Eugênia observava Lion dando banho em Linda, maravilhada com a delicadeza e habilidade dele com a pequena. Às vezes, ela se perdia em pensamentos, refletindo sobre como suas vidas teriam sido diferentes se os eventos não tivessem ocorrido da maneira que aconteceram.— Tantas crianças a caminho, acho que só falta que Sue ou Dana deem filhos para Walter. Fiquei triste em saber que Walter saiu de casa! — Lion comentou enquanto colocava Linda na cama, e Eugênia já estava pronta com a roupa da criança.Eugênia suspirou e respondeu:— O padre não reconhece os três como uma família; eles nem podem chegar juntos à missa. E sobre Félix, acho que toda essa guerra mexeu com a mente dele... quem sabe com o tempo ele volte a ser quem era.Ela vestiu a pequena Linda, e Lion a beijou no ombro, demonstrando seu apoio.— Se os três estão felizes juntos, não acho que o padre deveria tratá-los assim.— Também penso assim, Lion. É outra situação que desejo que se resolva com o passar dos dias. — Concordo
Anthony chamou Lion para uma conversa séria na sala de reuniões com os outros conselheiros. Eles se entreolharam, aguardando respostas para a situação crítica que estavam enfrentando.— A colheita já era, estamos quase sem recursos. — Anthony anunciou, deixando Lion surpreso com a notícia.— Ainda temos o rio e podemos tentar plantar milho. — Gustave sugeriu.— Infelizmente não mais, as poucas sementes que tínhamos se perderam. Os insumos foram utilizados muito rapidamente com a chegada de mais pessoas à cidade. Os animais como porcos, galinhas e as poucas vacas... nem terão tempo de se reproduzirem a tempo de servir como alimentos para tantos. — Anthony lamentou a situação, parecendo arrependido por suas decisões anteriores. — Nos reunimos aqui para encontrar soluções. O que podemos fazer?— Thor tem uma sugestão, acho que precisamos ouvi-lo. — Allan sugeriu, Thor estava em silêncio o tempo todo. A raiva que sentia de Anthony não poderia os prejudicar, são muitas famílias que dependi
O frio intenso que estava chegando também tornaria a jornada deles difícil e dura, ainda preciso ressaltar a dificuldade de convivência que Thor e Anthony têm. Olho para tia Elizabeth, percebo que ela tem muito mais motivos para ficar apreensiva do que eu, ainda assim mesmo que por fora, ela mantém o controle… ou essa calma vem da fé que existe dentro dela. Eugênia também parecia tranquila, claro, não era o marido dela que iria para tão longe correndo o risco de nunca mais voltar para nós.Antes de partir, Anthony decidiu deixar Elizabeth e sua filha protegidas na cidade, garantindo a segurança delas em sua ausência. Ele havia guardado a arma que antes pertencera a Lucas, aquela que fora usada no dia da confusão na igreja quando o padre fora atingido. A ideia era que, caso algo acontecesse na cidade durante a sua viagem, Elizabeth e a filha estariam amparadas. No entanto, ao procurar a arma nos lugares indicados por Lion, como a sua sala e o cofre onde as riquezas costumavam ser guard
Os sinos tocavam inesperadamente, despertando Elizabeth. Ela se questionou se a besta estaria atacando à luz do dia. Rapidamente, ela dirigiu-se ao quarto de Eugênia, onde Lion e a jovem já estavam se preparando para descobrir o motivo da convocação do padre.A surpresa veio quando viram Lucas livre. Elizabeth não pôde acreditar que Gustave o tivesse libertado. Eugênia a abraçou e Lucas os notou, declarando seu domínio:— Esta cidade agora está sob o meu comando. Qualquer um que se recusar a obedecer sofrerá as consequências!Após as palavras de Lucas, Elizabeth imaginou que alguém poderia intervir e se recusar a aceitar suas ordens. No entanto, os homens que vieram com ele logo concordaram com sua liderança, o que deixou todos apreensivos.Lucas ordenou:— Ajoelhem-se!Os moradores se entreolharam, com a arma de Lucas causando temor. Um por um, eles foram se ajoelhando, até mesmo o padre, forçado pelo medo. Elizabeth segurou a mão de Eugênia, insistindo para que ela se ajoelhasse, ma
Anthony procurou por horas uma saída, mas tudo o que encontrou naquele lugar era um buraco com água turva. A falta de clareza sobre o destino os deixava apreensivos, e ele receava propor a Thor o que estava pensando.— Não vamos sair daqui, infelizmente não posso mentir para você, filho. — Anthony tentou ser realista.Thor, desanimado, fez uma pergunta angustiante:— O que diria a minha mãe, se pudesse falar com ela agora pela última vez?Anthony respondeu com carinho:— Diria que a amo demais e que ela me deu os maiores presentes que um homem pode ter nesta vida. Não vamos nos entregar. Há uma passagem, mas teríamos que ficar submersos nessa água escura e não sabemos se há uma saída.— Já não há uma saída, pai, precisamos tentar. — Thor decidiu enfrentar o desafio com coragem.— Juntos até o fim!— Até o fim. — Eles compartilharam um momento de determinação.Anthony entrou primeiro, posicionando-se com as duas mãos ao redor do buraco, sentindo a água fria e incerta. Thor seguiu após
Van Marx conduziu Sônia até a igreja, sabendo que ela estava em busca de conforto em meio à situação caótica causada pelo comportamento de Lucas.— Ele está com Elizabeth, padre. Tenho consciência de que nutre um desejo por ela desde que chegamos aqui e a fez de refém.O padre, compreendendo a complexidade da situação, respondeu com empatia:— Lucas tem uma necessidade assustadora de ser ouvido, no fundo, ele é uma alma infeliz. Não sofra mais, Sônia, e nem odeie Elizabeth. Ela está sofrendo também, e todos precisamos nos unir para derrotar a tirania dele.Sônia desabafou:— Apesar de tudo, ainda o amo. Toda a vida ele me impediu de engravidar, agora está apaixonado por uma mulher grávida de outro…O padre refletiu por um momento e ofereceu suas palavras de consolo:— A vida tem seu jeito de cobrar as coisas. Vá para casa e lembre-se de que, sempre que precisar, a casa de Deus estará aqui, e este padre cheio de erros e pecados estará de braços abertos para te receber, Sônia.[...]Sue
Jonas passou a noite nas ruínas da cidade abandonada. Ele caminhou de volta e precisava encontrar um dos cavalos. Não seria muito difícil, pois Jonas não havia mentido sobre os cavalos ficarem por perto de onde havia comida. O frio estava tornando as gramíneas mais secas ao redor daquele vale.— Eles devem estar por aqui! — Murmurou Jonas consigo mesmo.Ele continuou sua busca, tentando espantar alguns roedores para comer. Jonas tentou sufocá-los com a fumaça que fez com uma tocha, mas as tocas estavam vazias e a fome persistia. Sem alimento à vista, ele continuou procurando pelos cavalos e acabou se deparando com um enorme lince. Lucas, seu mentor, sempre o orientara a não mover um músculo ao ficar frente a frente com uma fera. O lince se aproximou, e o coração de Jonas disparou, a boca secou.Ele já havia sido uma fera como o lince, e talvez algo primitivo ainda permanecesse nele. O lince mostrou suas presas, seu ventre parecia maior do que o normal, era uma fêmea defendendo seu ter
Lucas bebia descontroladamente, Elizabeth o estimulava a fazer isso cada vez mais. Lion e Gustave não suportariam mais seguir naquela prisão e mesmo que custasse sua vida, ela iria tentar.— Voltem todos para suas casas, a festa acabou. O miserável comedor de tripas está à solta… saiba que eu ainda hei de te queimar no meio da praça! — Lucas gritava totalmente embriagado.— Façam o que ele disse, é melhor todos voltarem para casa e ficarem seguros.Lentamente os arredores da fogueira foram ficando vazios, Elizabeth pediu a um dos súditos que levassem Lucas para dentro do castelo e o deitassem em sua cama.Elizabeth não entendia a maioria das palavras que ele dizia enquanto ele estava deitado naquela cama. Ela se aproximou dele, e ele a puxou para um beijo, seu hálito de álcool causando náuseas. Elizabeth tentou tirar suas roupas e pegar seu colar, fazendo um esforço para conseguir. Apesar de sua embriaguez, ele não recusou seu toque.No entanto, ele não conseguia ter uma ereção, o que