- "Bom dia, Srta. Collins. Dormiu bem?" ele perguntou.- "Sim"Blair parou em frente a Ethan, e então ele se inclinou para beijá-la. A diferença entre as temperaturas fez Blair sorrir. Os lábios dele estavam gélidos, enquanto os dela estavam aquecidos. Com a proximidade, algumas gotas de água salpicaram a roupa que a mulher vestia.- "Entre na água comigo" Ethan pediu, ainda com os lábios colados em Blair.- "Apenas nos seus sonhos"- "Eu detesto não ser cavalheiro, Angel, mas serei obrigado a forçar você a entrar na piscina "- "Não seria um crime?" ela argumentou, sorrindo largamente.Ethan sorriu com falsa inocência, somente para inclinar-se e segurar as pernas de Blair, jogando-a em seus ombros sem muito esforço. Ela gritou e sorriu ao mesmo tempo.- "Não se preocupe. Eu posso permitir que me prenda mais tarde" ele disse, segundos antes de jogar-se na piscina.Eles submergiram na água fria, e Blair logo tratou de afastar-se do homem quando ele a soltou. Ela voltou para a superfíci
- "Para o seu bem, por favor, entenda. Uma relação com você seria marcada por tragédias"Blair sorriu sem humor, um sorriso fraco e melancólico. Ethan era o pior tipo de homem que ela teve o prazer de conhecer. Um perfeito cavalheiro, capaz de dispor o mundo ao seus pés ou puxar o tapete sob eles. Ela sabia que aquele término repentino tinha relação direta com George, com Rivera, com todas as pessoas envolvidas no caso Benedict. A mulher pensou no quão suja aquela família precisaria ser para Ethan a afastar de maneira tão indelicada.- "Se quisesse ter um relacionamento comigo, você teria. Não precisa me explicar, Ethan, eu entendi que fui a distração do momento"- "Isso é ridículo" ele bufou.O homem queria ser claro, mas haviam muitas lacunas que ele não seria capaz de preencher. Talvez uma explicação deixasse ainda mais dúvidas.- "Tão ridículo que você me ofereceu um contrato para provar que eu nunca seria mais do que uma assinatura" Blair acusou, virando-se para Ethan novamente.
Blair bateu as palmas de suas mãos contra o mármore da bancada. Ela estava farta daquela conversa com Drake. Perder Ethan e começar a pensar nele como alguém ruim no mesmo dia simplesmente não parecia ser certo.- "Porra, Blair, você viu sua mãe ser morta pelas mãos do homem que jurava amar ela. Não passa pela sua cabeça que talvez, apenas talvez, o amor também seja sua cegueira?" as palavras explodiram para fora de Drake antes que ele pudesse filtrar.Ele se arrependeu do que disse no instante em que os olhos azuis da ruiva pesaram sobre si, e o silêncio imperou. Ela estava incrédula, não com a pergunta, mas com a pessoa que lhe perguntou.- "Que merda você quis dizer?"- "Eu quis dizer que não vou repetir seu roteiro. Você não vai seguir os passos apaixonados da sua mãe. Coloque um ponto final nesta relação, Collins, antes que não possa mais"- "Sobre mim, eu não ligo, realmente não ligo. Mas você não tinha o direito de falar sobre minha mãe como se ela fosse uma idiota" Blair lutou
Aquelas conversas entre Volkov e Banks eram comuns. Eles sempre falavam sobre crimes explicitamente, pois se algum deles estivesse gravando, também se comprometeria. Os diálogos nunca eram unilaterais ou inocentes, por isso sempre estavam em dívida. E, se em algum momento alguma daquelas conversas fossem expostas, ambos teriam cordas em seus pescoços.- "Eu consigo lidar com o fato de que sou o pior, mas você consegue lidar com o fato de que é o mais covarde? Você sequer teria coragem para chegar a Benedict" Ethan provocou.- "Você não me conhece, Ethan" o outro homem sussurrou aquela afirmação como se fosse uma ameaça, ou pior.Qualquer pessoa que conhecesse um terço da vida de Volkov teria medo daquelas palavras. E considerando a diferença de idade entre os dois homens; Volkov já matava pessoas quando Ethan nasceu. E, ainda assim, Banks sequer demonstrou interesse na conversa, quem dirá medo.- "Pare de me ameaçar como se eu ligasse"- "Você não liga para a própria vida. Acabar com
- "Como você sabe?"Blair tratou todas as falas de Michele com seriedade. Ela não queria acreditar que Ethan era uma pessoa ruim, mas sabia que ele tinha pecados sombrios em suas costas. Sabia, também, que a família do homem o fez pecar.- "Meu marido, Blair. Meu falecido marido era amigo de George Banks. Eles tinham negócios em comum"- "Ele..." Blair incitou.- "Benedict não era um santo. Ele e George tinham negócios ilegais na Rússia, mas Benedict queria começar uma vida nova, mesmo que isso lhe custasse caro. Ele reuniu provas contra os envolvidos no esquema sujo. E naquela mesma noite, quando meu marido me contou sobre as falcatruas, ele morreu. A investigação levou anos, mas não puderam encontrar respostas"Michele sentiu seu coração pesar com a confissão. Haviam muitos anos que ela não falava sobre seu falecido marido, isso porque o assunto era muito delicado.- "Como ele morreu?" a ruiva atreveu-se a perguntar.- "Ele teve a língua cortada e sangrou até engasgar. E quando esta
- "O que quer dizer?" Colton questionou.O agente estava sentado em frente à mesa do inspetor, e levantou-se gentilmente quando Blair se aproximou.- "Tudo que aconteceu desde a morte de Benedict. Não existem mais segredos" a ruiva esclareceu.Ambos entenderam a afirmação. Blair fez exatamente o que Spencer queria que ela fizesse, e talvez até mais. Ela conquistou Ethan, entrou em seu mundo blindado e ganhou a confiança do homem. Ela cativou Michele, fez a mulher revelar segredos escondidos em túmulos. Nem mesmo Colton conseguia acreditar no trabalho que Blair havia feito.- "Como um depoimento?" o agente inquiriu.- "Eu não sei se ela diria essas coisas em um depoimento"A mulher retirou do bolso traseiro de sua calça jeans o gravador, dizendo para si mesma que não voltaria a pegá-lo. Ela não precisaria dele a partir do momento em que abandonasse a delegacia. Blair pôs o aparelho sobre a mesa de Spencer.- "Você não parece estar bem" Colton pontuou.- "E não estou"Eles não haviam pa
Naquele momento, Jean desejou poder abraçar sua menina e não a soltar por muitas horas. A compaixão nos olhos do homem era notória, e Blair preferiu desviar o olhar. Ela não gostava de pensar que seu pai se importava. O tempo em que ele poderia ser um pai presente havia passado.- "Está tudo bem. Foram ótimos dias"- "Eu não quero parecer inconveniente, mas também decidi visitá-la para fazer um comunicado" Jean anunciou, guiando a conversa para outra direção.- "Me diga"A verdade era que, no fundo, Blair esperava uma notícia ruim. Há muitos anos a ruiva aprendera que guardar boas expectativas precedia ilusões, e ilusões resultavam em decepção. Ela cruzou os braços abaixo dos seios e esperou até que seu pai começasse a falar.- "Eu providenciei seu carro, como disse que faria"- "Eu não estava esperando" Blair murmurou.- "Eu sei. Lamento que seja um momento ruim"Jean sentiu-se culpado por levar um bem material para sua filha quando tudo que queria dar era afeto. Ele não queria compr
Slap!Quando a mão pesada da minha sogra, Dora, colide com meu rosto, uma dor lancinante percorre minha bochecha, fazendo minha cabeça girar para o lado. Uma onda de vermelhidão invade minha pele, intensificando a agonia.Lutando para manter o equilíbrio, cambaleio para trás, até finalmente cair sobre a maciez da cama atrás de mim. Instintivamente, minha mão corre para a bochecha latejante, a dor irradiando por cada fibra do meu ser."Você é uma desculpa patética de mulher", ela rosna, suas palavras gotejando desprezo. "O aniversário do meu filho é daqui a dois dias, e você ousa mostrar tanta incompetência ao não ter a festa preparada?"Ela se ergue sobre mim, sua presença intimidante. Dora encarna a essência da aristocracia italiana, sua figura alta e esbelta acentuada por um nariz afiado e traços angulares."Eu contratei um organizador de festas", retruco."Como uma Banks, você deveria ser capaz de organizar uma celebração sozinha!" Suas palavras estão carregadas de veneno, cada síl