Ao anoitecer, Milan assumiu o seu plantão na guarita atrás dos enormes portões automáticos da mansão. Ele olhou para as câmeras de segurança e uma movimentação suspeita na rua chamou a sua atenção. Milan pegou o Walk Talk.
- Arthur, dá uma olhada do outro lado da rua.O segurança negro que estava no terraço pegou o binóculo de visão noturna. Ao ver duas Mercedes Benz se aproximando da entrada da casa em alta velocidade, Arthur praguejou.
- Gael.Pelo Walk Talk Milan avisou o resto da equipe.
- Gael está aqui. Levem Michael para o esconderijo.O segurança pegou o fuzil AK-47 e saiu da guarita.A passos largos, Michael foi escoltado por Thomas e Romeo até o esconderijo subterrâneo construído especialmente para sua proteção em casos de invasão. O abrigo seria usado pela primeira vez. Michael tinha Bela firmemente presa em seus braços.
Dominic se juntou a Milan e Arthur na linha de frente. Mesmo contrariado com a situação, Arthur engatilhou o fuzil AK-47 e apontou para o portão. Excitado, ele olhou de relance para Dominic que também estava em posição ao lado de Milan.
- O que vai ser, Dom?
- Ao meu sinal, mostrem o inferno.Arthur e Milan sorriram e colocando o dedo no gatilho, se prepararam.Gael estava no carro da frente com três seguranças. No carro de trás, mais três seguranças fortemente armados com fuzis e pistolas semi automáticas.
Seu plano era jogar os veículos contra o portão, matar os seguranças de Michael, deixá-lo vulnerável e tortura-lo até a morte. Um plano ousado e fadado ao fracasso. Na primeira tentativa a Mercedes Benz preta apenas balançou os portões de aço.
Gael gritou para o seu motorista:
- De novo! - Os olhos negros do traficante latino brilhavam. - Michael vai cair hoje!Dominic viu o motorista engatar a ré.
Protegido atrás dos muros e escondido entre as árvores frondosas, assim como Arthur e Milan, Dominic deu a ordem.- Agora!Uma intensa troca de tiros foi iniciada. Porém em desvantagem, os homens de Gael atiravam às cegas. O traficante não acreditou quando um dos vidros da Mercedes Benz blindada foi perfurado.
- Eles estão atirando com o quê?! Bazuca?!Dominic sorriu.
- Atirem nos pneus.A uma distância de vinte metros, Arthur e Milan não erraram um tiro.Um dos homens de Gael perdeu o controle do carro e não conseguiu investir contra o portão.
- Eles vão fuzilar o carro! Nós temos que sair!Gael gritou:
- Não seja burro! É isso que eles querem! Continuem atirando!- Eles estão camuflados!- Atirem!Nesse momento, uma bala de fuzil atravessou a cabeça de Gael. Em questão de segundos o resto da sua quadrilha foi exterminada.
Sentado no chão, Michael abraçava Bela que chorava copiosamente sentada no seu colo, agarrada a sua camisa e com o rosto escondido no seu peito.
Michael colocou a arma de lado e disse carinhosamente:
- Está tudo bem. Já acabou.Trêmula, Bela ergueu o rosto molhado e olhou para Michael. Calmo e confiante, ele sorria para ela.- Já acabou.Bela tentou se acalmar. A essa altura do campeonato ela já sabia para quem estava trabalhando. Vazio. Foi isso que Michael sentiu ao ver Bela se afastar dele.
Dominic, Milan e Arthur abriram os portões ainda de armas em punho para o caso de ter algum sobrevivente da chacina ou uma equipe de apoio.
Eles checaram os corpos dos seis seguranças e o corpo de Gael. Arthur inclinou a cabeça para o lado e riu.
- Ele caiu engraçado.Gael morto, de olhos abertos, olhava para frente com uma expressão de pavor.Dominic olhou ao redor da rua deserta. Uma forte chuva começou a cair e os postes de iluminação piscaram. Alguns vizinhos amedrontados, espiavam pelas frestas das janelas.
- São muitos corpos. Vamos chamar a polícia e dizer que Michael sofreu uma tentativa de sequestro. Nós só o protegemos. As marcas de tiro e o estrago no portão, vão comprovar a nossa versão. Somos agentes de segurança privada.
Dominic, Milan e Arthur correram para se abrigarem da chuva.( POSSE de arma é a permissão para adquirir uma arma de fogo, enquanto o PORTE é a autorização para andar ou utilizar o armamento. )
Vidros estilhaçados, sangue e incontáveis cartuchos de fuzil se misturavam no chão com a água da chuva. A polícia criminal fez o seu trabalho e dois carros do IML começaram a retirada dos corpos.
Luke se aproximou de Michael.
- Então foi uma tentativa de sequestro?Michael assentiu.- Sim.- Não foi Gael querendo se vingar por você ter roubado parte da cocaína dele e matado John no processo?Sem tirar os olhos dos corpos que eram recolhidos, Michael disse secamente:
- Eu admiro você, Luke. De verdade. Um homem sozinho tentando fazer a diferença em um mundo cão. Você não se deixou levar pela corrupção que aleijou a nossa cidade. - Michael virou e encarou Luke. - Eu ficaria muito triste se algo de ruim acontecesse a você, a sua bela esposa ou aos seus adoráveis filhos. E isso pode acontecer caso qualquer um dos meus seguranças receba uma intimação.Luke estremeceu e não foi de frio.Preocupado com Bela, Michael foi até o quarto dela. Ele bateu na porta.- Bela?Ela não respondeu. Michael olhou no relógio. Quase três horas da manhã. Ele teve que esperar a remoção dos corpos e o reboque dos carros.Michael abriu a porta. A luz do quarto estava acesa. Bela adormeceu com a roupa que estava. Deitada de lado, ela estava descoberta. Michael entrou sem fazer barulho, pegou uma coberta no armário e a cobriu. Ele sorriu. Bela parecia um anjo.Cansado e com sono, Michael apagou a luz, tirou o sapato e se enfiou na cama de solteiro. Ele entrou debaixo da coberta e abraçando Bela por trás, a puxou para si.Ela estava exausta demais para acordar. Foram muitas emoções para um só dia. Michael suspirou profundamente e pela primeira vez em muito tempo ele não precisou usar drogas para dormir. O cheiro suave de jasmim o levou ao mundo dos sonhos em questão de minutos.Bela acordou assustada e teria ca
Bela permaneceu na cozinha cumprindo com as suas obrigações. Com seis homens para alimentar, ela tinha muito o que fazer. Michael foi o único a não aparecer para o café da manhã.Por um lado, Bela ficou triste por não vê-lo. Por outro, ela ficou aliviada por não precisar encara-lo depois de acordar nos braços dele.Ao tomar café com os seguranças, Bela percebeu que eles possuem um código de irmandade. Um por todos, todos por um. Sozinhos são fortes, juntos são imbatíveis.Por alguma razão desconhecida, Bela não ficou com medo por estar entre criminosos e assassinos. Não aqueles a sua frente.Bela ouviu os gritos e foi informada por Romeo que Michael tinha sofrido um pequeno acidente doméstico. Ela ficou angustiada até Milan e Dominic voltarem com ele do hospital e praticamente carrega-lo escada acima.E novamente foi informada por Romeo que o chefe estava com muita dor e não iria almoçar. Na ve
Bela viu Michael fechar os olhos e se inclinar sobre ela. Nada do que tinha vivido, visto ou ouvido dentro dos muros do Orfanato poderia tê-la preparado para aquele momento.Ao sentir os lábios quentes e molhados de Michael sobre os dela e sua barba arranhar o seu rosto, Bela se perdeu de si mesma. Seus lábios se abriram sozinhos para receber a língua molhada de Michael.Uma chegada e uma partida. Um fim e um começo. Bela fraquejou. Michael a sustentou em seus braços fortes. O beijo começou como uma carícia suave, com Michael dando selinhos úmidos nos lábios de Bela.Seus lábios se encaixaram perfeitamente. Suas línguas se tocaram, brincando, experimentando, se conhecendo. Michael foi um bom professor. Bela foi uma excelente aluna.Ela se deixou guiar e seguia todos os movimentos de Michael. Seus lábios se uniram ainda mais, suas línguas se enroscaram, salivas foram trocadas e o beijo ficou mais molhado e arde
Michael precisou da ajuda de Dominic para tomar banho. Nos braços de Bela, ele tinha até se esquecido do maldito tornozelo que estava doendo consideravelmente. Quando Dominic o ajudou a deitar na cama e apoiou o tornozelo em um travesseiro, Michael estava exausto.Ele dobrou o braço sobre a testa e fechou os olhos.- Eu preciso beber alguma coisa.- Vai beber analgésico.- Eu pensei em alguma coisa mais forte.- Vai sonhando. Toma.Michael abriu os olhos e pegou o copo com água e o comprimido. De má vontade tomou o remédio e devolveu o copo a Dominic.Ele perguntou com desdém:- Não vai dormir aqui, vai?- Sim. Milan e eu achamos alguns papelotes. Mas eu sei que você tem mais escondido.Michael deu um suspiro profundo.- Olha, eu agradeço muito o que vocês estão tentando fazer. Mas eu sou um viciado, Dominic. E por hora, eu pretendo continuar sendo.Dominic sentou na poltro
Michael acordou com a pá virada. Com dor, preso a cama e sofrendo de todos os sintomas da abstinência, ele não estava para brincadeira.A discussão pra lá de acalorada com Milan e Dominic também não ajudou. E para completar o seu martírio, Jason queria um reembolso de um milhão de dólares pelos quinhentos quilos de maconha que comprou e recebeu quatrocentos e cinquenta quilos de mesclado.Deitado olhando para o teto e contando o número de lâmpadas do lustre, Michael era a imagem do sofrimento. Arthur estava de "guarda" e puto da vida.- Jason pegou um navio para cá. Ele deve ancorar no Porto de Long Beach a tarde. Ele está trazendo os quatrocentos e cinquenta quilos de mesclado e quer o dinheiro de volta.Michael olhou para o segurança e não disse nada. Ele pensou por alguns segundos. A mente inquieta tentando desesperadamente encontrar uma saída. E encontrou.Michael sorriu.- Descubra quan
Michael sabia que estava sendo um canalha aproveitador. Mas o tesão que sentia por Bela era maior que tudo. Maior até que tirar a inocência dela de forma covarde e egoísta.Tudo era novo para Bela e a forma como ela estava sendo iniciada no mundo do sexo influenciaria muito nas suas decisões futuras. Ela poderia acreditar que sexo é algo nojento e asqueroso.E de repente, Michael não queria ser o cara malvado que estava a humilhando e constrangendo para o seu prazer e diversão. Ele não iria tirar a sua pureza sujando as mãos dela de esperma.Bela é uma garota doce e meiga. Ela merece ser amada, respeitada e protegida. Ela merece saber que sexo deve ser consentido e prazeroso para ambas as partes. Antes de entrar dentro dela precisa acabar com seus medos, dúvidas e inseguranças.Michael fechou os olhos e respirou fundo.- Para.Automaticamente Bela puxou a mão dolorida e viu Michael colocar o
Dominic nem precisou usar de muita estratégia para convencer uma garota de dezoito anos a ir às compras. Bela estava deslumbrada com tanto glamour e sofisticação. Lojas, lanchonetes, restaurantes, cinema, livraria com cafeteria, área de lazer infantil e muito mais.No meio de Milan e Dominic, Bela fazia um tour completo pelo Shopping Center. A beleza, a elegância das pessoas, o cheiro vindo do interior das lojas e da praça de alimentação, fizeram Bela se sentir um peixe fora d'água.Ela parou e Milan e Dominic fizeram o mesmo.- O que foi? - Dominic perguntou preocupado. - Esse lugar não é para mim. Desculpa, eu me sinto...Depois de todas as privações que passou na vida, Bela começou a ter uma crise de choro incontrolável. Os seguranças se olharam sem saber o que fazer.Sabiam tudo sobre o mundo do crime, sobre armas e drogas. Mas não sabiam como lidar com uma garota chorando no meio do shopping.
Devagar e com firmeza, Michael olhou para Bela. O baby doll rosa de seda com a blusa de alcinha, bojo de renda e shorts curto, deixava a mostra os braços e as pernas de Bela e realçava ainda mais a beleza da pele negra e sedosa.O cabelo castanho escuro, ondulado e comprido, estava solto e brilhante adornando o delicado rosto oval. Michael sentiu o cheiro de perfume caro. Uma fragrância floral e suave.Bela parecia uma boneca daquelas que vem na caixa. Nervosa, ela mordia o lábio inferior e apertava as mãos uma na outra. Apaixonado, Michael estendeu a mão.- Vem aqui.Bela se aproximou e pegou a mão de Michael. Ela tirou o chinelo e subiu na cama. Ou melhor, no matadouro. Pelo olhar de Michael, ela não sairia dali com a sua honra intacta.Ele a deitou entre os travesseiros e ficou olhando para ela.- Não tenha medo. - A mão grande de Michael acariciou o rosto quente e macio de Bela. - Eu não vou fazer na