Ettore Ferrari Olho para Violleta, toda machucada sobre a maca, com nosso filho sobre os seios, sorrindo e chorando ao mesmo tempo. Ver aquela cena me emocionou de um jeito muito profundo, e não consigo sair do lugar. Vejo os médicos tirarem o bebê dela, e ela não esboçar reação nenhuma com isso. Acho estranho, tudo parece estar em câmera lenta, vejo-a fechar e abrir os olhos, e, novamente, olhar para mim. Quando me vê, abre aquele sorriso, aquele que ela dá quando está feliz com algo, e eu poderia, deveria retribuir, se não estivesse vendo seu estado. Os médicos e enfermeiros aplicam alguma coisa nela, ela deveria reagir, mas seus sinais vitais continuam baixando, gradativamente, minuto após minuto. Olho mais uma vez para o seu rosto e vejo ela dizer, balbuciar, as três palavras que mais esperei ouvir, dela, em toda minha vida. — Eu te amo! Ela sorri, novamente, soltando um suspiro lento, e não demora para seus olhos fecharem, e os aparelhos que estão ligados a ela começare
Ettore FerrariChego em casa, e vou direto para o quarto, entro e sinto o cheiro do perfume dela como se ainda estivesse aqui. Imediatamente, as lágrimas começam a rolar dos meus olhos, de novo, e aumentam de intensidade quando vejo as coisas dela, tudo no lugar que ela sempre deixou. Pelo jeito ela ficou aqui depois dos acontecimentos da festa e em quanto eu estive em coma. A sensação do aperto na garganta e as lágrimas, me causam uma dor que não sou capaz de descrever. Me sinto sufocar, como se todo o ar do mundo fosse retirado. Tenho vontade de fazer coisas insanas, e sinto vergonha só por pensar nisso, pois agora tenho um filho para cuidar, alguém que depende de mim. Não posso fraquejar. Tomo um banho rápido e me deito na cama, tomo os remédios que o médico receitou e deixo o sono me levar, estou realmente cansado, pois foi tudo muito intenso desde a hora que levantei daquela cama de hospital.Acordo assustado, com o toque insistente do meu celular, logo cedo, sei que é o número
Ettore Ferrari— Vou deixar o senhor sozinho com ela. Ela está sob efeito dos sedativos, e não acordará por agora, mas posso deixá-lo aqui por um momento, e antes que me esqueça, ela sofreu um colapso chamado de Catalepsia Patológica, com esse distúrbio a pessoa fica com aparência de morta, seus músculos ficam rígidos, pois seu sistema para de funcionar até que ela saia do colapso, peço desculpas, pois se sua mulher não tivesse saído a tempo do colapso, teria morrido por negligência médica e eu seria o responsável. Como disse, em todos os meus anos de exercício da medicina, jamais presenciei nada parecido, e muito menos com um paciente sob meus cuidados.Prefiro não me pronunciar, pois só de imaginar que uma coisa dessa pudesse acontecer tenho vontade de matá-lo, aqui e agora. O doutor sai e eu chego mais perto, para verificar se, realmente, ela está comigo, desta vez. Sofri muito por pensar que ela me deixaria. Apenas a ideia de imaginar o resto da minha vida sem ela já é razão para
ViolletaSinto o metal frio e duro contra minhas costas, e um arrepio me assombra. Olho em volta e vejo que estou em cima de uma superfície fria, de metal, e estou totalmente nua. De imediato me levanto tentando esconder minhas partes íntimas com as mãos e sinto uma dor excruciante na cabeça. A porta dupla é aberta e uma enfermeira entra, com uma prancheta nas mãos; ela ainda não me viu, porém não demora para que isso aconteça, e quando me vê, a mulher joga o que tinha em suas mãos para o alto e dá um grito tão alto, que além de me assustar, faz com que minha cabeça doa ainda mais.— Meu Deus! — diz espantada. — Você estava morta!— Não estava, não — discordo veementemente. É claro que estou viva, ora!— Preciso chamar alguém, por favor, não saia daqui.Ela me entrega um avental branco e sai da sala. Em seguida, tudo vem em minha mente de uma só vez. Lembro-me de ter visto Ettore, antes de fechar meus olhos e escorregar para a escuridão. Meu Dante nasceu, preciso ver meu filho, saber
ViolletaSilenciosamente, faço uma oração para que esse dia demore muito a chegar. Quero aproveitar cada instante ao seu lado, sentir o seu cheirinho de bebê, e protegê-lo de qualquer maldade existente no mundo. Assim que meu filho chora sei que ele quer mamar, e finjo estar com vergonha para que Ettore saía do quarto. Tenho que caprichar na atuação.Depois que ele saí experimento a melhor sensação que uma mulher pode ter na vida que é poder alimentar seu filho. Depois que meu bebê termina de mamar, a enfermeira o leva para o seu berço, as portas se abrem e Ettore entra novamente no quarto.— Podemos ir? O médico deu alta para você e para o bebê. Ele se aproxima de mim, se abaixa ao lado da poltrona onde estou sentada, e diz: — Quero lhe avisar que vai ter alguns parentes em casa, nos esperando, pois querem muito ver vocês dois, não precisa ficar nervosa quando chegarmos, mas se preferir, eu aviso que está cansada, ainda em recuperação e você passa direto para o quarto. — Sinto vont
Ettore FerrariSubo para o quarto, pois preciso tomar um banho, tiro minhas roupas e sigo para o banheiro. Primeiramente faço minha barba, estou um trapo, a barba desarrumada, cheio de olheiras, os cabelos enormes, mas este último não tenho como resolver, precisarei da ajuda de um profissional. Demoro mais do que o planejado e quando termino, me visto e desço para ficar com Violleta.— Tudo bem? — pergunto baixo assim que me sento do seu lado. — Sim, Sandra estava me contando o que eu fazia enquanto estava aqui, no meu tempo livre.Ela me fala com um sorriso contido, parecendo estar envergonhada, ou algo parecido, o que eu acho meio estranho. Será que eles falaram algo que a tinha deixado desconfortável? Penso e olho para mamma, que também esboça um sorriso contido e continua conversando com ela, Pietro e Bianca também falam algumas coisas e ela escuta tudo, com toda sua atenção, e eu fico só olhando-a, agradecido por tê-la aqui comigo. Não sei ainda o que vou fazer, estou há algum
Ettore FerrariJá sequei uma garrafa de whisky, me levanto de onde estou, porém tudo ao meu redor está girando. Olho para a escada e vejo os degraus se movimentarem, subo o primeiro degrau, me agarrando ao corrimão, mas, quando chego ao terceiro perco o equilíbrio e caio, e a única coisa que penso é que terei de começar tudo de novo. Tenho um ataque de riso, como pude beber até ficar desse jeito, sem controle do meu próprio corpo? Com muita dificuldade, consigo me levantar do chão, e de cócoras, vou subindo as escadas até chegar ao topo, cambaleando, chego ao quarto, abro a porta, e quase caio para a frente.Violleta me olha parecendo querer rir da minha desgraça, bato a porta atrás de mim, tento me firmar de pé, mas esta é uma tarefa praticamente impossível. Cambaleando, tiro as minhas roupas, mas falho, miseravelmente, quando chego aos últimos botões da camisa. Tenho certeza que estão determinados a me humilhar, e quando estou prestes a rasgar a camisa, Violleta se levanta da cama,
Violleta FerrariEttore chega cambaleando no quarto e tenho que prender o riso para que ele não veja, quase caí de cara no chão e trava uma luta com os botões da camisa social, toda amassada, que veste. Ajudo ele a tirar a camisa, e depois ele segue para o banheiro. Fico receosa de que ele possa cair e se machucar, e por isso chego bem próximo à porta, que está entreaberta. E conforme me aproximo, vejo ele embaixo do chuveiro, com a água escorrendo por seu corpo. É uma imagem de tirar o fôlego, Ettore é quente por natureza, e assim, todo molhado, faz meu ventre esquentar.Ele deixa que a água caia abundante sobre si, despeja um pouco de sabonete líquido na mão, começa a se masturbar e a cena à minha frente faz crescer uma vontade louca dentro de mim. Fico olhando aquela cena, e pensando no quanto eu queria estar cavalgando sobre ele, agora, ou de quatro enquanto soca em mim com força. Ele aumenta seus movimentos, e seus gemidos roucos fazem uma bagunça com minha libido. Na hora de go