Luchese - A Doce Divida com a Máfia
Luchese - A Doce Divida com a Máfia
Por: eysilin
1 - Danyela Luchese

“Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada” Edmund Burke

~Danyela Luchese~

"Don Philipe não ficará feliz com vocês ou com as suas famílias quando ele descobrir o que estão fazendo com a filha dele.” - Digo ao garoto que está encurralando a pequena Mya contra a parede.

Mya é a filha mais nova da família Caruso, a família mais poderosa que conhecemos e que chefia a Organização. Eu a conheço desde que éramos pequenas porque meu pai e meu tio Salvatore são membros dessa mesma Organização.

A maioria de nós que nascemos dentro da máfia nos conhecemos a vida toda, crescemos aprendendo a servir a máfia. Isso inclui ocupar o lugar que era de nossos pais ou casar e ter filhos com pessoas dentro da Organização.

Minha mãe e a mãe de Mya eram amigas e damas da máfia e gostavam muito uma do outra. Depois que minha mãe morreu, eu acabei me distanciando de algumas pessoas, especialmente daquelas da minha idade.

Estudamos em um colégio particular e tradicional, os alunos daqui são filhos de politicos, empresários, mas a única coisa que a maioria de nós tem em comum é que nossos pais eram mafiosos.

Mya era um ano mais jovem do que eu e estávamos em classes diferentes, mas durante meses eu tinha notado que esses mesmos garotos estavam incomodando ela.

No começo não me importava porque pensei que os seguranças já tinham notado ou que ela já tinha dito aos seus pais. Eu não deveria me envolver nisso, já que eu era apenas a filha de um associado da organização.

Mas acontece que eu odeio injustiças, ver que os garotos perderam o medo do pai dela por ela não fazer nada, me incomodou, isso e eu também odeio valentões que abusam de pessoas indefesas, eu passo por isso na minha casa e enquanto puder impedir que aconteça com outra pessoa eu farei. Os garotos me olham agora com uma expressão séria e o que eu queria, acaba dando certo.

“Se chegarem perto dela de novo, tenho certeza que os seguranças vão adorar arrancar a coisa minúscula que vocês tem entre as pernas e dar de comer aos cães da mansão.” - Antes que acabe de falar, os garotos já estão correndo e nos deixando sozinhas.

“Obrigada Danyela, mas não precisava fazer isso.” - Ela diz com a cabeça baixa enquanto pega seus cadernos e coloca de volta na mochila.

“Mya, você é filha do Don. Não pode deixar que ninguém faça esse tipo de coisa com você.” - Digo enquanto a ajudo.

“Eu não quero que ninguém tenha medo de mim aqui, já é bem difícil fazer amigos.”

“Você quer esse tipo de amigos? Que jogam suas coisas no chão e te encurralam na parede.”

“Você não entenderia. Obrigada de novo.”

“A propósito, seu dever de casa está errado.” - Ela volta para mim com uma grande ponto de interrogação em seu rosto.

“Eu vi seu dever e tá errado.”

Me viro e saio andando até a biblioteca enquanto Dante o segurança dela e meu amigo de infância se aproxima acenando e sorrindo para mim.

Mais tarde naquela mesma noite, eu estou sentada em minha cama lendo um livro quando meu telefone toca e vejo um número desconhecido.

“Alô.”

“Oi, sou eu Mya. Peguei seu número com Dante.”

“Oi, você está bem?”

“Sim, eu só queria agradecer por me defender hoje e por falar do meu dever. Estava mesmo errado. Como você sabia?”

“Tempo demais estudando e não quero correr o risco de não entrar na faculdade.”

“Mas ainda falta tanto tempo, por que a pressa?”

“Só a faculdade vai me livrar dessa masmorra dos infernos.” - Penso alto. - “Não é nada, eu só gosto mesmo de estudar.”

Ficamos conversando durante muito tempo e ela acabou me contando que tinha dificuldade em matemática e literatura e pediu ajuda com o dever de casa.

Inicialmente, tia Sandra a mãe de Mya, foi falar com meu pai pessoalmente e pediu para que eu pudesse ajudá-la, eu ia regularmente para a mansão e depois seguranças me deixariam em casa.

Ela se ofereceu para pagar por isso, mas eu não achava que fosse justo e disse que só faria isso para ajudar, afinal, Mya era a única pessoa que falava comigo naquela escola e eu não tiraria vantagem sobre isso.

Meu pai, que estava sempre muito ocupado com bebidas e jogos, não se importava com a minha conexão com a filha do nosso Don. Meu pai tinha seus próprios problemas para se preocupar e meu tio Salvatore trabalhava bastante em seus negócios e na Organização e sempre que ele estava ao redor ele fazia tudo o que podia para me agradar.

Além disso, Salvatore e Leonor tinham um caso extraconjugal para se preocupar, então nenhum dos dois se importaria com o que eu estava fazendo. Várias vezes segui Leonor até o armazém e ouvi tudo o que ela e o meu tio fizeram ou disseram sobre a Organização, ou sobre o meu pai.

Foi assim que me tornei testemunha de várias barbaridades, foi assim que o ouvi falar de mim da maneira mais repugnante e possessiva que já vi, foi dessa forma que fiquei enojada e aterrorizada ao mesmo tempo.

Meu tio era um homem bonito e educado perante a sociedade, filho adotivo dos Luchese e o mais novo dos dois irmãos, ele aprendeu a multiplicar sua fortuna muito rapidamente, mais rápido do que meu pai, que era mais velho e teve que se preocupar com sua família, seu trabalho, sua obrigação como profissional e como membro da Organização.

Meu pai foi avisado várias vezes por Don Philip para terminar sua carreira fracassada como jogador, pois estava envergonhando a família e a Máfia. Ele parecia um cachorro assustado na frente de Don Philip, mas quando ele estava sozinho com o meu tio, ele ria orgulhoso das traições contra a família Caruso.

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