ZOE *No horário do almoço, senti vontade de continuar trancada no quarto, mas a fome me obrigou a sair.— Onde está minha mãe, Lúcia?— Ela disse que não iria almoçar e pediu apenas um chá, já estou levando para ela.— Que estranho. Me dê aqui, deixe que eu levo.Eu peguei a bandeja, e fui em direção ao quarto dela. Bati na porta e esperarei ela autorizar a minha entrada, e o que eu vi foi a cena mais deprimente que já presenciei.— Mamãe...Deixei a bandeja na mesa e caminhei em passos largos em direção a ela, que estava sentada no chão, com os olhos vermelhos, e vários papéis que ela certamente havia usado para limpar o nariz ao redor dela.— O que aconteceu? Porque você está assim?Eu nunca havia visto a minha mãe se quer chorar, então ver ela daquela forma me assustou.— O que você faz aqui, Zoe? Não era para você me ver assim. Cadê a Lúcia? Porque não foi ela a trazer o meu chá?— Eu estranhei o fato da senhora não ir almoçar comigo, ela me disse que iria trazer um chá para voc
Já estava bem tarde quando o meu pai chegou do trabalho, e aquela era a primeira vez que eu o vi chegar naquele horário. Eu olhei pela janela e o vi estacionar o carro próximo ao jardim. Eu não tinha o costume de recebê-lo, mas naquele momento era tudo que eu queria fazer.A minha vontade era de confrontá-lo, perguntar o que estava acontecendo, ou o que ele havia feito com a minha mãe, mas eu não tinha esse direito, não até descobrir se havia outra mulher na vida dele.— Zoe? Tudo bem?Ele perguntou ao atravessar a porta e dar de cara comigo.— Tudo. Como foi o seu dia hoje? Chegou tarde.Ele franziu o cenho, provavelmente estranhando a minha pergunta, e eu gostaria muito de ter o poder de ler mentes naquele momento.— Hoje tive muitas reuniões. Foi cansativo como sempre. Obrigado por perguntar.— O senhor sabe o que a mamãe tem? Ela passou o dia no quarto hoje, não quis nem me receber.Houve um completo silêncio, o maxilar dele ficou rígido, e ele desviou o olhar de mim antes de resp
Meia hora depois, eu estava prestes a jogar a minha cabeça fora de tanto colocar ela para trabalhar, quando a Lúcia bateu na porta.— Zoe, você não vai jantar?Eu abri a porta e encarei a Lúcia, antes de responder algo que parecia tão absurdo.— Já vai dar 22:00hrs, quando na sua vida você viu a gente jantar tão tarde? Você viu a hora que o meu pai chegou? No máximo ele chega às 18:00. Que porra está acontecendo com essa família?— Eu não sei Zoe. Mas a sua mãe e seu pai já estão na mesa.— Minha mãe? E como ela está?— Ela com certeza teve dias melhores.Eu não queria ir jantar, mas fui para que a minha mãe não ficasse sozinha com o meu pai.Quando eu cheguei na sala de jantar, os olhos da minha mãe estavam inchados de tanto chorar, e aquilo me deu ainda mais ódio.Eu sentei silenciosamente, e depois encarei o meu pai.— Porque a minha mãe está desse jeito?Eu poderia perguntar diretamente para ela, mas eu queria ouvir a resposta dele.Ele ficou em silêncio, e encarou a minha mãe com
ZOE * Dinheiro nunca foi um problema pra minha família, exceto pra mim, afinal os meus pais usavam o dinheiro pra me impedir de ter uma vida normal. Eu sempre soube que filhos precisavam de limites, porém os limites que eles estabeleceram pra mim era um verdadeiro tormento. Eu sempre fiquei me perguntando como surgiu a ideia na cabeça da minha mãe que meninas precisavam fazer balé? Ela usava a desculpa de que era elegante e que me ajudaria com a minha postura, mas postura era tudo o que eu não queria ter. Ir pra escola? Jamais... Na cabeça dos meus pais, as más influências poderiam prejudicar o meu futuro, então durante toda a minha vida, eu estudei em casa. Eu sentia inveja ao ver garotas da minha idade felizes indo estudar com as amigas. Quando eu estava no último ano do ensino médio, meu pai começou a procurar professores pra me preparar pra entrar nas universidades, eu queria fazer artes, mas ele disse que medicina seria o ideal pra mim, e por isso eu teria que e
VICTOR*Eu havia acabado de ter uma discussão com a minha esposa quando o celular tocou, precisei respirar fundo para não deixar transparecer na voz a raiva que eu estava sentindo.— Bom dia, Reitor Diniz.— Bom dia professor Victor, o senhor deve estar estranhando a minha ligação.— Sim, estou bastante curioso.— Eu recebi a ligação do Luciano, um amigo de longa data, ele perguntou se eu conhecia um professor capacitado pra preparar sua filha pra engressar em uma universidade, no mesmo minuto eu lembrei de você, eu não conheço ninguém mais qualificado.— Me sinto honrado por isso Reitor.— Vou passar o contato dele, e assim vocês poderão conversar e combinar os detalhes.— Tudo bem, fico muito grato por isso.— Apareça qualquer dia desses por aqui.— Irei em breve. Até mais.Quando eu encerrei a ligação, uma onda de alivio tomou conta de mim, aquela era exatamente a oportunidade que eu estava precisando. Já fazia alguns meses que eu e a Brenda estávamos nos desentendendo, o motivo
Eu fiquei me sentindo um idiota por nunca ter percebido aquilo antes, mas me obriguei a focar nas minhas responsábilidades do dia pra ocupar a minha cabeça. Brenda era enfermeira, mas o salário dela era todo gasto com roupas e salão, isso nunca foi problema pra mim, até eu parar de contribuir com esses gastos. Ela havia saído pra um plantão, e eu adorei dormir sozinho naquela noite. No dia seguinte, acordei bem cedo, me arrumei, e fui ao endreço que o Luciano havia me passado. O endereço ficava localizado em uma mansão em Bel-Air, o bairro mais luxuoso de Los Angeles, então eu tinha certeza que a proposta seria ótima. Passei por toda a segurança, e entrei na imensa propriedade, que possuía um jardim lindo. — Bom dia, você deve ser o Victor. Muito prazer, sou o Luciano. Eu fiquei impressionado com a recepção, eu esperava ser recebido pelos empregados, e esperar longos minutos por ele. — Bom dia Luciano, muito prazer. — Vamos sentar um pouco, espero que não tenha tomado café da m
ZOE * Meu mundo era limitado, mas minha mente tinha uma infinidade de coisas que eu gostaria de experimentar, uma dessas coisas, era me apaixonar perdidamente pela primeira vez, e sentir todas as sensaçõe que um relacionamento amoroso poderia proporcionar. Pensar nisso enquanto ouvia o meu professor falar sobre onde ele já havia trabalhado, era estranho, pois era como se ele pudesse de alguma forma ouvir os meus pensamentos. — Então Zoe, quando foi que surgiu esse desejo pela medicina? — O desejo não é meu, pra mim, a única anatomia humana interessante, são as partes do meu próprio corpo. Na mesma hora o meu pai me repreendeu, enquanto o professor olhou para o meu decote descaradamente, sorte a dele que os meus pais estavam olhando diretamente pra mim, e não viram o que eu vi. Aquele olhar parecia queimar a minha pele, e estranhamente senti a minha vagina esquentar, assim também como as maçãs do meu rosto. — Tenho certeza que farei você mudar de opnião ao longo do temp
VICTOR * Enquanto estávamos sentados, Luciano perguntou sobre as minhas experiências profissionais, eu tive o prazer de falar sobre todas elas, mas passei o tempo todo analisando disfarçadamente as atitudes silenciosas da Zoe. No meio da conversa, eu perguntei sobre quando surgiu o desejo dela pela medicina, e a sua resposta foi inesperada. A forma como ela falou sobre o próprio corpo foi sexy, e eu não pude evitar olhar para os seios dela. Eu deixei bem claro que faria ela mudar de opinião ao longo do tempo, mas as minhas palavras tinham um certo excesso de certeza, como se eu já soubesse o que aconteceria ao longo desse tempo. Eu tinha pressa em começar aquele trabalho, então falei para Luciano que resolveria tudo o que precisava, e poderia iniciar no dia seguinte, mas as minhas reais intenções era mostrar na prática, todas as partes do corpo humano para Zoe. Antes de ir embora, falei com ela, e ao ouvi-la me chamar de professor, fez o meu corpo inteiro vibrar, como se eu