Não demorou muito para Lier chegar até Theo e os dois se encontraram na frente do café. Era por volta de dez horas da noite já e a cidade já estava mais iluminada do que antes.
- Theo. - Disse Lier logo atrás de Theo.
- Opa... - Theo se virou.
- Vamos? Não é muito longe.
- Claro.
Os dois começaram a caminhar rua acima, quase em direção a casa de Lier.
- Então Lier, tem quantos anos?
- Cinquenta e dois e o senhor?
- Vinte e dois ou por ai, já nem me lembro...
- Não lembra da sua idade?
- Muita coisa na cabeça... A idade é o que menos importa e você? Porque um aeroporto?
- Sempre gostei de hospitalidade e um aeroporto é onde se mais precisa, afinal as pessoas estão chegando no país pela primeira vez, ou não. Encontrar alguém amigável logo de cara as deixa se sentindo acolhidas e querendo voltar quando forem.
- Perfeito.
- E você Theo? Faz o que?
- Ahm... Faço nada, na verdad
O dia seguinte chegou. Alice e Clarice se levantaram da cama juntas, estavam cansadas e seus olhos estavam vermelhos, o dia de ontem as cansou muito. Porém, as duas levam um pequeno susto ao ver que Theo não estava deitado na cama. - Aahmm... O-onde ele tá? - Pergunta Alice bocejando. Era por volta de dez horas da manhã e a duas saem do quarto o procurando, para o achar deitado roncando em cima do sofá, estirado no mesmo como um bebê. As duas dão uma leve risada para não o acordar e vão até a cozinha ver se tem algo para comer no frigobar, ao o abrirem, barras de cereal e latinhas de refrigerante, com um bilhete na porta. “ Consumo é pago no final da estadia. “ Alice pegou uma barra de cereal e uma lata de refrigerante. - Alice... Guarda isso a gente não tem dinheiro! - Exclamou Clarice tentando falar baixo para novamente, não acordar Theo. - Ahm... Podem pegar, eu pago no final. Respondeu Theodoro se levantando do seu estado d
- Sabe... Quando minha mãe era casada com meu pai, ela amava ele, tipo, muito, muito mesmo. Era o sonho dela constituir família e ela estava realizando ele, sabe, coisa de velho. Os dois riem. - Porém, no final não acabou como ela queria, as vezes o que importa não é o começo ou o final e sim a caminhada. Ela foi feliz a maior parte do tempo, no final, não. Ela não deixou se abalar e hoje vive sem mágoas, se meu pai estivesse aqui agora, talvez ela o perdoasse, afinal, eu ainda sinto que ela ainda gosta dele, mesmo depois de tudo que houve. - Entendi... A caminhada que importa... E se o começo foi bom e a caminhada foi terrível a maior parte do tempo? Na verdade, todo o tempo. - Então o que importa é que no final você se sinta bem, como ela fez... Ela moldou algo ruim, para no final se transformar em algo bom e feliz. Não sei pelo que você passou Theo... Porém, a sua caminhada ainda está acontecendo, vamos fazer com que ela e o final sejam ótimos.
Theodoro, Alice e Clarice dormiram preocupados e ansiosos. Já era de manhã e o dia de ontem não só foi exaustivo fisicamente como psicologicamente, pelo menos um mistério foi resolvido, a mãe de Theodoro era realmente Eylin Meyer, só falta agora descobrir quem está por trás de seu desaparecimento. Já eram por volta de oito horas da manhã e os três estavam na cozinha conversando e comendo algo que pediram. - Theo... Tenho uma coisa para lhe contar que não contei na casa de Eylin. - Diz Alice. - Diga. - Há um símbolo aqui no chão da cozinha, bem atrás de você. Alice aponta e Theo se vira, segurando uma xicara de café. - O que tem ele? - O mesmo símbolo estava na casa de Eylin, sua mãe. No guarda-roupa, não achei importante na hora que vi... Porém andei dando uma pesquisada e parece se tratar de um símbolo pagão, onde é mais visto pela Irlanda. - Como assim? - Bom, você sabe o que é uma divindade pagã? - Si
- Senhores! - Diz Theodoro próximo a janela do carro. - Diga! - O policial pergunta. - Foi eu que liguei... Um homem foi baleado, descendo a rua quase fora da cidade. - Seguindo esse caminho aqui?! - Isso mesmo. - Muito obrigado jovem! O carro de policia então acelera e os deixa. - Vamos voltar a correr assim que ele partir de nossas vistas... - Meu deus... E em um piscar de olhos os dois já não viam mais o carro e começam novamente a correr para dentro da cidade, voltando para seu hotel. Por cerca de dez minutos eles correram e chegaram ao hotel com Theodoro sangrando. Alice abre a porta do mesmo e encontra Lier e Clarice conversando na sala. - Ahh... Que bom que chega... - Se pronuncia Clarice, interrompendo sua falando por conta do susto de ver Theodoro sangrando. Theodoro entra cambeleando pelo apartamento e se joga no sofá. - Gente... Preciso de bandagem, álcool. Pode ser o de bebida
Enquanto os quatro caminhavam, Theodoro olhava para a cidade, vendo ela desaparecer da sua vista. Aquela cidade que ele ficou pouco tempo, porém já parecia sua casa, mesmo que lá, as pessoas gostariam de vê-lo morto. A estrada que Amanda os fez caminhar era tortuosa, pedras e galhos caídos davam dentro de uma grande floresta de pinheiro, quase assustadora. Por fim Amanda os levou ao seu destino, uma cabana nas pequenas montanhas, ao norte de Zermatt. A pequena estrada dava em direção a entrada da casa. Ela cortava um pequeno riacho, embaixo de uma pequena ponte de madeira. A cabana era toda feita de madeira, como as do interior de Zermatt e toda florida em sua varanda, igual a casa de Eylin. Sua chaminé, queimava madeira para esquentar seu interior e quando os três entraram, seguindo Amanda, se sentiram o mais quentinhos possível. - Por favor... Sentem-se. - Disse Amanda, apontado para um sofá um pouco velho. - Desculpem o jeito da casa, me mudei para cá recentemente procura
- Chegamos ao pé do monte! Amanda apontou para frente onde tinha uma estação de esqui. - Antes de vocês subirem, algumas dicas. Mantenham a respiração sempre estável, nunca desregulem a respiração de vocês. A subida vai ser cansativa ainda mais com esse seu ombro Theo. E a falta de ar pode matar vocês, se o frio não fizer antes. Subam rápido e desçam rápido. Eu ainda acho que é uma péssima ideia subir ela, mas como a mamãe disse... Alguém tem que ir lá. Os dois se aprontaram e abriram as portas. - Ah e mais uma coisa. Já ia me esquecendo. Toma aqui. Amanda entrega a Theodoro um walkie-talkie. - Eu manterei contato com vocês a todo o momento. Qualquer coisa apertem o botão vermelho e irão poder falar comigo. E mantenham ele perto de vocês a um ponto que consigam escutar o rádio. Lá em cima o som do vento pode ficar muito forte que não escutem o rádio. - Obrigado Amanda... Disse Alice segurando sua mão. - De nada
Ele não irá parar Quando Theodoro caiu desfiladeiro abaixo, deixando Alice segura na encosta do abismo ele só conseguia olhar para cima e pensar em apenas uma coisa. “ Será que ela vai ficar bem? “ O vento se acelerou em suas costas e uma sensação tomou conta dele enquanto caia. Uma sensação que ele apenas sentiu uma vez na vida e não fazia muito tempo que ele havia sentido ela. A mesma sensação que ele sentiu, junto a Lier no topo da colina em Zermatt, onde ele apreciou a vista da pequena cidade. Uma sensação de paz. O frio chegava a ser reconfortante naquele momento. Ele não teria mais que se preocupar com a empresa, com os olhares das pessoas a ele, com seu tio o enchendo o saco e muito menos com os pesadelos de seus pais, que mesmo depois de mortos, ainda o atormentavam. Não demorou muito até sentir suas costas tocarem em algo, fechou os olhos rapidamente e os segurou fechados. Quando os abriu, se viu em cima de um prédio e uma grande cidad
- Mãe... Eu achei que você tinha sido pega por eles... - Não... Eu estou prestes a expor tudo que acontece naquela cidade. E de uma vez por todas parar os crimes que lá estão acontecendo. - E o que a senhora estava fazendo lá em cima na montanha?! - Bem... Vocês já devem ter lido a carta enterrada certo? - Sim. - No pico da montanha existe um santuário que eles praticam seus cultos. Existe alguma passagem secreta que liga o topo da montanha a cidade, porém eu não descobri onde é. Por conta disso subi eu a pé e fiquei monitorando o local, porém, existe uma besta lá em cima. - Falando nisso senhora Eylin. - Alice se pronuncia. - Theo falou sobre algo como um urso polar lá em cima. - Sim... No caso, ele estava certo. Os malditos sequestraram a pobre criatura e a puseram no topo do monte para proteger a entrada... Ela não desce por conta que mais para baixo esquenta e pelos maus tratos que ele sofre... Pobre criatura... - M