Daniel ordenou que avançassem; algumas pessoas feridas ficaram para trás e, finalmente, chegaram ao local designado. A caverna estava dentro de uma árvore gigante, torcida e macabra. Para convocar a bruxa, uma pessoa de coração frio tinha que assobiar para abrir a passagem.O rei de Flora assumiu a liderança, parecendo reviver os anos em que esteve lá. Ele assobiou, e o som ecoou pela floresta. Em segundos, um tronco de árvore abriu uma passagem e uma figura sinistra emergiu das sombras.Era a bruxa da floresta, uma criatura aterrorizante que surgiu da escuridão, arrastando-se com o peso de todos os feitiços malignos que havia lançado, uma parte dos quais permanecia com ela e que era sua punição. Seus sete olhos brilhavam na escuridão, fixos nos recém-chegados, e ela estava envolta em uma vestimenta feita de pele humana, um testemunho sombrio de suas más ações.Ela sorriu e disse:— Quem vem me ver?Os homens de Daniel recuaram e se entreolharam com medo da presença ameaçadora da bruxa
Naquela manhã, a Princesa Escarlate, agora completamente subjugada pela influência sombria do Rei Daniel, acordou em seu quarto no castelo de Flora. Seus pensamentos estavam confusos, obscurecidos por uma névoa que bloqueava suas memórias e sentimentos mais profundos.Ela se levantou da cama lentamente, sentindo um leve desconforto e náusea manifestando-se ao sentir o cheiro da comida preparada no castelo. Mas decidiu não mencionar nada às criadas que a serviam, guardando para si as estranhas sensações que a afligiam.Uma das criadas disse: — Sua Alteza, trouxemos seu café da manhã!Sem muita empolgação, ela respondeu:— Coloque a bandeja na mesa e me deixe em paz.Com temor, a criada respondeu:— Seu pai exigiu que você deixasse seu quarto e se encontrasse com ele e seus conselheiros no salão real.Luna não gostou da resposta, mas estava condicionada a fazer o que seu pai pedia. Enquanto se vestia com as roupas escolhidas pelas criadas, Luna tentou ignorar a sensação de vazio que a c
As tropas de Flora avançavam em direção ao Reino Dourado, encontraram um obstáculo inesperado: uma horda de criaturas selvagens bloqueava o caminho. Lobos, ursos e várias outras criaturas, todas com olhares brancos, prontos para a batalha, mostravam estar sob o comando de alguma magia. Eles aguardavam com sede de luta.Os soldados estavam prontos para atacar, mas Daniel levantou a mão, impedindo-os. Com um sorriso maligno, ele se virou para Luna, sua filha, e disse com força:— Luna, você pode controlar essas criaturas facilmente, não pode?Luna ficou sem palavras, sentindo o peso das expectativas do pai e a pressão da magia da bruxa que a controlava. Montando em seu cavalo, ela se aproximou das criaturas, com o coração acelerado pelo medo do que teria que fazer naquele momento. Encarando os olhos das criaturas, sentiu uma grande mistura de emoções.Um rugido ecoou pelo ar, forte e poderoso, emitido por Luna. O som foi tão intenso que todos taparam os ouvidos, e as criaturas, assustad
À medida que o caos da batalha se dissipava ao longe, Kalleb e Gabriel conduziam os sobreviventes do Reino Dourado para um lugar seguro no coração da floresta. Lá, entre as árvores densas, começaram a erguer cabanas de madeira para servir como abrigo temporário.Olhando para trás, eles viam os destroços do Reino Dourado, agora consumido pelas chamas da guerra. No entanto, apesar da tristeza e da perda, estavam gratos por estarem vivos. Cada cabana construída era um pequeno passo para reconstruir suas vidas, um símbolo de esperança em meio à devastação.Kalleb disse:— Precisamos dar esperança a essas pessoas, Gabriel.Gabriel se virou com uma expressão pensativa e respondeu:— Eu não sou o Victor, não sou um rei legítimo!— Mas você nasceu no Reino Dourado, tem amor por essas pessoas que estão sofrendo. Fale o que está em seu coração agora. — Kalleb o encorajou.Gabriel falou aos sobreviventes, prometendo fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para ajudar a reconstruir o reino em n
Daniel estava preso dentro de seus pensamentos sombrios quando o som de passos interrompeu sua contemplação. Seu fiel súdito, um homem com um rosto sério e olhos atentos, se aproximou e disse:— Sua Alteza, precisamos ficar em alerta; o povo do Reino Dourado, mesmo ferido, pretende lutar e fugir de seu domínio. Eu os vi tramando agora há pouco.Daniel ergueu as sobrancelhas com um sorriso de superioridade e respondeu:— Esses idiotas não podem fazer nada contra nós; prenda-os na masmorra, todos aqueles que se recusarem a me servir!Seu conselheiro acenou com a cabeça, levando a sério as ordens do rei. Ele sabia que a estabilidade do seu reinado dependia da repressão rápida e eficaz de qualquer ameaça à sua autoridade.Enquanto os guardas eram mobilizados para garantir a segurança do castelo e sufocar qualquer tentativa de revolta, Daniel sentiu uma pontada de inquietação. Por mais confiante que estivesse em sua posição de poder, uma voz sussurrante em sua mente o alertava sobre a frag
Enquanto Luna dormia na caverna, ela foi envolvida por um sonho vívido que a transportou de volta ao momento em que conheceu Victor no meio da densa floresta. Os flashes de memória eram tão reais que ela podia sentir o cheiro da pele dele quando ele se aproximou dela na floresta, o calor do sol filtrado pelas folhas das árvores e a sensação de estar em casa quando ele segurou sua mão e a puxou para fora da armadilha.Cada detalhe do encontro parecia cristalino em sua mente, como se a magia que tentava apagar suas memórias estivesse momentaneamente enfraquecida ou não entrasse em seus sonhos. Ela viu familiaridade nos olhos de Victor, ouviu sua voz tranquilizadora e sentiu o verdadeiro amor em seus olhos quando ele olhou para ela.Mas, como em todos os sonhos, esse momento fugaz logo se desvaneceu quando ela acordou. O sol já havia nascido, lançando raios dourados sobre a entrada da caverna. Luna piscou os olhos, tentando se agarrar aos fragmentos do sonho antes que eles desaparecessem
Luna e Victor tinham tudo o que precisavam graças à casa de madeira que encontraram no meio da floresta, mas ainda lhes faltava uma coisa: água.Victor se aproximou e disse:— Fiquem aqui, vou verificar a área e trazer água para vocês.— Eu vou com você, precisamos de um banho! — respondeu ela.Ele assentiu, e eles decidiram explorar as colinas ao redor em busca de um rio. Então, deixaram a casa de madeira e amarraram seus cavalos perto da casa. Enquanto caminhavam pelas colinas, afastando-se um pouco mais da casa, foram atraídos por uma visão: uma clareira cercada por ruínas antigas e um lago brilhante à distância.Luna disse:— Parece que tudo neste lugar conspira a nosso favor.Sem vergonha, ela começou a tirar o vestido para se banhar nas águas claras daquele lago, mas foram surpreendidos pelo ataque repentino de raposas selvagens, que emergiram das sombras da floresta para proteger seu território.Victor estava sem sua espada naquele momento, mas se abaixou e pegou um grande ga
Com o passar da tarde e a aproximação de uma grande tempestade, Luna sentiu uma inquietação crescer em seu peito. Ela observava Victor limpar cuidadosamente sua espada grande, mas a tensão no ar a deixava agitada.Quando um trovão ecoou lá fora, Luna imediatamente pensou no pior. Ela temia que Daniel tivesse encontrado o esconderijo deles na floresta e estivesse se aproximando para capturá-los. Com terror em seus olhos, ela se virou para o rei e disse:— Esconda-se, Victor. Se fosse meu pai, eu poderia lidar com ele sozinha.Mas Victor, olhando pela janela e observando a enorme tempestade que se formava, sabia que não era hora para confrontos. Ele se aproximou de Luna e a acalmou, alisando sua capa e tentando acalmar sua ansiedade:— Fique calma, minha linda. Essa tempestade deve ser nossa aliada. Ela pode dificultar a entrada das tropas de Daniel na floresta novamente.Apesar das palavras tranquilizadoras de Victor, Luna ainda estava perturbada pela tensão no ar. Victor voltou ao seu