O frio intenso que estava chegando também tornaria a jornada deles difícil e dura, ainda preciso ressaltar a dificuldade de convivência que Thor e Anthony têm. Olho para tia Elizabeth, percebo que ela tem muito mais motivos para ficar apreensiva do que eu, ainda assim mesmo que por fora, ela mantém o controle… ou essa calma vem da fé que existe dentro dela. Eugênia também parecia tranquila, claro, não era o marido dela que iria para tão longe correndo o risco de nunca mais voltar para nós.Antes de partir, Anthony decidiu deixar Elizabeth e sua filha protegidas na cidade, garantindo a segurança delas em sua ausência. Ele havia guardado a arma que antes pertencera a Lucas, aquela que fora usada no dia da confusão na igreja quando o padre fora atingido. A ideia era que, caso algo acontecesse na cidade durante a sua viagem, Elizabeth e a filha estariam amparadas. No entanto, ao procurar a arma nos lugares indicados por Lion, como a sua sala e o cofre onde as riquezas costumavam ser guard
Os sinos tocavam inesperadamente, despertando Elizabeth. Ela se questionou se a besta estaria atacando à luz do dia. Rapidamente, ela dirigiu-se ao quarto de Eugênia, onde Lion e a jovem já estavam se preparando para descobrir o motivo da convocação do padre.A surpresa veio quando viram Lucas livre. Elizabeth não pôde acreditar que Gustave o tivesse libertado. Eugênia a abraçou e Lucas os notou, declarando seu domínio:— Esta cidade agora está sob o meu comando. Qualquer um que se recusar a obedecer sofrerá as consequências!Após as palavras de Lucas, Elizabeth imaginou que alguém poderia intervir e se recusar a aceitar suas ordens. No entanto, os homens que vieram com ele logo concordaram com sua liderança, o que deixou todos apreensivos.Lucas ordenou:— Ajoelhem-se!Os moradores se entreolharam, com a arma de Lucas causando temor. Um por um, eles foram se ajoelhando, até mesmo o padre, forçado pelo medo. Elizabeth segurou a mão de Eugênia, insistindo para que ela se ajoelhasse, ma
Anthony procurou por horas uma saída, mas tudo o que encontrou naquele lugar era um buraco com água turva. A falta de clareza sobre o destino os deixava apreensivos, e ele receava propor a Thor o que estava pensando.— Não vamos sair daqui, infelizmente não posso mentir para você, filho. — Anthony tentou ser realista.Thor, desanimado, fez uma pergunta angustiante:— O que diria a minha mãe, se pudesse falar com ela agora pela última vez?Anthony respondeu com carinho:— Diria que a amo demais e que ela me deu os maiores presentes que um homem pode ter nesta vida. Não vamos nos entregar. Há uma passagem, mas teríamos que ficar submersos nessa água escura e não sabemos se há uma saída.— Já não há uma saída, pai, precisamos tentar. — Thor decidiu enfrentar o desafio com coragem.— Juntos até o fim!— Até o fim. — Eles compartilharam um momento de determinação.Anthony entrou primeiro, posicionando-se com as duas mãos ao redor do buraco, sentindo a água fria e incerta. Thor seguiu após
Van Marx conduziu Sônia até a igreja, sabendo que ela estava em busca de conforto em meio à situação caótica causada pelo comportamento de Lucas.— Ele está com Elizabeth, padre. Tenho consciência de que nutre um desejo por ela desde que chegamos aqui e a fez de refém.O padre, compreendendo a complexidade da situação, respondeu com empatia:— Lucas tem uma necessidade assustadora de ser ouvido, no fundo, ele é uma alma infeliz. Não sofra mais, Sônia, e nem odeie Elizabeth. Ela está sofrendo também, e todos precisamos nos unir para derrotar a tirania dele.Sônia desabafou:— Apesar de tudo, ainda o amo. Toda a vida ele me impediu de engravidar, agora está apaixonado por uma mulher grávida de outro…O padre refletiu por um momento e ofereceu suas palavras de consolo:— A vida tem seu jeito de cobrar as coisas. Vá para casa e lembre-se de que, sempre que precisar, a casa de Deus estará aqui, e este padre cheio de erros e pecados estará de braços abertos para te receber, Sônia.[...]Sue
Jonas passou a noite nas ruínas da cidade abandonada. Ele caminhou de volta e precisava encontrar um dos cavalos. Não seria muito difícil, pois Jonas não havia mentido sobre os cavalos ficarem por perto de onde havia comida. O frio estava tornando as gramíneas mais secas ao redor daquele vale.— Eles devem estar por aqui! — Murmurou Jonas consigo mesmo.Ele continuou sua busca, tentando espantar alguns roedores para comer. Jonas tentou sufocá-los com a fumaça que fez com uma tocha, mas as tocas estavam vazias e a fome persistia. Sem alimento à vista, ele continuou procurando pelos cavalos e acabou se deparando com um enorme lince. Lucas, seu mentor, sempre o orientara a não mover um músculo ao ficar frente a frente com uma fera. O lince se aproximou, e o coração de Jonas disparou, a boca secou.Ele já havia sido uma fera como o lince, e talvez algo primitivo ainda permanecesse nele. O lince mostrou suas presas, seu ventre parecia maior do que o normal, era uma fêmea defendendo seu ter
Lucas bebia descontroladamente, Elizabeth o estimulava a fazer isso cada vez mais. Lion e Gustave não suportariam mais seguir naquela prisão e mesmo que custasse sua vida, ela iria tentar.— Voltem todos para suas casas, a festa acabou. O miserável comedor de tripas está à solta… saiba que eu ainda hei de te queimar no meio da praça! — Lucas gritava totalmente embriagado.— Façam o que ele disse, é melhor todos voltarem para casa e ficarem seguros.Lentamente os arredores da fogueira foram ficando vazios, Elizabeth pediu a um dos súditos que levassem Lucas para dentro do castelo e o deitassem em sua cama.Elizabeth não entendia a maioria das palavras que ele dizia enquanto ele estava deitado naquela cama. Ela se aproximou dele, e ele a puxou para um beijo, seu hálito de álcool causando náuseas. Elizabeth tentou tirar suas roupas e pegar seu colar, fazendo um esforço para conseguir. Apesar de sua embriaguez, ele não recusou seu toque.No entanto, ele não conseguia ter uma ereção, o que
Elizabeth estava cercada pela multidão, composta por Eugênia, Gustave, Thor, Jane e outros, todos reunidos para testemunhar o desenlace de suas vidas.— Ao menos me dê um último beijo, nada mais pode ser feito para desfazer o laço que nos une, Lucas. — Elizabeth pegou a mão dele e a levou até o seu ventre, com uma expressão resignada.Lucas, aflito, questionou:— Esse filho... é meu, Lizzi?Em um movimento rápido e desesperado, Elizabeth retirou um pedaço de espelho que havia guardado, ciente de que essa ação poderia salvar sua vida ou, pelo menos, pôr fim àquela situação. Ela cravou o pedaço de espelho no olho direito de Lucas, que soltou um grito de dor. Os dois perderam o equilíbrio, e antes que caíssem, Anthony segurou o pulso de Elizabeth, enquanto Lucas estava agarrado ao corpo dela, tremendo devido à intensa força que fazia para não caírem.Anthony, determinado, ordenou:— Solte-a, maldito!Lucas sussurrou com dor, seu olho sangrando:— Nunca! Terá que soltar nós dois, soltará
Felizmente, as coisas para Sofie pareciam estar indo bem. Ela fazia força, segurando-se firme na cabeceira da cama. Thor segurava sua mão direita e eu limpava seu suor e orava. Jane estava entre as pernas dela e preparada para trazer mais uma vida ao mundo... De repente, Sofie gritou forte e fez mais força, logo ouvimos o choro do bebê.Um alívio indescritível tomou conta do corpo de Sofie após aquela dor tão imensa. Ela ouviu o choro do seu filho e respirou fundo, perguntando:— É um menino? — Perguntou Sofie.Jane respondeu, entregando-o para Elizabeth, que esperava com um pano para cobri-lo.— Sim, Sofie, é um menino pequeno, mas muito saudável.Sofie gritou novamente, sentindo outra onda de dor.— Ai, Deus, a dor mais uma vez!Ela foi obrigada a fazer mais força.— São dois? — Thor perguntou, mas a dor foi tão intensa que Sofie mal pôde ouvir.Jane amparou mais um bebê. Sofie sentiu que Deus os premiou duas vezes.Era outro menino, mas diferente do primeiro... ele não chorava. Jan