Eugênia estava envolvida na restauração do castelo, tornando-o habitável novamente. Os corpos dos falecidos foram sepultados do lado de fora da nova moradia, em uma vala que se transformou em uma grande fogueira, onde toda a maldade e dor foram consumidas pelas chamas. O padre Van Marx celebrou uma missa e todos recitaram orações, apesar do desagradável cheiro no ar, acreditavam que aquilo traria algum conforto às almas que partiram.Seu pai subiu a um púlpito e proclamou as regras que haviam sido elaboradas em conjunto com os conselheiros, conhecidos como os Quatro Pilares do Novo Paraíso: Lion, Thor, Allan e Gustave.— "Os cidadãos que violarem as leis serão aprisionados na antiga masmorra, que agora se transforma em uma prisão. Crimes como assassinato, estupro e tortura serão punidos de maneira rigorosa pelo conselho de residentes. O toque de recolher foi abolido, mas todos devem estar cientes dos perigos que esta terra selvagem apresenta, com animais ferozes à espreita. Os homens
Lion conduziu os forasteiros para uma conversa no interior do castelo, embora a maneira como foram interceptados não tenha sido a melhor das boas-vindas.— O que procuram aqui na cidade? — Ele questionou.— Primeiro de tudo, saber se realmente a maldição cessou. — Respondeu prontamente o líder dos forasteiros, Lucas.Anthony percebeu que Lucas não havia se apresentado e pediu:— Ainda não nos disse seu nome.— Sou Lucas, líder do meu povo e falo por todos eles! — Respondeu o forasteiro.O padre, tentando amenizar a situação, interveio:— Prazer em conhecê-lo, espero que se sintam acolhidos aqui em nossa cidade.No entanto, Lion trouxe a realidade das coisas:— Na verdade, não conhecemos sobre suas intenções e nem sabemos se podemos confiar em vocês!Lucas, sem medo, se colocou em frente a Lion:— Achei que iria tratar disso com humanos.Lion reforçou sua afirmação:— E é isso o que está fazendo, eu sou como você, Lucas, mesmo que não aceite ou que não queira acreditar.Thor, para resp
Jane, aliviada por ter deixado para trás os tempos de luta e incerteza, viu seu filho Daniel, ainda sofrendo pela perda de Zúria, aprender a seguir em frente. Agora cercada por ainda mais crianças, ela estava confiante de que poderia oferecer a ele uma vida feliz. Suas visões e sonhos premonitórios haviam cessado, e ela abraçava a tranquilidade e a esperança que isso trazia.Seu filho, Daniel, aproximou-se dela com um presente: um pingente que parecia ser de ouro, mais um vestígio da luta que travaram. Jane beijou sua mão pequena e o levou para a cama. A ausência de Zúria havia tornado Daniel mais carente, mas ele encontrava amor e carinho em seus braços. Jane sabia que o amor nunca mais faltaria na vida de seu filho enquanto ela e Gustave estivessem por perto.Depois de cobrirem Daniel e o desejarem boa noite, Jane e Gustave deixaram o quarto. Gustave a tranquilizou sobre a felicidade de Daniel.— Ele está feliz, nunca duvide disso, Jane. Nossos sacrifícios e tantos anos de sofriment
Sofie sentiu um misto de emoções enquanto ela e Thor se afastavam das dependências do Novo Paraíso em busca de uma imagem esquecida. O padre Van Marx tinha insistido que eles a recuperassem, e os dois partiram a cavalo, embora Thor conduzisse o animal com cuidado devido à gravidez de Sofie. Ela estava inquieta, constantemente com a sensação de que estavam sendo observados.— Você parece tão inquieta! — Thor observou.Sofie suspirou e respondeu: — Me desculpe, Thor, é que sinto uma impressão estranha. Como se alguém estivesse nos vigiando.— Fique tranquila, estamos apenas nós dois.Chegaram à antiga vila e desceram dos cavalos. Thor amarrou o cavalo a uma árvore, enquanto Sofie olhava ao redor, relembrando as memórias de tristeza e perda que aquele lugar evocava. Mas também havia felicidade ali, e ela sorriu ao pensar nisso. Enquanto Thor entrava na cabana que um dia fora sua, Sofie dirigiu-se à igreja.Dentro da igreja, o silêncio era quase palpável, como se o tempo tivesse parado al
A partir de agora, Lucas precisava manter uma vigilância constante no caso de Elizabeth não se calar. Para ele, aquela mulher incrivelmente deliciosa era uma preferência por mulheres mais maduras. O cheiro e o toque do corpo dela ainda estavam impressos em sua memória.— Matarei Anthony, talvez Lion também se atravessar o meu caminho. Fico com Elizabeth e o domínio dessa cidade![...]Eugênia viu sua mãe correr subindo as escadas do castelo.— Mamãe? Aconteceu alguma coisa?— Nada filha, só estou um pouco cansada e vou me deitar. — Ela respondeu de costas para a filha.— Papai já chegou e está lá em cima também.Elizabeth queria ficar sozinha para se lavar e chorar um pouco mais, mas ao entrar no quarto, ele estava lá a esperando...— O que foi, meu amor? Parece que você chorou. Seus olhos estão vermelhos! — Ele alisou o rosto dela, e Elizabeth não resistiu, abraçando-o fortemente e chorando. — Me conta, Lizzi, diz o que aconteceu.— Só... Só estou com medo porque o parto de Eugênia e
Após testemunhar todo o sofrimento que Eugênia estava passando, Delilah e Sofie compartilhavam um sentimento de apreensão em relação ao momento em que chegaria a hora delas darem à luz. Compreendiam que o parto era uma experiência desafiadora, mas esperavam que não fosse tão doloroso quanto estava sendo para Eugênia. Lion, por outro lado, demonstrava um medo intenso, o que o transformava em alguém muito diferente do que já fora no passado. A perspectiva de não ter mais controle sobre a vida e a morte parecia preocupá-lo profundamente. Delilah decidiu descer as escadas e buscar água para todos que aguardavam do lado de fora, buscando, assim, proporcionar algum conforto em meio a tanta tensão. Thor permanecia em silêncio, mas Sofie conseguia sentir o medo que ele carregava. Ela entrelaçou sua mão na dele e buscou o conforto do contato visual. Pouco depois, o padre se aproximou para perguntar sobre as notícias. — Alguma notícia? — Indagou o padre. — Ainda não, padre. — Respondeu Thor.
Elizabeth permaneceu acordada até que Anthony retornou para casa. Ela estava ansiosa por notícias e não conseguiu evitar questioná-lo.— O que aconteceu, a encontraram?— Sim, Lizzi, vamos dormir agora. Estou muito cansado.Elizabeth percebeu que Anthony estava escondendo algo, evitando seus olhos. Ela tinha um pressentimento de que algo terrível tinha acontecido com a jovem e que estavam tentando esconder isso dela. Mesmo com essas suspeitas, ela optou por se acalmar por enquanto. Elizabeth saiu do quarto por um momento e passou pela porta do quarto de Eugênia, onde viu Linda dormindo e Lion também já havia retornado.Há algumas portas dali... Allan retornou calado e parecendo estranho.— Vai me dizer o que aconteceu ou vou ter que descobrir sozinha? — Delilah o questionou.— Não posso contar ainda, Delilah, é algo sério demais!Preocupada com a situação, Delilah começou a temer o pior. Ela passou a considerar a possibilidade de que a jovem pudesse estar morta e que a cura dos lobiso
Eugênia e os outros cuidavam do padre ferido em sua casa paroquial. Jane estava tratando do ferimento no braço do padre, que reclamava de dor. Eugênia segurava sua filha, Linda, nos braços.— Vai doer um pouquinho mais, padre, vou extrair a bala! — Jane disse, segurando uma pinça e retirou cuidadosamente o projétil do ferimento.O padre expressou alívio:— Você tem mãos de anjo! Esperava que a dor fosse pior.Jane continuou a cuidar do ferimento, tranquilizando-o:— Felizmente o senhor não teve nada de mais. Ficará com o braço imobilizado por alguns dias até se recuperar. Mas logo estará tocando os sinos da igreja novamente!Enquanto isso, Daniel e alguns meninos observavam escondidos, e Eugênia os surpreendeu debaixo da mesa.— Peguei vocês! O que fazem aqui? — Perguntou.Daniel explicou:— Eles queriam ver o sangue, eu disse a eles que não é nada de mais. Já vi minha vó matar animais e comer... tinha muito mais sangue do que isso.Assim que Daniel proferiu aquelas palavras, Eugênia