Eugênia e os outros cuidavam do padre ferido em sua casa paroquial. Jane estava tratando do ferimento no braço do padre, que reclamava de dor. Eugênia segurava sua filha, Linda, nos braços.— Vai doer um pouquinho mais, padre, vou extrair a bala! — Jane disse, segurando uma pinça e retirou cuidadosamente o projétil do ferimento.O padre expressou alívio:— Você tem mãos de anjo! Esperava que a dor fosse pior.Jane continuou a cuidar do ferimento, tranquilizando-o:— Felizmente o senhor não teve nada de mais. Ficará com o braço imobilizado por alguns dias até se recuperar. Mas logo estará tocando os sinos da igreja novamente!Enquanto isso, Daniel e alguns meninos observavam escondidos, e Eugênia os surpreendeu debaixo da mesa.— Peguei vocês! O que fazem aqui? — Perguntou.Daniel explicou:— Eles queriam ver o sangue, eu disse a eles que não é nada de mais. Já vi minha vó matar animais e comer... tinha muito mais sangue do que isso.Assim que Daniel proferiu aquelas palavras, Eugênia
Jonas não sabia ao certo o motivo pelo qual Lucas queria falar com ele, mas havia ido atendendo ao pedido de Sônia, a quem sempre respeitara. Assim que Gustave o conduziu até a cela de Lucas, este abriu um grande sorriso.— Não entendo a sua alegria em estar preso — Jonas ironizou.Lucas, ainda sorrindo, respondeu:— Na verdade, fico feliz em ver que você foi um dos poucos ratos que não me viraram as costas!Jonas, impaciente, acelerou a conversa:— Diga o que quer, preciso voltar para o meu trabalho.Lucas explicou calmamente:— Quero que me ajude a sair daqui!Jonas questionou:— O que eu ganharia com isso?Lucas, com um olhar determinado, segurou nas grades da cela e disse:— Eugênia!Jonas refutou:— Impossível, está feliz com Lion e a filha.Lucas tentou convencê-lo:— Nada que não possa ser mudado. Basta que me tire daqui, e eu o tirarei do caminho dela para sempre.A proposta de Lucas intrigou Jonas e ele a queria... sabia que tiraria a menina dos braços dela, pois não queria c
Eugênia correu atrás de sua mãe quando a viu vomitando, e não havia mais dúvidas de que ela estava grávida. Preocupada, ela sugeriu:— Vai ter que contar para o meu pai!Sua mãe, ainda abalada, respondeu:— Esse filho é de Anthony, não menstruo há dois meses... o que Lucas fez comigo, completou um. Mas se eu disser, ele não vai acreditar em mim... vou recomeçar nossa história de sofrimento de toda uma vida! De novo, ele vai se sentir criando um filho que não é dele!Eugênia tentou acalmar sua mãe:— Não vai, mãe, não pense assim. Diga a ele que vai lhe dar um filho, não pense no depois!— Por que Deus não permite que eu seja feliz com ele, Eugênia? Achei que desta vez seríamos completos. — Lamentou Elizabeth.Eugênia tentou reconfortá-la:— E vocês são, os dois se amam, e a senhora descobriu bem a tempo o que sempre sentiu por ele. Não será essa tragédia que mudará as coisas entre vocês!Sua mãe continuou abatida:— Grávida... de novo!Eugênia tentou animá-la:— Isso é bom, temos a ob
Eugênia observava Lion dando banho em Linda, maravilhada com a delicadeza e habilidade dele com a pequena. Às vezes, ela se perdia em pensamentos, refletindo sobre como suas vidas teriam sido diferentes se os eventos não tivessem ocorrido da maneira que aconteceram.— Tantas crianças a caminho, acho que só falta que Sue ou Dana deem filhos para Walter. Fiquei triste em saber que Walter saiu de casa! — Lion comentou enquanto colocava Linda na cama, e Eugênia já estava pronta com a roupa da criança.Eugênia suspirou e respondeu:— O padre não reconhece os três como uma família; eles nem podem chegar juntos à missa. E sobre Félix, acho que toda essa guerra mexeu com a mente dele... quem sabe com o tempo ele volte a ser quem era.Ela vestiu a pequena Linda, e Lion a beijou no ombro, demonstrando seu apoio.— Se os três estão felizes juntos, não acho que o padre deveria tratá-los assim.— Também penso assim, Lion. É outra situação que desejo que se resolva com o passar dos dias. — Concordo
Anthony chamou Lion para uma conversa séria na sala de reuniões com os outros conselheiros. Eles se entreolharam, aguardando respostas para a situação crítica que estavam enfrentando.— A colheita já era, estamos quase sem recursos. — Anthony anunciou, deixando Lion surpreso com a notícia.— Ainda temos o rio e podemos tentar plantar milho. — Gustave sugeriu.— Infelizmente não mais, as poucas sementes que tínhamos se perderam. Os insumos foram utilizados muito rapidamente com a chegada de mais pessoas à cidade. Os animais como porcos, galinhas e as poucas vacas... nem terão tempo de se reproduzirem a tempo de servir como alimentos para tantos. — Anthony lamentou a situação, parecendo arrependido por suas decisões anteriores. — Nos reunimos aqui para encontrar soluções. O que podemos fazer?— Thor tem uma sugestão, acho que precisamos ouvi-lo. — Allan sugeriu, Thor estava em silêncio o tempo todo. A raiva que sentia de Anthony não poderia os prejudicar, são muitas famílias que dependi
O frio intenso que estava chegando também tornaria a jornada deles difícil e dura, ainda preciso ressaltar a dificuldade de convivência que Thor e Anthony têm. Olho para tia Elizabeth, percebo que ela tem muito mais motivos para ficar apreensiva do que eu, ainda assim mesmo que por fora, ela mantém o controle… ou essa calma vem da fé que existe dentro dela. Eugênia também parecia tranquila, claro, não era o marido dela que iria para tão longe correndo o risco de nunca mais voltar para nós.Antes de partir, Anthony decidiu deixar Elizabeth e sua filha protegidas na cidade, garantindo a segurança delas em sua ausência. Ele havia guardado a arma que antes pertencera a Lucas, aquela que fora usada no dia da confusão na igreja quando o padre fora atingido. A ideia era que, caso algo acontecesse na cidade durante a sua viagem, Elizabeth e a filha estariam amparadas. No entanto, ao procurar a arma nos lugares indicados por Lion, como a sua sala e o cofre onde as riquezas costumavam ser guard
Os sinos tocavam inesperadamente, despertando Elizabeth. Ela se questionou se a besta estaria atacando à luz do dia. Rapidamente, ela dirigiu-se ao quarto de Eugênia, onde Lion e a jovem já estavam se preparando para descobrir o motivo da convocação do padre.A surpresa veio quando viram Lucas livre. Elizabeth não pôde acreditar que Gustave o tivesse libertado. Eugênia a abraçou e Lucas os notou, declarando seu domínio:— Esta cidade agora está sob o meu comando. Qualquer um que se recusar a obedecer sofrerá as consequências!Após as palavras de Lucas, Elizabeth imaginou que alguém poderia intervir e se recusar a aceitar suas ordens. No entanto, os homens que vieram com ele logo concordaram com sua liderança, o que deixou todos apreensivos.Lucas ordenou:— Ajoelhem-se!Os moradores se entreolharam, com a arma de Lucas causando temor. Um por um, eles foram se ajoelhando, até mesmo o padre, forçado pelo medo. Elizabeth segurou a mão de Eugênia, insistindo para que ela se ajoelhasse, ma
Anthony procurou por horas uma saída, mas tudo o que encontrou naquele lugar era um buraco com água turva. A falta de clareza sobre o destino os deixava apreensivos, e ele receava propor a Thor o que estava pensando.— Não vamos sair daqui, infelizmente não posso mentir para você, filho. — Anthony tentou ser realista.Thor, desanimado, fez uma pergunta angustiante:— O que diria a minha mãe, se pudesse falar com ela agora pela última vez?Anthony respondeu com carinho:— Diria que a amo demais e que ela me deu os maiores presentes que um homem pode ter nesta vida. Não vamos nos entregar. Há uma passagem, mas teríamos que ficar submersos nessa água escura e não sabemos se há uma saída.— Já não há uma saída, pai, precisamos tentar. — Thor decidiu enfrentar o desafio com coragem.— Juntos até o fim!— Até o fim. — Eles compartilharam um momento de determinação.Anthony entrou primeiro, posicionando-se com as duas mãos ao redor do buraco, sentindo a água fria e incerta. Thor seguiu após