sentido ela. A mesma sensação que ele sentiu, junto a Lier no topo da colina em Zermatt, onde ele apreciou a vista da pequena cidade. Uma sensação de paz. O frio chegava a ser reconfortante naquele momento. Ele não teria mais que se preocupar com a empresa, com os olhares das pessoas a ele, com seu tio o enchendo o saco e muito menos com os pesadelos de seus pais, que mesmo depois de mortos, ainda o atormentavam. Não demorou muito até sentir suas costas tocarem em algo, fechou os olhos rapidamente e os segurou fechados. Quando os abriu, se viu em cima de um prédio e uma grande cidad
- Mãe... Eu achei que você tinha sido pega por eles... - Não... Eu estou prestes a expor tudo que acontece naquela cidade. E de uma vez por todas parar os crimes que lá estão acontecendo. - E o que a senhora estava fazendo lá em cima na montanha?! - Bem... Vocês já devem ter lido a carta enterrada certo? - Sim. - No pico da montanha existe um santuário que eles praticam seus cultos. Existe alguma passagem secreta que liga o topo da montanha a cidade, porém eu não descobri onde é. Por conta disso subi eu a pé e fiquei monitorando o local, porém, existe uma besta lá em cima. - Falando nisso senhora Eylin. - Alice se pronuncia. - Theo falou sobre algo como um urso polar lá em cima. - Sim... No caso, ele estava certo. Os malditos sequestraram a pobre criatura e a puseram no topo do monte para proteger a entrada... Ela não desce por conta que mais para baixo esquenta e pelos maus tratos que ele sofre... Pobre criatura... - M
- Eu sei que está é uma situação terrível... Alice, se importa se eu conversar com Amanda e minha mãe, algo que não seja a respeito de sua mãe? - Claro... Quer que eu saia? - Não! Não é nada em particular. Só gostaria de saber mais sobre tudo isso... - Ah claro... Também gostaria de saber Theo, seu eu puder ficar. - Não seja boba... Mãe... - Diga Theo. - Respondeu Eylin. - O que houve entre você e o pai? - Ah... Bom, a vinte e dois anos atrás eu estava estudando em uma faculdade, fazendo um curso de historia. - Historia é senhora Eylin? Alice se atentou a conversa. - Sim Alice, você gosta? - Eu amo. Quero fazer esse curso quando voltar ao Brasil. - Ah que ótimo. É maravilhoso. Enfim, voltando ao assunto de seu pai. Eu estava fazendo o curso e um belo dia passou um rapaz super charmoso por mim, seu pai, óbvio. Ele estava procurando por vinhos famosos na Irlanda. Eu por acaso, conhecia uma
Em silêncio ele fecha os olhos e sorri. Uma lágrima escorre de seus olhos e ele se levanta se virando de costas para ela. - Desculpa... Não queria gritar com você. - Não... Obrigado por isso. Foi melhor que um “ eu ti perdoo “. Theodoro se vira e abraça com toda a força que ele tinha em seu corpo. Amanda e Eylin entram no quarto e veem a cena. - Argh... A gente ta atrapalhando? Pergunta Amanda enquanto os dois no susto se separam do abraço. - Não... Theo tá sendo só sentimental. - Oouuhh meu irmãozão é fofo assim? Amanda brinca indo até ele e beliscando ele no braço. - Aihn... Não é nada disso... Enfim. Que horas são? - Duas da tarde. - Alice responde. - Eu dormi tanto assim?! - Sim. - A gente trouxe comida para você. - Eylin lhe entrega uma bandeja com uma quentinha. - Obrigado. Theodoro se senta a cama novamente e pega garfos e faca de plástico do hospital que um