Luna estava sentada em seu quarto, sua mente cheia de pensamentos sobre o passado, e estar em sua antiga casa a fazia querer voltar ao passado para descobrir mais. Ela olhou para o retrato de sua infância ao lado de seu pai, Daniel, e começou a notar detalhes estranhos em suas memórias, incluindo a misteriosa porta.Luna pensou: — Papai sempre foi tão protetor com aquela porta dourada, mas por quê? O que ele está escondendo de mim que poderia acabar com nosso reino?Luna se levantou, olhou para Victor, que ainda estava dormindo, e caminhou pelos corredores do castelo até chegar ao quarto onde seu pai passava a maior parte do tempo por conta de sua doença.Ao entrar, Luna encontrou Daniel sentado em sua cama, folheando um livro antigo. Ele olhou para ela com o olhar surpreso de quem não a esperava tão cedo.Daniel perguntou: — Luna, minha querida filha. Por que veio tão cedo? Onde está Victor?Luna se aproximou e respondeu: — Pai, preciso falar com você sobre algo importa
Luna segurou a mão de Victor, sua expressão ainda atônita com o que acabaram de descobrir. Eles caminhavam pelo corredor do castelo de Flora, voltando ao quarto depois de um momento turbulento no jardim botânico.— Victor, ainda estou tentando processar tudo. Um bebê híbrido... é tão... inesperado, e se meu corpo não resistir? — disse Luna, com a voz trêmula.Victor colocou o braço em volta dela e disse:— Eu sei, Luna. Mas temos que encarar a realidade. E isso só torna ainda mais importante que voltemos. Você não é humana, e seu corpo certamente aguentará qualquer coisa! Vamos ter um pequeno vampiro lobisomem para nos proteger no Reino Dourado!— E se algo der terrivelmente errado? Não se esqueça de que meu filho não nascerá para a batalha, mas para o amor! — retrucou Luna, nervosa.Victor olhou nos olhos dela e disse:— Somos fortes, Luna. Juntos, podemos superar qualquer desafio e, claro, nosso bebê virá para completar a família e não para ser uma arma. Além disso, temos Kalleb para
Daniel ordenou que Luna fosse aprisionada na masmorra. Seu olhar frio e calculista observava enquanto os guardas conduziam Luna, inconsciente, com laços mágicos pelos corredores escuros do castelo.Luna despertou por um momento e resistiu, lutando com todas as suas forças contra os guardas, mas foi em vão. Ela sabia que não podia lutar contra o poder de seu próprio pai e foi arrastada para as profundezas da masmorra, onde as paredes eram forjadas com magia dos pergaminhos antigos do reino de Flora.— Papai, onde está Victor? Por que você me enganou assim? — gritou Luna.Enquanto os guardas a acorrentavam nas correntes frias e implacáveis, Luna parou de lutar e olhou para Daniel com olhos cheios de ódio e indignação:— Como você pode fazer isso, sangue do meu sangue?! — exclamou, com a voz trêmula, chamando a atenção dos outros guardas.Daniel apenas a observou com uma expressão impiedosa e respondeu:— Você não me deixou escolha, Luna. Seu maldito amor pelo meu inimigo colocou em risc
Kalleb estava no meio da confusão e interveio antes que a situação piorasse.— Chega de intriga, Victor, é realmente você? — Kalleb perguntou, tentando acalmar os ânimos.Mas Gabriel, estranhamente irônico, respondeu:— Você não ouviu o que ele disse, Kalleb? Claro que é ele, apenas um homem inseguro!As palavras de Gabriel atingiram Victor profundamente, aumentando ainda mais sua raiva. Seus punhos se cerraram com força, e seu olhar faiscou de indignação. No entanto, antes que pudesse dizer qualquer coisa em resposta, Kalleb interveio novamente, desta vez mais firmemente.— Não vamos resolver nada brigando — disse Kalleb, olhando seriamente para os dois. — Precisamos encontrar uma maneira de resolver nossas diferenças de forma civilizada. Venham comigo, vocês dois!Eles o seguiram até a sala mágica. Kalleb ergueu a mão em um gesto solene, canalizando sua energia mágica para lançar o feitiço chamado Veritas Revelare. Ele se concentrou na essência do Rei Victor, buscando penetrar além d
Daniel ordenou que avançassem; algumas pessoas feridas ficaram para trás e, finalmente, chegaram ao local designado. A caverna estava dentro de uma árvore gigante, torcida e macabra. Para convocar a bruxa, uma pessoa de coração frio tinha que assobiar para abrir a passagem.O rei de Flora assumiu a liderança, parecendo reviver os anos em que esteve lá. Ele assobiou, e o som ecoou pela floresta. Em segundos, um tronco de árvore abriu uma passagem e uma figura sinistra emergiu das sombras.Era a bruxa da floresta, uma criatura aterrorizante que surgiu da escuridão, arrastando-se com o peso de todos os feitiços malignos que havia lançado, uma parte dos quais permanecia com ela e que era sua punição. Seus sete olhos brilhavam na escuridão, fixos nos recém-chegados, e ela estava envolta em uma vestimenta feita de pele humana, um testemunho sombrio de suas más ações.Ela sorriu e disse:— Quem vem me ver?Os homens de Daniel recuaram e se entreolharam com medo da presença ameaçadora da bruxa
Naquela manhã, a Princesa Escarlate, agora completamente subjugada pela influência sombria do Rei Daniel, acordou em seu quarto no castelo de Flora. Seus pensamentos estavam confusos, obscurecidos por uma névoa que bloqueava suas memórias e sentimentos mais profundos.Ela se levantou da cama lentamente, sentindo um leve desconforto e náusea manifestando-se ao sentir o cheiro da comida preparada no castelo. Mas decidiu não mencionar nada às criadas que a serviam, guardando para si as estranhas sensações que a afligiam.Uma das criadas disse: — Sua Alteza, trouxemos seu café da manhã!Sem muita empolgação, ela respondeu:— Coloque a bandeja na mesa e me deixe em paz.Com temor, a criada respondeu:— Seu pai exigiu que você deixasse seu quarto e se encontrasse com ele e seus conselheiros no salão real.Luna não gostou da resposta, mas estava condicionada a fazer o que seu pai pedia. Enquanto se vestia com as roupas escolhidas pelas criadas, Luna tentou ignorar a sensação de vazio que a c
As tropas de Flora avançavam em direção ao Reino Dourado, encontraram um obstáculo inesperado: uma horda de criaturas selvagens bloqueava o caminho. Lobos, ursos e várias outras criaturas, todas com olhares brancos, prontos para a batalha, mostravam estar sob o comando de alguma magia. Eles aguardavam com sede de luta.Os soldados estavam prontos para atacar, mas Daniel levantou a mão, impedindo-os. Com um sorriso maligno, ele se virou para Luna, sua filha, e disse com força:— Luna, você pode controlar essas criaturas facilmente, não pode?Luna ficou sem palavras, sentindo o peso das expectativas do pai e a pressão da magia da bruxa que a controlava. Montando em seu cavalo, ela se aproximou das criaturas, com o coração acelerado pelo medo do que teria que fazer naquele momento. Encarando os olhos das criaturas, sentiu uma grande mistura de emoções.Um rugido ecoou pelo ar, forte e poderoso, emitido por Luna. O som foi tão intenso que todos taparam os ouvidos, e as criaturas, assustad
À medida que o caos da batalha se dissipava ao longe, Kalleb e Gabriel conduziam os sobreviventes do Reino Dourado para um lugar seguro no coração da floresta. Lá, entre as árvores densas, começaram a erguer cabanas de madeira para servir como abrigo temporário.Olhando para trás, eles viam os destroços do Reino Dourado, agora consumido pelas chamas da guerra. No entanto, apesar da tristeza e da perda, estavam gratos por estarem vivos. Cada cabana construída era um pequeno passo para reconstruir suas vidas, um símbolo de esperança em meio à devastação.Kalleb disse:— Precisamos dar esperança a essas pessoas, Gabriel.Gabriel se virou com uma expressão pensativa e respondeu:— Eu não sou o Victor, não sou um rei legítimo!— Mas você nasceu no Reino Dourado, tem amor por essas pessoas que estão sofrendo. Fale o que está em seu coração agora. — Kalleb o encorajou.Gabriel falou aos sobreviventes, prometendo fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para ajudar a reconstruir o reino em n