Luna despertou de um sono profundo, percebendo que estava deitada em sua antiga cama no reino de Flora. Uma luz suave filtrava-se pelas cortinas, iluminando os desenhos nas paredes ao redor. Cada linha, cada cor, cada traço traziam de volta memórias de sua infância solitária, quando ela vagava pelos corredores do castelo sem realmente entender o significado do amor de uma família.Ela se via, uma criança solitária e confusa, com seus poderes já se manifestando, buscando algo que não conseguia definir. Memórias dolorosas invadiram sua mente enquanto ela se levantava.Um dos súditos, cujo rosto era bem conhecido por Luna, aproximou-se e disse:— Bem-vinda, princesa!Ela deu dois passos para trás, estava furiosa e não era a recepção que esperava.— Chega de conversa, onde está meu pai? Como pode estar ensolarado se, há pouco, o céu estava tão escuro quanto a noite? E a tempestade?Todas aquelas perguntas de uma vez, mas nenhuma delas o intimidou, e ele respondeu:— Venha comigo, tudo o q
Victor não queria esperar mais. Ele sonhava com Luna e sentia sua falta o tempo todo. Naquela manhã, ele estava decidido a encontrar uma resposta sobre o que fazer e enviou um criado do castelo para chamar Kalleb aos aposentos do rei.— Kalleb, quero que me ajude a entrar no castelo sem ser detectado. Preciso falar com Luna. Sei que você me dirá para esperar uma resposta através da magia, mas o tempo está se esgotando e não posso continuar assim — disse Victor com determinação.Kalleb se aproximou do rei e respondeu:— Majestade, isso é impossível. Daniel deve estar preparado e manipular Luna para que ela fique ao lado dele. Entrar sem ser notado seria muito arriscado... De alguma forma, aquele maldito rei encontrou uma força tão poderosa quanto a nossa para agir sob seu comando.Victor bateu na mesa com força e gritou:— Não posso esperar mais! Preciso falar com ela antes que seja tarde demais. Farei qualquer coisa para garantir sua segurança, e que se dane Daniel e quem quer que est
Luna estava sentada em seu quarto, sua mente cheia de pensamentos sobre o passado, e estar em sua antiga casa a fazia querer voltar ao passado para descobrir mais. Ela olhou para o retrato de sua infância ao lado de seu pai, Daniel, e começou a notar detalhes estranhos em suas memórias, incluindo a misteriosa porta.Luna pensou: — Papai sempre foi tão protetor com aquela porta dourada, mas por quê? O que ele está escondendo de mim que poderia acabar com nosso reino?Luna se levantou, olhou para Victor, que ainda estava dormindo, e caminhou pelos corredores do castelo até chegar ao quarto onde seu pai passava a maior parte do tempo por conta de sua doença.Ao entrar, Luna encontrou Daniel sentado em sua cama, folheando um livro antigo. Ele olhou para ela com o olhar surpreso de quem não a esperava tão cedo.Daniel perguntou: — Luna, minha querida filha. Por que veio tão cedo? Onde está Victor?Luna se aproximou e respondeu: — Pai, preciso falar com você sobre algo importa
Luna segurou a mão de Victor, sua expressão ainda atônita com o que acabaram de descobrir. Eles caminhavam pelo corredor do castelo de Flora, voltando ao quarto depois de um momento turbulento no jardim botânico.— Victor, ainda estou tentando processar tudo. Um bebê híbrido... é tão... inesperado, e se meu corpo não resistir? — disse Luna, com a voz trêmula.Victor colocou o braço em volta dela e disse:— Eu sei, Luna. Mas temos que encarar a realidade. E isso só torna ainda mais importante que voltemos. Você não é humana, e seu corpo certamente aguentará qualquer coisa! Vamos ter um pequeno vampiro lobisomem para nos proteger no Reino Dourado!— E se algo der terrivelmente errado? Não se esqueça de que meu filho não nascerá para a batalha, mas para o amor! — retrucou Luna, nervosa.Victor olhou nos olhos dela e disse:— Somos fortes, Luna. Juntos, podemos superar qualquer desafio e, claro, nosso bebê virá para completar a família e não para ser uma arma. Além disso, temos Kalleb para
Daniel ordenou que Luna fosse aprisionada na masmorra. Seu olhar frio e calculista observava enquanto os guardas conduziam Luna, inconsciente, com laços mágicos pelos corredores escuros do castelo.Luna despertou por um momento e resistiu, lutando com todas as suas forças contra os guardas, mas foi em vão. Ela sabia que não podia lutar contra o poder de seu próprio pai e foi arrastada para as profundezas da masmorra, onde as paredes eram forjadas com magia dos pergaminhos antigos do reino de Flora.— Papai, onde está Victor? Por que você me enganou assim? — gritou Luna.Enquanto os guardas a acorrentavam nas correntes frias e implacáveis, Luna parou de lutar e olhou para Daniel com olhos cheios de ódio e indignação:— Como você pode fazer isso, sangue do meu sangue?! — exclamou, com a voz trêmula, chamando a atenção dos outros guardas.Daniel apenas a observou com uma expressão impiedosa e respondeu:— Você não me deixou escolha, Luna. Seu maldito amor pelo meu inimigo colocou em risc
Kalleb estava no meio da confusão e interveio antes que a situação piorasse.— Chega de intriga, Victor, é realmente você? — Kalleb perguntou, tentando acalmar os ânimos.Mas Gabriel, estranhamente irônico, respondeu:— Você não ouviu o que ele disse, Kalleb? Claro que é ele, apenas um homem inseguro!As palavras de Gabriel atingiram Victor profundamente, aumentando ainda mais sua raiva. Seus punhos se cerraram com força, e seu olhar faiscou de indignação. No entanto, antes que pudesse dizer qualquer coisa em resposta, Kalleb interveio novamente, desta vez mais firmemente.— Não vamos resolver nada brigando — disse Kalleb, olhando seriamente para os dois. — Precisamos encontrar uma maneira de resolver nossas diferenças de forma civilizada. Venham comigo, vocês dois!Eles o seguiram até a sala mágica. Kalleb ergueu a mão em um gesto solene, canalizando sua energia mágica para lançar o feitiço chamado Veritas Revelare. Ele se concentrou na essência do Rei Victor, buscando penetrar além d
Daniel ordenou que avançassem; algumas pessoas feridas ficaram para trás e, finalmente, chegaram ao local designado. A caverna estava dentro de uma árvore gigante, torcida e macabra. Para convocar a bruxa, uma pessoa de coração frio tinha que assobiar para abrir a passagem.O rei de Flora assumiu a liderança, parecendo reviver os anos em que esteve lá. Ele assobiou, e o som ecoou pela floresta. Em segundos, um tronco de árvore abriu uma passagem e uma figura sinistra emergiu das sombras.Era a bruxa da floresta, uma criatura aterrorizante que surgiu da escuridão, arrastando-se com o peso de todos os feitiços malignos que havia lançado, uma parte dos quais permanecia com ela e que era sua punição. Seus sete olhos brilhavam na escuridão, fixos nos recém-chegados, e ela estava envolta em uma vestimenta feita de pele humana, um testemunho sombrio de suas más ações.Ela sorriu e disse:— Quem vem me ver?Os homens de Daniel recuaram e se entreolharam com medo da presença ameaçadora da bruxa
Naquela manhã, a Princesa Escarlate, agora completamente subjugada pela influência sombria do Rei Daniel, acordou em seu quarto no castelo de Flora. Seus pensamentos estavam confusos, obscurecidos por uma névoa que bloqueava suas memórias e sentimentos mais profundos.Ela se levantou da cama lentamente, sentindo um leve desconforto e náusea manifestando-se ao sentir o cheiro da comida preparada no castelo. Mas decidiu não mencionar nada às criadas que a serviam, guardando para si as estranhas sensações que a afligiam.Uma das criadas disse: — Sua Alteza, trouxemos seu café da manhã!Sem muita empolgação, ela respondeu:— Coloque a bandeja na mesa e me deixe em paz.Com temor, a criada respondeu:— Seu pai exigiu que você deixasse seu quarto e se encontrasse com ele e seus conselheiros no salão real.Luna não gostou da resposta, mas estava condicionada a fazer o que seu pai pedia. Enquanto se vestia com as roupas escolhidas pelas criadas, Luna tentou ignorar a sensação de vazio que a c