Os preparativos para o casamento de Clara e Marcus estavam a todo vapor, Juliano já havia se recuperado e podia caminhar pelo castelo cuidando dos seus afazeres, mas com seguranças ao seu lado, Alec enviou um grupo de mercenários para me acompanharem, pois ele achava que minha segurança era mais importante que a dos outros, no início fiquei incomodada com a presença daqueles homens, porém eles andam tão bem disfarçados que nem percebo que estão por perto, então pude aproveitar meus tempos livres com a Kamilla que crescia lindamente, com seus cabelos ruivos ondulados, ela com certeza será uma belíssima princesa.Mesmo com essa alegria genuína, algo ainda me incomodava, um sentimento de alerta que nunca me deixava em paz, nem nos meus sonhos. Eu tentei ter mais algumas daquelas visões malditas para poder descobrir o paradeiro do livro Rituum, no entanto, foi em vão, não consegui nada, também fui em busca de respostas através do Miguel, mas ele se tornou um livro trancado com cadeado a s
Após o encontro louco desses dois, nos reunimos na sala de jantar para discutirmos tudo que tinha ocorrido e tomar alguma decisão sobre o que deveríamos fazer, já que falhamos em salvar aqueles vampiros, Natanael havia informado para a Elena as coisas que aconteceram durante minha estadia aqui. Seus olhos brilhavam de surpresa e alegria em saber que expulsamos o demônio, matamos outro e mantemos em refém o terceiro.– Precisamos encontrar o Rituum. – Natanael falou levantando uma taça de vinho tinto na boca. Elena continuava comendo ao seu lado. – Devemos encontrar o livro e entregar para Karolina, só ela pode salvar essas pessoas e desfazer o exército da Anealix. – Ele depositou a taça na mesa novamente após um gole. – Eu já tinha prometido isso a ela por receber e cuidar do meu povo.Esse foi meu propósito em vim aqui desde o início, eu a abandonei para fazer essa missão homicida.– Você tem alguma ideia de onde encontrá-lo? – Perguntei.– Sim. – Ele disse.– Natanael, não. – Elena s
Olhei pela última vez o brilho alaranjado do sol no horizonte pela sacada do meu quarto, sentado na cama. Minha espada com a bainha dourada e o símbolo da Tribo Calmon esculpido nela estava na mesa à minha frente. Minhas mãos suavam um pouco com a tensão do que poderei enfrentar daqui nas próximas horas, mesmo assim, levantei, peguei a espada e a coloquei atrás das costas, saindo do quarto com passos largos.– Não se esqueça de sempre ficar em alerta e só usar a violência como último recurso. – Elena dava instruções para Natanael, e ele como um bom obediente escutava tudo confirmando com a cabeça.– Tome conta do nosso palácio, em breve, estarei de volta.Elena fez uma cara chorosa e logo se beijaram.Revirei os olhos com tédio daquilo.– Lúcius. – Ela me chamou a atenção. – Trouxe algo para você. – Peguei da sua mão uma garrafa média de água.– Obrigada.Elena sorriu para mim enquanto Natanael se afastava para pegar sua espada.– A propósito... – Abri a boca para falar, mas vacilei na
Minutos antes...– Juliano... – Minha voz saiu trêmula diante daquele pedido de casamento, não podia acreditar que estava vendo o irmão da Clara ajoelhado diante de mim com uma aliança de noivado em minha direção. – P-Por favor, levante-se...– Aceite ser minha mulher, Karolina. – Seu nervosismo estava estampado no rosto.Aaah! Não acredito que ele falou de novo.– Juliano... Eu te imploro, levante-se. – Meu corpo tremia todo. – E-Eu, eu sinto muito. – Sussurrei balançando a cabeça em negação.Seus olhos antes vidrados em mim caíram para o chão e a mão estendida segurando firmemente a caixinha caiu em seu colo. Juliano levantou-se lentamente como se tivesse perdido as forças das pernas.– Por quê? – Apesar de decepcionado, ele continuava sereno. – Por que você não aceita?– Eu... Eu não posso me casar... Me perdoe... – Baixei a cabeça. – Há muitas coisas em jogo e eu não posso pensar em matrimônio agora.– Não... Eu que me precipitei, a culpa não é sua, desculpe por perder seu tempo s
Após o beijo correspondido da Karolina, uma faísca acendeu no meu coração, mas foi substituída pelo desespero de todos os convidados quando os sinos tocaram, Juliano foi morto, assassinado, e eu pude ver o seu assassino no momento em que o Rei dava seus últimos suspiros entre lágrimas nos braços da Karolina que tentava o consolar, mas em vão.Quem ousou cravar uma faca no seu peito, destruindo a felicidade daquela família que há não tinha esperança, estava parado vendo a cena se desenrolar, coberto pelas sombras da parede daquele castelo cinza, como os olhos vazios de qualquer sentimento ou remorso, Thomas Vandier, seu melhor amigo, destinado a ser o seu protetor, que no final o matou. Após perceber que eu o encarava, ainda diante do corpo sem vida de Juliano, ele pulou pela janela fugindo, corri para alcançá-lo, mas estava muito longe, olhei a sacada, porém, ele tinha desaparecido.Olhei de volta para ver a Karolina segurando o Juliano sem vida, e pensei em aproximar para tirá-la de c
A masmorra era um local alto, úmido e sujo. Havia uma escada em espiral feita de pedra sem proteção nas laterais do prédio e cada degrau havia uma porta de ferro dando acesso às celas. A prisão era mais um inferno sem saída daqueles condenados.Juliano passou anos aqui.– No topo. – Clara falou olhando para cima. – Era lá onde eles ficavam.– Não sinto cheiro nenhum. – Lucas disse incrédulo.– Ele disse que viria aqui, eu escutei essas palavras saindo da sua boca antes da matar meu irmão, Thomas falou que nas masmorras estava a mulher que todos procuravam. Acho que Juliano também investigava sobre o desaparecimento da testemunha de Basílica.– A escrava. – Falei pensativo. – Então era aqui que ela estava o tempo todo?! – Olhei para aquela prisão em forma de espiral. – Vamos.Começamos a subir os degraus.****Lúcius CalmonA mulher diante de nós parecia petrificada, estaria morta? Seu corpo congelado não demonstrava nenhuma ameaça, no entanto, uma áurea poderosíssima emanava daquela pe
– Corra! – Natanael falou ao meu lado, sem pensar duas vezes corri para a porta e empurrei, no entanto alguma força oculta impedia de abrir.– Não consigo. – Falei segurando firmemente o livro em meus braços. Natanael ficou na minha frente de costas para mim segurando com firmeza a espada.– Procure uma maneira de sair daqui. – Seus olhos estavam fixos para a mulher sentada em seu trono.Enquanto isso, Anealix via a cena se desenrolar na sua frente em silêncio sem mover um dedo sequer.Olhei para os lados buscando outra saída, até que vi uma pequena porta feita de madeira envelhecida e corri em direção a ela. Anealix que não tinha feito nenhum movimento, se lentou de maneira lenta e preguiçosa, seu semblante era tão calmo como água parada, Natanael percebendo sua movimentação, correu e pulou atacando-a com sua espada, no entanto, para meu espanto e surpresa, sem nem ao menos chegar perto dela, algo como uma onda transparente o atingiu, ele, que estava no ar pelo salto que havia dado,
– NÃO SÃO PESSOAS, KAROLINA! SÃO VAMPIROS! – Alec aumentou o tom de voz ao discutir comigo.– Temos que salvá-los, Alec! – Implorava.– Por quê? Você faz ideia o perigo que é trazê-los para nossa tribo? – Seu rosto continuava sombrio.– Eles estão fugindo do Império depois... – Eu não conseguia terminar a frase antes de das lágrimas escorrerem pelos meus olhos. – Depois que Drakon morreu... – Chorei. – Elena... Elena também está morta! – Soluçava com a notícia.Pus as mãos no rosto chorando descontroladamente.Escutei seus passos se aproximando.– Meu amor... – Alec tentando me consolar, se aproximou de mim, eu já podia sentir aquele amor avassalador me dominando aos poucos, mas estapeei suas mãos que alcançavam meu rosto.– NÃO! Você não entende! Deixe-me liderar o exército e ajudar os vampiros para impedir os avanços daquelas coisas que atacaram Valiska.– Aquelas coisas? – Ele perguntou confuso. – Você não sabe quem está liderando aquele exército sombrio que dizem serem mortos-vivos