Por fim escolho um biquíni preto básico. Drake disponibilizou várias opções na mala, porém pretendo utilizar as outras nos próximos dias. Quero aproveitar ao máximo essa praia e todo calor. Cubro o biquíni apenas com uma saída de praia para não me sentir nua e me declaro pronta.Caminhamos para fora da casa, descalços mesmo. Por um momento chego a pensar que as preocupações não podem nos atingir aqui. Estamos tão relaxados, brincando, sorrindo. "Você apostava corridas quando era criança?" Pergunto. Chego a hesitar antes de ouvir a resposta. Me dói pensar em um garotinho tão traumatizado que não via diversão em brincadeiras simples."não, eu acho" ele franze a testa."Então aqui vai sua primeira vez. Valendo!" Dito isso saio em disparada rumo ao deque. Ethan silva algum epitáfio antes de correr atrás de mim, e este é o instante mais feliz da minha vida. Vê-lo correndo sobre a areia escaldante, usando uma bermuda e desprovido de camisa, é lindo. Ethan parece anos mais jovem assim.Co
“Eu gostaria de destacar todos os pontos positivos de estar com você, mas aí teríamos que ficar a semana toda aqui. Então eu decidi citar apenas os melhores momentos, que são as madrugadas de sexo" ele faz uma pausa quando eu solto uma risada."Aceite meu presente sem relutância, por favor. Eu pensei em algo material que pudesse lhe dar uma breve noção da imensidão do meu sentimento, mas percebi que o universo inteiro ainda seria pequeno para caber tudo" Ethan termina da melhor forma possível. Me agarro ao seu pescoço, os dedos apertando sua pele com uma intensidade que é mais que física. É como se, ao tocá-lo, eu pudesse transmitir tudo o que estou sentindo, como se esse gesto simples fosse capaz de traduzir a tempestade de emoções que atravessa meu peito. O abraço vem com uma força quase desesperada, como se, ao envolver seus ombros, eu estivesse tentando fazer o tempo parar, suspender aquele momento e manter tudo o que ele representa dentro de mim para sempre.Sinto a batida do s
POV VOLKOVBebo o restante do líquido amargo, deixando-o deslizar lentamente pela minha garganta. O gosto forte se espalha pela boca, e o calor ardente desce até meu estômago como uma pequena chama que se recusa a se apagar. Não faço careta. Estou acostumado com o amargor… tanto o da bebida quanto o da vida.“Como ele descobriu?” Minha voz sai baixa, mas firme, cortando o silêncio do ambiente. Paciência é uma virtude que aprendi a cultivar ao longo dos anos.Alex hesita por um instante antes de responder. Ele está em pé, as mãos cruzadas atrás do corpo, os ombros retos, o olhar fixo em um ponto qualquer da parede. A postura rígida não é para mim, é um reflexo de quem ele já foi. Disciplina enraizada na carne e nos ossos.“Eu não sei”, diz, sem emoção. “Quando ele veio até mim, já sabia de tudo.”Inclino levemente a cabeça, observando-o. Ele pode estar mentindo. Ou talvez não. De qualquer forma, a informação vazou, e isso significa um problema.“Você não sabe…” Repito suas palavras,
Os olhos dele endurecem por um instante, mas ele não responde. Porque sabe que não há resposta possível.Faço um gesto com a mão, descartando-o como um pedaço de papel inútil. “Agora saia.”Ele hesita. Abre a boca como se fosse dizer algo, mas eu não estou interessado.“Eu…”“Saia.” Minha voz se torna um comando frio, inegociável, enquanto aponto para a porta.Ele não discute. Apenas se vira e caminha para fora, fechando a porta atrás de si. O silêncio retorna, mas desta vez, carrega um peso maior.Alcanço o telefone sobre minha mesa, os dedos deslizando com precisão sobre os botões enquanto disco um número já gravado em minha memória. O som do toque ecoa pelo escritório silencioso. Uma. Duas vezes. Então, a ligação é atendida.“Não foi Alex.” Minha voz sai firme, sem espaço para dúvidas. “Não foi ele quem contou para Ethan.”Do outro lado da linha, uma pausa breve, calculada. Então, a resposta vem, envolta em um tom sedoso e afiado como uma lâmina. “Quem foi então?” A voz feminina
POV BLAIR - DUAS SEMANAS DEPOISMeus dedos deslizam suavemente pelo colar que repousa em meu pescoço, sentindo o frio do pequeno pingente contra minha pele. Um presente singelo, mas carregado de significado. Miguel e seu tio Drake escolheram-no juntos, um gesto que aquece meu coração sempre que penso nisso. Drake garantiu que a ideia partiu de Miguel, o que torna tudo ainda mais especial. Um carro em miniatura, delicadamente esculpido em prata, brilhando discretamente sob a luz. Ele me lembra meu filho, fascinado por Fórmula 1 desde pequeno, e meu marido, cujo amor pela velocidade transformou-se em profissão.Respiro fundo antes de descer do carro, ainda presa entre dois mundos: a rotina que me espera dentro daquele prédio e os últimos dias ao lado de Ethan e Miguel, que ainda ecoam em minha mente como uma lembrança viva. As risadas despreocupadas, os momentos roubados entre os afazeres, as noites em que colocamos Miguel para dormir juntos… e o silêncio confortável que vinha depois
Sua voz é baixa, mas carrega um peso ameaçador, como se cada sílaba fosse cuidadosamente escolhida para me manter no lugar, presa por um fio invisível de terror.Engulo em seco, minha boca repentinamente seca. Tento dar um passo para trás, mas meus pés parecem grudados ao chão.— Q-Quem… quem é você? E o que está fazendo aqui? — minha voz sai trêmula, uma sombra do tom firme que deveria ter.Ele sorri. Um sorriso lento, arrastado, sem um pingo de simpatia. Apenas algo cruel e consciente do medo que causa.— Oh, quem sou eu? Vamos, querida. Você é mais inteligente que isso.Ele abaixa os pés da mesa, o som de seus sapatos tocando o chão ecoa no silêncio da sala, e então ele se endireita. Sua postura muda… antes relaxado, agora alerta. Como um caçador prestes a se mover.O ar parece ficar mais pesado.Meus instintos gritam para que eu corra.Mas para onde?— Eu nunca o vi antes.Minhas palavras soam quase irreais, como se eu estivesse tentando negar a verdade que me atinge com força. Me
— Brecha? — sussurro, um nó se formando na garganta. Ele não pode estar falando sobre o que eu acho que está falando.Ele se aproxima, a calma dele assustadora diante da minha crescente agitação.— A confiança. — Ele faz uma pausa, como se saboreasse o momento. — Vocês não desconfiam das pessoas que gostam. E isso é uma fraqueza. Então, você quer saber como entrei aqui, como sei tudo sobre todas as pessoas ao seu redor, como consegui atingir meu alvo. Como, Blair, eu teria acesso a você tão facilmente? A resposta é mais simples do que você imagina.Ele faz uma pausa dramática.— Gregory Marsh.O impacto das palavras dele é tão devastador que sinto as pernas tremerem. Meu assistente... — Você está mentindo! — Me viro para ele com toda a convicção que consigo reunir. A minha voz sai em um grito abafado, mas determinado. — Ele não é como você!Volkov apenas sorri, um sorriso grotesco, de alguém que conhece uma verdade que você não pode compreender.— Então tente abrir a porta. — Ele diz
Caminho pelo estacionamento do prédio sentindo-me um cãozinho acuado, de pelos eriçados e olhar inquieto. O silêncio opressor do subsolo se mistura com o eco de nossos passos, cada um deles parecendo um prego selando meu destino. Gregory e Volkov caminham logo atrás de mim, sombras ameaçadoras que pairam sobre minha nuca. Meu corpo avança por pura inércia, mas minha alma já se dissipou, deixando apenas um invólucro vazio para enfrentar o inevitável.Então, a vejo.A única figura feminina em meio à escuridão do estacionamento. A mulher que sempre foi uma ameaça silenciosa e que agora se materializa como um pesadelo prestes a se concretizar. O brilho carmesim dos lábios é suficiente para que meu estômago se revire em reconhecimento."Mariah..." O nome escapa de meus lábios em um sussurro incrédulo, impregnado de choque e repulsa.Sempre soube que ela queria me destruir. Sempre soube que sua presença era um presságio de infortúnio. Mas jamais imaginei que ela desceria tão baixo. Jamais