Eu queria que o Dilan tivesse sido feliz, não que ele tivesse se fechado para o mundo.Quando o seu Dário foi descansar, eu achei melhor me despedir e ir pro meu quarto também, mas a Dandara me chamou pra jantar.Eu não queria receber tratamento diferenciado, os outros hóspedes poderiam estranhar e não gostar, mas daí ela me chamou de "Família", e eu realmente sentia que fazia parte dela, então eu fui, carregada pela Dandara, e ainda escutei as piadinhas do Dilan, dizendo que iria me perder pra irmã dele.Sentamos na mesa, e ficamos conversando sobre vários assuntos, enquanto o Dilan me olhava a cada meio segundo. Era nítido a vontade que ele tinha de ficar a sós comigo, e me enxer de perguntas.Uma das coisas que o Dilan não consegue esconder, é a ansiedade dele.Dandara: Kyra, você é solteira?Dilan: Dandara, deixa de ser entrona , fica quieta.Dandara: O que é Dilan? Você mesmo está se segurando pra não perguntar isso a ela.Fiquei rindo dos dois, que pareciam dois adolescentes.—
DILAN..Será que toda irmã é assim? intrometida?A minha vem batendo recordes dia após dia.Mas é claro que eu queria saber se a Kyra estava solteira, mas a pergunta da Dandara veio cedo demais, poderia assustar a Kyra.Nós não prometemos no casar, ou construir uma família, apenas prometemos não nos separar mais, mas acho que isso foi levado pra outro lado ao longo dos anos.Muitas expectativas foram criadas, pelo menos da minha parte, mas era preciso ter calma e paciência pra entender melhor os anos que passamos separados. Mas de uma coisa eu tenho certeza, a Kyra é uma mulher espetacular. Eu não pude deixar de olhá-la durante o jantar, ela é incrivelmente linda.Depois de tantas inconveniências vindo da Danda, ela finalmente nos deixou a sós, mas fiquei frustrado quando a Kyra disse que estava na hora de ir pro quarto, o que era compreensível, já que ela precisava fazer contato com a vó dela.Quando fomos caminhando até o quarto, fiquei muito incomodado. Eu não gosto da ideia de
Depois de alguns minutos, fui caminhando até a saída, e quando passei pela recepção, a cara da Cris já estava vermelha. Foi impossível não parar. Dandara: Agora não é o momento Dilan.— Cris, você sabe que a gente precisa conversar não sabe?Ela continuou me ignorando. Dandara: Dilan, já falei que agora não.Balancei a cabeça em negativa e fui pra fora da pousada, onde a Kyra já me aguardava. Kyra: Eu acho que não vai ser legal eu continuar na pousada da sua irmã, Dilan.— Então vem pra minha casa, Kyra.Kyra: Não, eu já falei. Vamos ver a situação da casa, dependendo de como ela está, eu vejo o que faço.Entramos na minha caminhonete e fomos.A casa é bem perto da praia, mas ficava pro lado da mata, e um pequeno percurso era preciso ser feito a pé.Paramos a caminhonete, e pegamos uma pequena trilha, que já estava toda fechada por plantas e galhos.— Cuidado aí Kyra.Avisei, mas foi impossível evitar que ela se cortasse. Um galho feriu a pele dela, mas não foi profundo. — Deixa
KYRA ..Acordei com o humor ótimo. Não que eu acorde mau humorada, mas digamos que eu estou feliz por tudo o que anda acontecendo na minha vida.Me ajeitei e saí do quarto pra tomar café da manhã, quando passei pela recepção, vi a Cris, que me olhou com desconfiaça. Eu já sei quem ela é na vida do Dilan, mas eu não tenho certeza se ela sabe quem eu sou.— Bom dia, Cris?Cris: Bom dia Kyra, falou de forma simpática. Eu continuo sem saber se ela é simpática assim de verdade ou se é por fazer parte do trabalho dela.Continuei caminhando até a parte de trás da pousada e sentei na mesa, enquanto o seu Dário organizava tudo.Assim que ele me viu, ele caminhou até onde eu estava.Dário: Bom dia Kyra , como passou a noite?— Muito bem seu Dário, obrigada. Dário: Posso sentar com você?— Claro que pode.Falei sorrindo. Dário: É muito bom ter você aqui Kyra, faz muito tempo que não vejo o Dilan assim, tão sorridente e animado, na verdade ele mudou completamente depois que você foi embora
Quando eu disse que estava indo olhar a casa que era da minha mãe, ele pediu pra ir junto.Parecia que ele não tinha escutado nada do que eu tinha acabado de falar, quanto mais perto a gente ficasse um do outro, mas a Cris iria se magoar.Mas daí ele disse que seria perigoso eu ir sozinha ver a casa, pois fazia muito tempo que ninguém ia lá, então eu decidi aceitar que ele fosse junto.Combinei de sair da pousada sozinha, pois eu não queria que a Cris visse a gente saindo juntos, mas o meu coração ficou em pedaços quando passei pela recepção e vi a Cris chorando abraçada com a Dandara, ainda bem que ela não me viu, apenas a Dandara que fez um gesto com a mão mandando eu andar rápido, e com razão pois seria muito humilhante se ela soubesse que eu a vi dessa forma. Fiquei pensando se não seria melhor eu me hospedar em outra pousada pra evitar constrangimentos. Quando o Dilan chegou onde eu estava, compartilhei com ele essa possível solução, e mais uma vez ele falou que eu podia ficar
DILAN..Meu nome é Dilan Colin, tenho 28 anos e moro em Ilha Bela - SP desde o dia em que nasci. Eu cresci cercado pelo mar, pelo cheiro da brisa salgada e pelo balanço das ondas que parecem dançar ao ritmo dos meus pensamentos. O mar sempre foi o meu refúgio, meu terapeuta silencioso. Basta me sentar diante dele para sentir que todas as respostas que procuro virão com o som das ondas quebrando na areia. Mas há uma pergunta que nem o mar conseguiu responder. Uma lembrança que o tempo jamais apagou. Ela tem um nome. Kyra. Eu era só um menino quando a conheci. Oito anos de inocência e sonhos. Ela tinha a pele morena, os cabelos ondulados, um sorriso encantador e um olhar tão doce que parecia carregar segredos do universo. Nos tornamos inseparáveis. Todos os dias corríamos descalços pela areia, construíamos castelos, mergulhávamos no mar e inventávamos histórias onde éramos os protagonistas de um mundo só nosso.Lembro-me perfeitamente do dia em que fizemos uma promessa. Estáv
KYRA..Eu me chamo Kyra, tenho 27 anos, e sou formada e designe de moda.A vida nunca foi fácil pra mim, desde muito cedo eu tive que aprender a me virar sozinha. Perdi os meus pais muito cedo, eu ainda era um bebê quando meu pai morreu, eu não senti tanto, por não entender o que se passava na época, mas quando perdi minha mãe, foi uma dor irreparável. Eu tinha apenas 10 anos quando ela passou mau, e simplesmente morreu.Eu não tive controle sobre nada, não sabia como agir, não sabia o que seria de mim sem ela.Eu lembro daquele dia com muita dor no coração, e o que aconteceu depois disso, deixou em mim marcas que carrego até hoje.É difícil lembrar de tudo, sem sentir meus olhos marejarados pelas lágrimas. Eu conheci um garoto, e ele se chamava Dilan, e era o meu melhor amigo.Minha mãe trabalhava na praia e eu aproveitava pra brincar com ele.Eu tinha apenas 7 anos quando brincamos pela primeira vez. Ele era carinhoso, atencioso, divertido, e tinha os olhos mais lindos que já
DILAN..Acordei com a minha irmã me chamando. Dadara: Acorda cabeção. Ou você vai pra um quarto, ou se manda pra sua casa, porque já está super tarde.Olhei pro meu relógio de pulso, e vi que já passava das 22:00hrs.— Porquê você não me acordou antes Dandara? Só irei para casa amanhã.Depois de ter ido vender minhas peças na praia, fui pra pousada, deitei na rede e peguei no sono.Eu me lembro que o meu último pensamento, foi a Kyra.Eu não conseguia tirá-la dos meus pensamentos. Eu sempre dormia quando pensava no tipo de vida que teríamos se o destino não tivesse nos separado. Levantei da rede e fui para um dos quartos da pousada. No dia seguinte eu teria que acordar cedo pra comprar material de trabalho, pois eu já estava sem nada para fazer os meus artesanatos.Eu sempre optava por ir bem cedinho, pois eu odiava a correria do centro, e por conta do final de semana, a cidade iria estar repleta de turistas e ônibus chegando por todos os lados.Antes que eu conseguisse pegar n